03 setembro 2006

O que fiz no sumiço - 2 - matemática (coisas boas)

Primeiro, as coisas boas. Uma delas é que, depois de muita burrocracia da fundação que me emprega, consegui resolver minha questão como estagiário de licenciatura. Tive que apelar para escalões mais altos, driblar horários e prazos de entrega (somente 3as e 5as de 13 às 17 hs), para finalmente o meu estágio ser reconhecido. Estágio que não tem muito sentido, visto que já exerço a profissão. Mas tive um desconto de 30% nas horas em que terei que assistir aula, menos pior... Mas serão 21 semanas com documentos assinados, e mais uma etapa para a conclusão da minha licenciatura será dado.

Aliás, as aulas de Didática Especial da Matemática estão realmente interessantes. Confesso que no semestre anterior levei na flauta, mas nesse eu estou levando mais a sério. Depois de algumas conversas com o professor, meu respeito pelo sujeito aumentou, e muito. Trabalhos publicados, anos lecionando, um matemático talvez mais desenferrujado do que eu... E ele tem idade de ser meu pai. Pôxa, gostei mais ainda do cara. E as aulas estão bem interessantes também.

"And it makes me wonder" (Stairway to Heaven, dá-lhe!), sobre os profissionais que são formados nas instituições de ensino, e que irão lecionar posteriormente... Pelo menos, em Matemática, há sempre muitas coisas interessantes para se usar. A Revista do Professor de Matemática, por exemplo, é um achado de preciosidades. Há desde gente usando tangram para ensinar geometria, até loteria para explicar probabilidades. E por aí vai, mesmo os logaritmos, que os alunos odeiam (acredito que seja a parte mais detestada da Álgebra), há muitas aplicações, inclusive um artigo mostrando como construir uma tábua de logs. Muito interessante, muito mesmo! O tangram eu coloquei aí ao lado, para quem não conhece, ver.

Mesmo assim, os profissionais não aproveitam bem... Bem, a culpa não é só dos profissionais de ensino. Os alunos são muito fracos. Muitos tem até bons professores, e eu não duvido da qualidade de alguns dos docentes. Mas muitos não querem nada. Nada mesmo.

Para citar um exemplo, olhe a figura ao lado. Vi um problema de matemática, onde a professora não marcou as medidas de cada lado, mas usou um triângulo semelhante a esse, e disse que as medidas do triângulo ABC são 3, 4 e 5 cm. Baseado nisso, ela pediu seno e cosseno de B e C. Numa olhada rápida, e tendo 2 neurônios que funcionem, a gente diz que a=5, b=4 e c=3, calcula os senos (cateto oposto dividido pela hipotenusa) e cossenos (cateto adjacente dividido pela hipotenusa), fechado, certo? Errado. Houveram vários alunos que trocaram deliberadamente as medidas. Logo, tinha um cateto com medida 4, e a hipotenusa, 3! Daí vocês imaginam os valores de seno e cosseno encontrados. Péra aí, nem no espaço riemmaniano isso rola. Muito menos no euclidiano. E aí teve gente achando o seno igual a 1,5... Ninguém me disse, eu vi isso, em provas de matemática. Dá desespero.

Mas, em compensação, um dos meus estagiários foi muito bem colocado numa Olimpíada Estadual de Matemática. Vai entender!

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