12 maio 2006

Trabalho 1: Minhas tensões, e meu colega exagerado

Parei aqui só para contar algumas coisas relativas a trabalho, antes de cair na correção de provas, que, por acaso, estou atrasado.

Ultimamente tenho falado muito de trabalho. Já que ele tem me envolvido sobremaneira (falei bonito, não?), acaba fazendo parte dos meus relatos... Bloguísticos.

Engraçado como é o ser humano. Tenho um colega de trabalho (eu até considero-o um amigo, mas outro dia ouvimos que ele "só tem colegas", então... Que seja) que quando desperta uma paixão... Ele tem que fazer o mundo inteiro gostar daquilo também. E com isso ele acaba ficando chato.

Foi assim com o Kurumin, ele montou um servidor web com o Linux de brinquedo do Morimoto, e achava o máximo: Clicava e resolvia tudo. Eu achava temerário, já que ele não é um bom linux para um servidor. Resumo: Deu problema depois de um tempo, e aí com a máquina pifada (TODOS os capacitores estufados e vazando eletrólito), ele parou de usar na escola. Mas tinha instalado em casa, e achava maravilhoso não ter que olhar para o console.

Depois foi com a Herbalife. Ele comprou produtos dessa empresa de marketing de rede. Se envolveu, gastou uma grana, viajou por conta, perturbou todo mundo para comprar os kits da empresa. Encheu tanto a nossa paciência que, bem-humorado, troquei o papel de parede dele no servidor (o que citei acima) para uma tela com o logotipo, e a frase: Eu odeio Herbalife. Pelo menos ele levou na esportiva.

Depois foi o Skype. Por mais que eu ache que a tecnologia VoIP seja algo libertário, de ruptura, realmente inovador... Nunca tive a menor vontade de usar Skype. Não tenho microfone no micro (o que tinha, ficou com uma ex-namorada), as minhas caixas de som são uma titica (quando preciso de algo mais do que plic-ploc ligo o aparelho de som), e eu acho isso meio chato. Mas ele me perturbou durante um bom tempo, a mim e a todo mundo que é membro da Incrível Armada de Brancaleone, a equipe da rede. Só se acalmou quando colocamos um disco de plástico (como aqueles que são usados para proteger o pino de CD-Rs), pintamos uma flor, colocamos no microfone e escrevemos em cima: Iscáipi.

Para a instalação da imagem dos laboratórios, ele ficou no meu pé, encheu a paciência, de que tínhamos porque tínhamos que usar o rsync, que é bom, mas atrapalha no nosso processo de automatizar. Afinal, wget pendurado dentro de um for, depois uma checagem de MD5 de todos os pacotes... Isso aí tá bom. Ele falou tanto, mas tanto, mas tanto... Que eu coloquei a opção de rsync no script da imagem... Mas nunca usei. Nunca foi necessário.

Agora é o Gentoo Linux. Como alguns sabem, eu gosto do Gentoo. Já falei isso inclusive aqui. O Cesar diz que o sonho do Gentoo é ser um BSD, e eu concordo. Pelo menos a documentação é boa. Gosto da distro, mas passado o deslumbramento, percebi muitas coisas que não gostei, e muitas que vim a gostar. Logo, é uma distro que uso e gosto, mas não é a panacéia universal. Mas esse meu "amigo" (ou colega, como queiram) do trabalho acha diferente, e o Gentoo é o que há em termos de Linux.

Estamos com um problema com uma solução Samba + LDAP, rodando num Fedora Core 5. Agora todo mundo se fala, mas o Windows não está autenticando no novo servidor, o SERVCOORD2. Logo, um arquivo de configuração, alguma coisa que falta arrumar... Ele acha que a solução é migrar para o Gentoo, e fazer tudo nesse dito cujo. Ele já está falando tanto que os outros 50% da equipe (os dois sacanas que trabalham conosco) estão fazendo piada, dizendo que o "Gentoo vai curar espinhela caída, gripe, catapora, sarampo e mau-humor".

Mas sabe o que é o realmente irritante nisso tudo? O cara cisma de usar Gentoo. Até aí tudo bem, cada um com a sua distro. Mas ele não se garante. Ele não sabe nem compilar um kernel por si só! Se tiver algum ebuild do Gentoo quebrado, ele não consegue fazer mais nada, não sabe nem usar os três comandos mágicos: ./configure ; make ; make install. Olha, eu aprendi a compilar kernel nos dois primeiros meses que usei Linux (e já fazem quase 8 anos!), porque eu queria aprender a otimizar o sistema, começando pelo núcleo dele. Resumo: Se eu seguir o que ele quiser, quando um servidor subir no telhado, quem vai resolver o problema sou eu. E eu preciso de algo que dê o mínimo de problema, gaste pouco espaço e just works.

Acho que vou imprimir uma foto de um pinguim gentoo e colar no mural, para ele fazer reverência...



Essa semana foi tumultuada. Conto mais nos próximos posts.

PS: Programar shell script com ele dando pitaco do lado é um saco. Vez por outra eu fico até mais tarde no trabalho justamente para trabalhar e pensar tendo paz ao meu redor. Não alguém que fica dizendo o que eu devo escrever numa linha ou não. Sugestões são sempre bem-vindas, mas simplesmente fazer o que ele quer... Não. Por que ele é assim? Deve ser síndrome do filho único, não sei.

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