14 setembro 2006

Filosofações: Sobre pirataria

Embora seja visitante habitual da Uruguaiana (vide o meu blog paralelo), não sou consumidor de CDs e DVDs piratas. O camelô onde compro CDs, todos são originais. A maioria do que ele vende é tudo usado, mas são todos originais. E tem uma variedade impressionante. DVDs... Eu procuro comprar em promoções de grandes lojas, compre 2 DVDs por R$ 30 cada e leve o 3o de graça, coisas assim.

Confesso que comprei só 2 DVDs em camelô. Um, na verdade, foi um DVD da Patrulha Estelar, um dos longas que não saiu no Brasil. E foi na Banca Shinokai, na entrada do metrô Liberdade, em São Paulo. O filme não tem no Brasil. O outro, foi um DVD do Pink Floyd (P.U.L.S.E.), que na época não tinha no Brasil, e para baixar da Internet, foi uma novela (3 meses na fila do Torrent e não desceu quase nada). Comprei num camelô perto da Praça da República, em São Paulo. Aliás, penso em comprar o original, para ter o DVD duplo. Um dia, quem sabe...

Meus alunos falam que as promoções das lojas só tem DVD velho, coisa e tal. Ora, então compre o lançamento. Não, eles dizem, é caro demais! Então roa a unha do dedão do pé. Acho que a Internet tornou as coisas muito fáceis. Há pouco tempo atrás, tudo era mais complicado de conseguir, de ter, e a gente valorizava mais. Ainda lembro da cópia de um amigo, que montou uma fita K7 para mim, e eu ali conheci o U2, The Police e outros. E isso tem uns 15 anos. Hoje em dia eu tenho um CD-ROM com todos os álbuns do The Police, que baixei via Torrent. E olha que nem ouço tanto...

Todo mundo quer tudo fácil, de graça, e se não é assim, reclama! A lei do menor esforço impera com a maioria da população, e com isso o produto final é desvalorizado. Eu me esforço para não agir assim. Por exemplo, eu gosto de comprar CDs. Dave Matthews Band foi uma banda que eu descobri via Internet. Comprei alguns CDs deles, e gosto ainda mais. Baixei o que eu não tinha deles, inclusive o "Lillywhite Sessions", que eles disponibilizaram via Internet (ia ser disco, mas acabou vazando para a rede, e eles deixaram). E pretendo comprar o que não tenho. Por quê? Porque eu quero ter os CDs deles, vale a pena, é um meio de valorizar o trabalho dos músicos. E eu não quero os MP3, eu já os tenho, quero o CD mesmo, com capa, caixa, etc. Embora R$ 92 no triplo do show no Central Park eu ache extorsivo. Mesmo sendo esse importado.

Não concordo com pirataria. São produtos de péssima qualidade, que virão a danificar o aparelho de CD ou DVD. Além disso, é o estímulo a uma rede que vai desembocar no tráfico de drogas e em outras ramificações criminosas. Alguns acham "inocente", para entreter o filho, que não pára quieto. Tenho uma colega de trabalho que alegou isso para mim. Eu sempre disse que o problema do filho dela é falta de disciplina, umas palmadas no moleque. Mas os adeptos ainda justificam dizendo que está tudo muito caro. Olha, eu também acho caro. CD a R$ 30, DVD a R$ 50... Ué, então espere. Eu comprei o DVD do Batman Begins a R$ 30. Tinha baixado da Internet, mas comprei o DVD. Porquê? Qualidade ótima, um DVD só de extras, todo o material... E esperei passar o lançamento, para cair o preço.

Não dá para querer ter tudo agora, e aí eu acho que a Internet é prejudicial. Todo mundo quer tudo ao mesmo tempo agora (como dizia a música dos Titãs), e se não tem, fica ofendido. E recorre à pirataria e outros estratagemas para satisfazer o seu consumismo. Tem uma capa da Christianity Today, cujo título é "Why the devil uses VISA", ou algo parecido. Consumismo desenfreado é algo diabólico, sem sombra de dúvida. As pessoas perdem a noção, e passam por conceitos de moral e ética apenas com o objetivo de ter. Como se ter fosse mais importante do que ser...

Acha tudo caro? Então compre CDs e DVDs na promoção (eu compro quase todos os meus lá), procure pelo mais barato, ou faça valer o seu direito de consumidor e reclame com o fabricante. As Lojas Americanas, certa vez, colocaram vários CDs naquela xepa dela, só que tinha material de qualidade exposto. Eu até noticiei aqui, falando que tinha Paralamas do Sucesso e Legião Urbana por R$ 10. CDs que até a pouco tempo custavam o dobro, no mínimo.

Eu, por exemplo, ainda não esqueci do Windows XP Home que veio no legolas (meu notebook), e pretendo reclamar, pedir o reembolso, já que eu paguei indiretamente por algo que eu não quero. Falando nisso, me perguntaram ontem se o Windows era pago. Eu disse que sim, que era BEM pago: R$ 400 a cópia do Windows XP Home Edition. Isso, porque o Professional (que é menos pior) custa R$ 700. E a Microsoft já deixou vazar a informação: O Windows Vista, que substituirá o XP, custará, nas suas 7 (!) versões, preços que variarão entre US$ 200 a US$ 400. Isso, nos EUA. Calcule quando ele custará por aqui em terra brasilis. Se for atualização, a partir de outro Windows, o preço cai pela metade. Mesmo assim... É caro demais.

Não é uma discussão fácil, não é algo simples. Tem problemas dos dois lados. Mas eu não acho que "se vingar", desse jeito tolo, incentivando uma indústria criminosa, justifique. Esse papo de os fins justificam os meios não cola.



Conclusão a que chego: Ir a São Paulo ajuda a quebrar os meus paradigmas sobre pirataria...

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