Copa do Mundo e a fúria de alguns
O Luciano Sturaro acha, nesse post aqui (A alienação futebolistica.) que o Brasil não vai para a frente por conta do futebol. Sim, ele está no direito de discordar da horda de lemingues. Mas eu gostaria de comentar algumas coisas a respeito de tais afirmações:
- Não dá para vencê-los? Junte-se a eles. Não temos lojas abertas, tudo funcionando, etc? Programe-se para não precisar naquele dia. Fique e trabalhe em casa. No dia do 1o. jogo, pedi para não ir à escola, fui para o centro do Rio e saí queimando itens da minha lista, fazendo várias coisas que eu precisava resolver. Voltei (com um pouco de trânsito) a tempo de almoçar e instalar um novo gravador de DVD na minha máquina (e limpá-la por dentro). Enquanto isso, Brasil x Croácia.
- Não curte assistir, faz que nem eu: Não veja. Não há rádios transmitindo via Internet, até onde eu descobri (desde que postei isso aqui), Não tenho paciência de assistir, e acabo ficando ansioso com o jogo... Logo, todos os jogos eu passei fazendo outra coisa diferente de assistir. Hoje, por exemplo, eu fiz meu controle bancário (2 meses atrasado, umas 30 correspondências para abrir, extratos de contas em 3 bancos, poupanças, cartões de crédito, etc), o que me tomou umas 4 horas de trabalho de escritório. Vez por outra, uma olhada no Ao Vivo do Terra Esportes, para ver como estava o jogo.
- Essa lenga-lenga de pão e circo para o povo é do tempo do Império Romano. Será que cola? Será que realmente é assim? Então, pão e circo para o povo não é só para o Brasil: Inclua nisso aí os alemães, os ingleses, os espanhõis, os italianos (mais apaixonados do que nós), os franceses (bem, eles não, estão quase eliminados, eheheheh), todos povos tidos como "mais desenvolvidos" do que nós. brasileiros. Duvido que não parem para ver o jogo da sua seleção.
- Nélson Rodrigues disse, por ocasião da vitória na Copa de 58, que o Brasil perdeu o complexo de vira-lata, e poderia erguer a cabeça. Não há nada que una mais os brasileiros do que um jogo da Copa do Mundo. É flamenguista discutindo escalação com vascaíno, é botafoguense dando pitaco e tricolor papeando animado. É ver esse povo todo, sofrido e estressado, descrente de políticos e de sistemas, correndo para ter alguma alegria. Ainda bem que a Copa é a cada 4 anos, pelo menos isso. E calma, que ela dura só um mês, no meio de 48 deles.
- Esse papo de que tudo começa depois do Carnaval é balela. Eu sou funcionário público, e comecei a ralar na volta das férias, no início de janeiro. Tivemos greve (eu não parei) e deveremos ter carga total até o fim de 2006. Todo mundo trabalha um bocado antes do Carnaval. Esse ano temos eleições também, é um ano atípico. Mas isso não quer dizer que não trabalhemos de verdade. Acho que em todo o Brasil, há um bocado de gente ralando um bocado, e no dia de jogo da seleção, volta mais cedo para casa, para ver a seleção canarinho - que joga a cada 4, 5 dias - e olha que foram perdidos até agora 2 dias, já que um deles o jogo foi no domingo (contra a Austrália). Isso sem contar os que páram, vêem o jogo e voltam a trabalhar (como supermercados, por exemplo).
- Esse papo de "pão e circo" vem do mesmo povo que, por ocasião do 11 de Setembro, virou e disse: Ah, mas os EUA matam a torto e a direito em outros países, blah blah blah blah"... Ou, por ocasião dos escândalos do mensalão, disse eu bem que disse, que a atriz estava certa (atriz = Regina Duarte,que apareceu no horário eleitoral do PSDB dizendo que morria de medo de um eventual governo Lula, em 2002 - eu continuo morrendo de medo de um governo do PSDB). Ou seja, discurso típico de gente que só sabe ser do contra, de quem só vê o lado azedo da vida. Na boa, DANE-SE, isso não amenizou a dor da perda de vidas inocentes, nem nos EUA, nem no Afeganistão ou no Iraque. Em lugar nenhum, nenhum inocente merece morrer dessa forma. E deviam jogar os aviões em instalações militares, não nas torres gêmeas. Se querem afetar o governo, ataquem o governo. Uma atrocidade não justifica a outra: "Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem" (Romanos 12:21).
- E, por último... É Copa do Mundo, né? É um mês em 48, e convenhamos: "Futebol não é uma questão de vida ou morte, é muito mais que isso" (Bill Shankly, técnico do Liverpool, entre 1959 e 1974)
Em resumo: Sturaro, vai tomar maracujina, vai?! E deixa o povo ter um pouco de alegria. Afinal, não há nada mais bacana do que ouvir um estádio inteiro na Alemanha cantando o Hino Nacional Brasileiro. E, apesar disso tudo que vimos e temos, ainda somos pentacampeões. Que venha o hexa.
Fui, vou dormir. Até depois.
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