19 julho 2005

"Eu adoro quando um plano dá certo"

A frase não é minha, mas do grande George Peppard, imortalizado na memória da minha geração como "Hannibal" Smith, membro do Esquadrão Classe A. Alguém aí também lembrou do B.A., Cara-de-Pau, Murdoch, etc? Pois é. Mas não vou falar do Esquadrão hoje.

Aqui no meu trabalho, chegaram as máquinas novas. 80 computadores. A configuração está aí embaixo:


  • Sempron 2400
  • 256 Mb RAM
  • Placa-mãe PC Chips M865G
  • HD Western Digital de 40 Gb
  • CD-ROM de 52x
  • Gabinete torre média
  • Monitor LG 15"
  • E os badulaques de sempre, como drive, mouse, teclados, portas USB na frente, etc e tal.

Configuração boa, né? Máquinas lacradas, com cadeado. Hmmm. Vieram com Windows 2000 e Office 2000 Premium instalados, mais o AVG. Tudo original, registrado. Como instalar tudo o que precisamos? A lista é de mais de 30 programas. Isso fora as configurações de rede, navegador, nome da máquina, domínio de rede, proteções mil (não deixar trocar o papel de parede, não deixar trocar o protetor de tela), etc, etc, etc, etc e etc.?

Depois de muito discutir com o meu contraparte na rede, convenci a ele a instalarmos tudo via imagem: Pegamos uma máquina, instalamos tudo, configuramos tudo, testamos tudo... Fazemos uma imagem desse HD e depois replicamos para todas as outras máquinas, pela rede. Ele topou.

O esquema que bolei foi simplesmente bacana. Seria genial se eu fosse um gênio, coisa que eu não sou mesmo. Foi o seguinte: Peguei o Kurumin, desci ele todo para um HD, resolvi remasterizá-lo. Arranquei tudo que eu achava que não seria útil (inclusive todo o KDE), fiz um script (com direito a dialog) para escolher: Remasterizar do HD, baixar pela rede ou a partir de CD-ROM.

A imagem tem 1,8 Gb compactada (3,5 Gb), o que daria 2 CDs e meio. O script então grava o setor de boot do HD, a tabela de partições, cria uma partição em ext2 (o Windows nem sabe o que é isso), baixa via wget as imagens para essa partição e instala, via PartImage, no HD. Por fim, desliga a máquina. A vantagem é que a imagem está dentro do HD, e qualquer coisa podemos remasterizar o drive C a partir dessa cópia.

Levamos 2 semanas para fechar a imagem. Foram horas de instalação e principalmente, configuração e testes. Usamos de tudo, do WinPolicy (maravilhoso, diga-se de passagem) até ferramentas para ver quais arquivos estão abertos (com destaque para o Process Explorer), e finalmente encerramos o trabalho da imagem na 6a passada.

Agora, essa semana, instalação. Comprei 10 CD-RWs, gravei 20 cópias desse nosso "Kurumin Remastered" e saímos dando boot nas máquinas, com o CD. Rodamos o script e deixamos baixar. Como nossa rede é 10 Mbps (argh!), a imagem desce a, no máximo 750 Kb/s. Mas como estamos baixando de uma máquina só, com 20 máquinas pedindo arquivo, a taxa caiu para 40 Kb/s. 11 horas de download. Well, pesado, né? É. Mas deixa as máquinas baixando de noite, ora. Não precisamos olhar para elas.

Fizemos isso. Hoje de manhã foi chegar, configurar o novo IP, acertar o nome da máquina, colocá-la no domínio, colocar senha na BIOS, boot pelo HD... Pronto, serviço feito. Já temos 30 máquinas prontas, desde ontem. Amanhã fechamos as outras 20, e daí, até quinta, montamos as últimas 30. Em 4 dias úteis, 80 máquinas prontas.

É claro, o trabalho mal começou. Depois de fecharmos os laboratórios, teremos que:


  1. Fazer uma imagem de instalação das máquinas dos setores administrativos da escola (com bem menos aplicativos e recursos instalados), e fazer essa instalação pela rede.
  2. Refazer o mapeamento dos endereços IP da rede da escola toda, e isso também quer dizer configurar o gateway e firewall para isso. Agora, por exemplo, iremos poder abrir a Internet em qualquer laboratório, mas sempre com, no máximo 4 liberados.
  3. Instalação de Linux via rede: Fazer uma imagem de instalação do Fedora Core 4, para colocarmos em alguns laboratórios, visto que teremos aula de Linux para os alunos do 1o. ano.
  4. Rever os pontos de rede. Tem alguns (ou vários) quebrados, com defeito, ou cabos cujos conectores foram arrancados. Teremos que refazer esses pontos nos laboratórios, para todos terem acesso à rede, e podermos, caso seja necessário, tomar o controle (e viva VNC).
  5. Teremos, numa licitação separada, máquinas novas para 2 laboratórios (foram trocados 8 laboratórios, não os 10), máquinas essas com monitores de 17", Pentium 4, essas coisas. Instalá-las por imagem também.
  6. Teremos computadores novos para a rede, isso significa transferir o Linux instalado neles para os novos servidores. Espero que eles estejam abertos, pois quero transferir, e não reinstalar tudo. E nessa onda, é segurar os ímpetos do meu contraparte na rede, que quer já passar todo mundo para o Fedora 4. Calma.

Ou seja, ainda temos muuuuuito trabalho a fazer. Mas tudo está andando, e bem rápido. Por isso a citação do "Hannibal" no título, bem justificada: Eu adoro quando um plano dá certo.



PS: Chegou um caminhão com os computadores novos... Quando é que chegam os caminhões com os alunos novos?

Pensamento corrente entre os professores

0 Comments:

Postar um comentário

<< Home