29 setembro 2006

Bicho pega no trabalho - como sempre

Além dos relatos que você talvez tenha lido, aí em cima ou aí embaixo, tem mais coisas a contar... No trabalho, estou com 6 tempos a mais em sala de aula, visto que o professor de Redes está de licença médica, e eu tive que assumir 3 turmas dele. Aliás, Redes, em 2006, lá na escola, está sendo uma grande barra. Dois professores dividiam as turmas, em A e B. Em maio, um deles teve uma chance de cair fora e ir para UEZO, para administrar a rede de lá. Largou o amigo (ao menos ele sempre disse que era amigo) com as turmas cheias. Quem ficou não aguentou, vítima de uma hérnia de disco, e teve que pedir licença médica. Foi feito em agosto um paliativo, um trabalho de pesquisa, que os alunos tiveram que apresentar, e os estagiários orientaram-os. Assim tivemos a nota do 2o bimestre. Mas como a licença continua, o jeito é arrumar quem possa cobrir a falta. E lá fui eu, pegar 3 turmas... Duas turmas já são minhas (Montagem e Manutenção), e tive que entrar agora. Mas o pior é que eu nem tenho o diário de classe! Estou tendo que me virar do jeito que dá, pois dessa forma, está bem difícil. Resolvi mandar eles lerem a apostila, passada anteriormente, e vou colocando a matéria em tópicos, pontuando mais e escrevendo menos. Como eu estou experimentando na faculdade hoje em dia.

A rede da escola está bem, sem maiores percalços. Parece q o meu relacionamento com o meu congênere melhorou. Assim espero, eu e ele somos pessoas difíceis. Estou pretendendo migrar para o Dansguardian, para ele fazer o controle de acesso dos alunos, e desafogar o Squid, que sozinho come 50% da memória RAM do gateway. Embora o meu congênere ache prudente suspender a conta root, eu acho desnecessário e tedioso, ter que usar sudo direto. Vamos migrar nosso console de trabalho para o beta do próximo Ubuntu, o Edgy Eft (onde eles arrumam esses nomes doidos?), já tratei de queimar um RW com ele. A idéia agora é estender a árvore do LDAP para o outro servidor, e aí vem o trabalho hercúleo: Cadastramento de alunos. Temos que ver como vamos fazer isso, eu acho que devemos fazer uma experiência apenas, não sair fazendo tudo... Acho que teremos muitos problemas, mais problemas que soluções.

Na Paraíso, estou com um problema sério, que não é culpa minha: Um viaduto em obras, no meio do percurso, está aumentando a viagem em 50% do tempo, e eu tenho chegado atrasado. Alunos não perdoam, e não querem entender que a culpa não é minha, mesmo que eu saia antecipadamente, e que eu trabalhe em outro local. O coordenador está desesperado, e tem medo dos patrões (que são portugueses, e como dizia meu finado avô, são péssimos patrões, no geral) apertarem ele na parede por conta disso. Só que eu não pretendo beneficiar meus alunos da faculdade em detrimento dos alunos do 2o grau. Só porque "é público", não quer dizer que tenha que ser bagunçado. Pelo contrário, tem que ser organizado. E lá eu ganho pouco mais de 3 vezes o que a Paraíso me paga. É claro, irei fazer o possível para resolver: antecipar a minha saída, tentar chegar lá na hora. Mas não vou deixar de dar aula na escola por causa de outro local. Nem morto.

Aliás, vai aí uma listinha de broncas com a Paraíso. Antes de tudo, meu relacionamento com o coordenador, Alexandre, é ótimo. O cara é 10, gosto muito dele, tornou-se um amigo. A diretora acadêmica (Daniela) é quase uma irmã para mim, tivemos o mesmo orientador de mestrado, e quando eu casar, ela será uma das madrinhas (aliás, preciso conversar com ela sobre isso). Mas os portugueses que assumiram a faculdade, estão fazendo algumas coisas que eu estou detestando. Lá vai a lista:


