29 setembro 2006

Corrida para o Planalto - minha análise tosca

Falo pouco de política, e agora, com eleição, dá vontade de falar. Vou tentar ser breve.

Não tô acompanhando muito o que está acontecendo, mas a minha sensação é que esse papo do dossiê contra os tucanos foi feito para tentar atrapalhar o Serra, unicamente. Na boa, para que o PT vai querer minar o Alckmin, se o próprio partido dele minou a campanha? Se bem que tem muita gente burra dentro do PT. Quanto ao Lula não saber de nada, nessa aí eu acho que ele escapa. Mas não falo quanto aos outros, não sei bem se ele não sabia realmente de nada. Ou então, o que é mais provável, ele viver na Ilha da Fantasia.

Aliás, acho que essa eleição vai provar a tese que o Lula é maior do que o PT. Do pouco que acompanho, O PT lidera na corrida presidencial... E só. Em vários estados, o candidato petista não dá nem para a saída. Reflexo dos mensalões e sanguessugas? Acho que é um pouco mais fundo, é descrédito para com eles. O PT sempre se arvorou como o partido da ética, e com um discurso arrogante, apontou com o dedo em riste os pecados dos outros partidos, e agora... Foi "rebaixado" à categoria de partidinho como outro qualquer. Tarso Genro resmungou certa vez que "nós somos mais cobrados do que os outros", e é justamente por ouvir essa postura arrogante, de quase 25 anos, que agora todos cobram mais do PT. Na boa, o PT já era, aqueles tolos iludidos com o partido, colocando-o como uma divindade inatingível... Perderam.

Na esteira, vem os partidos de extrema-esquerda: PSOL, PSTU, PCB, PCO, entre outros. Notou que todos eles sempre lançam candidatos a todos os cargos políticos, mesmo sem chance nenhuma de ganhar? O Rui Costa Pimenta, do PCO, que o diga, que passou boa parte do horário político eleitoral reclamando da candidatura impugnada dele. Em contrapartida, o PMDB, o maior partido do Brasil ("a noiva feia e cheia de dinheiro", segundo alguns comentaristas políticos) não tem candidato próprio a presidente. Ainda são pessoas que agem com ingenuidade. Eu acredito que esse povo, da extrema-esquerda, quer fazer algo pelo país, mas acreditam que só eles irão mudar tudo. Certa vez ouvi alguém do PSTU sendo entrevistado, e perguntaram a ele: "Se vocês ganharem a eleição, como vocês irão lidar com a questão da saúde?". Resposta: "Quando implantarmos a revolução comunista no Brasil...". Parece piada, mas não é. Revolução não vem de cima, vem de baixo, e eles querem implantar na marra. Assim é piada de mau gosto, e das sem graça.

Notaram a polarização dos candidatos? No debate de ontem, isso ficou claro: Heloísa Helena, de calça jeans e blusinha branca (minha mãe perguntou: "Como ela vai ser presidente, assim?"), se afirmando como a candidata da ética. Cristovam Buarque, como o candidato da educação (no MEc, foi decepcionante), e o Alckmin, só atirando contra ao atual governo. Sim, o Lula não ter ido, foi uma perda para a minha diversão à noite, comendo um rodízio de petiscos com minha namorada. Pois, se ele tivesse ido, era diversão garantida! Iria voar farpas, labaredas e troças para todos os lados, aí seria um telecatch verbal daqueles dignos de ver e rever, e rever, e rever... Eu adoraria. Mas ele não foi.

O PSDB está plantando agora para colher depois. O 2o governo do Lula será mais difícil. Ele não terá tanto apoio no Congresso, menos governadores do lado dele, e todo mundo olhando, para ver a próxima escorregada dele. Vai ser que nem o Bush, que foi reeleito, pela menor vantagem da história.

Em quem voto? Bem, no Lula. Mas não tenho grandes expectativas não. É uma situação péssima: Ou a gente fecha os olhos e faz vista grossa para os erros e bobeadas do PT e do Lula nos últimos 4 anos, ou a gente fecha os olhos e faz vista grossa para os erros e bobeadas do FHC e do PSDB nos 8 anos anteriores. Prefiro ainda a esquerda, para manter a direita fora do governo por mais 4 anos.

No próximo post falo da eleição aqui no Rio.

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