  1. O estacionamento, que fica atrás da faculdade, era aberto a todos. Logo, algumas vezes por conta do trânsito, cheguei atrasado, ou "em cima da hora". Fui estacionar, não tinha vagas. Tive que estacionar na rua, perdendo tempo, e inclusive levando atraso na ficha por conta de perder tempo procurando onde colocar o carro.
  2. Hoje em dia o estacionamento melhorou, agora é fechado, apenas para professores. Mas em compensação, está parecendo um campo minado: o terreno está todo esburacado, cheio de entulho e material de construção, logo para estacionar por lá, está difícil. E já demitiram 3 funcionários diferentes, que cuidavam do
    estacionamento. Acho melhor o senhor que está agora colocar o bigode de molho, pois é possível que ele seja o próximo a ser... Pénabundeado
  3. O horário de entrada é das 18:55 às 19:05, sendo que a aula começa às 19 hs. Segundo a legislação, a tolerância é de 15 minutos, se lembro bem. Lá é 5 minutos. Se eu não bater o ponto na hora, o sistema me recusa. E o pior: Eu sou obrigado a preencher uma ficha, justificando o meu atraso, por extenso. E sou obrigado a fazê-lo, já que o sistema de ponto não deixa eu marcar a minha saída. Só para exemplificar, na UniverCidade, eu tenho 10 minutos de tolerância (19:10 e 19:20), mas posso bater o ponto de entrada na hora que eu quiser, mesmo atrasado. E se eu quiser, preencho uma ficha, para evitar ser descontado. Não sou obrigado a fazê-lo, e algumas vezes não o fiz, por ser eu o culpado disso. Não havia o que justificar.
  4. Recebemos salário em cheque, conta do Bradesco. Eu sempre depositei numa caderneta de poupança todos os salários que recebi de lá, sem pestanejar. No ano passado, decidiram migrar tudo para o HSBC. E isso significava que todos os professores teriam que abrir conta no HSBC. Inclusive eu, que aí teria 4 contas bancárias: BB, Itaú, Bradesco e HSBC. Reclamei, chiei, pedi para continuarem me pagando em cheque... Nada feito. Todo mundo reclamou, inclusive os funcionários. A conta foi aberta, queriam que eu fosse em horário comercial no centro de São Gonçalo para resolver isso (nem pintado de dourado)... Resumo da prosopopéia: Nunca usaram a conta. Continuei sendo pago em cheque do Bradesco. Eu tenho o cartão do HSBC, e a conta deve ter sido encerrada por não ter nada depositada nela. Assim espero, mas ainda terei que falar com o DP, p/ ver como isso vai ficar.

Ou seja, são tudo pequenas coisas, que incomodam e chateiam. Um dia estoura. Também tem que ser levado em conta que o salário é menor, por conta do piso salarial, que é reduzido em comparação ao Rio, e a distância (mais pedágio), que encarece o meu translado até lá (melhorou com o gás).

Agora, por que eu estou lá? Lá vai:


  • A instituição é pequena. Em comparação à Cidade (que está com o pires na mão), é pequena: Só um campus, 2 prédios, 10 cursos de graduação... O que é bom, pois dá para participar mais do projeto da instituição. Já fiz alterações no conteúdo de algumas disciplinas, e creio eu, para melhor. Trocar livros, propor mudanças, reclamar, falar, mexer... Fica mais fácil. Não que eu não tenha espaço na Cidade - e até tenho um bom espaço - mas na Paraíso a gente tem mais autonomia.
  • Por ser uma instituição pequena, a coisa é mais resolvida na camaradagem. A maioria se conhece, e há amizade entre os professores, coordenações, etc. Não é só uma questão de vínculo trabalhista apenas. O coordenador, que veio falar comigo isso aí em cima, reiterou algumas vezes que tem muita consideração por mim, e que me tem como amigo. Isso também facilita para negociar horários: No início do ano, o Alexandre salvou a minha pele, quando conseguiu trocar meu horário sem conflitos, com outro professor, e com isso não tive problemas com a licenciatura em matemática (que um dia eu termino, espero que no ano que vem).
  • Com essa questão da camaradagem, e da instituição ser pequena, fica mais fácil eu lecionar outras disciplinas, mais interessantes... Já lecionei Cálculo I (matemática, viva!), Sistemas Operacionais I e II, Redes I, Sistemas Distribuídos, Computação Básica... Quase peguei uma turma de PHP, mas não havia tempo hábil para eu estudar e aprender. Enquanto isso, na Cidade, Arquitetura de Computadores o tempo todo, apenas. Por um tempo, Algoritmos e programação. Isso, nos últimos 5 anos. Chega um ponto que cansa.
  • Não sei se conta, mas a diretora acadêmica é uma grande amiga minha. Aliás, disse a ela uma vez que eu fico por lá enquanto ela for diretora. Quando ela cair fora, eu caio fora junto.

Conclusão a que chego: Continuemos em frente, mas eu preciso retornar à Cidade o mais rápido possível, ou então ir montar servidores por aí, como autônomo. Só ter a Paraíso como "bico" não dá, é muito trabalho para pouco dinheiro.

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