21 agosto 2008

CQC, minha nova mania

Desde que assisti-o pela primeira vez no Vitrine, na TV Cultura, sempre admirei o Marcelo Tas. Logo percebi que ele era diferente: Um sujeito polivalente, que apresenta, escreve, dirige... Faz de tudo um pouco. Também foi um dos primeiros (senão o primeiro) jornalista que vi falar da Internet não como uma concorrente, mas como uma... "Amiga": Muitos que não a entendem seguem a tendência de criminalizá-la (Elton John que o diga). Ele soube aproveitar muito bem a onda (assim como a Rosana Hermann, que já blogava nos idos de 2001), e com isso despertou a minha admiração. Muito antes de toda a onda da mídia tradicional que tenta entender e tirar proveito da Internet, o Tas já estava blogando, twittando, falando via messenger, usando vídeos do YouTube, etc.
Logo, quando ouvi falar pela primeira vez do Custe o que Custar (CQC) e soube que ele estava no meio do "rolo", senti que valia a pena uma boa olhada. Vi um pouquinho, ouvi falar (num podcast que estou quase cancelando a assinatura), e resolvi ler sobre o programa. E descobri que, para uma legítima frustração brasileira, o CQC é um programa originalmente argentino. Droga. Bem, assim como o Soda Stereo, tem coisa boa vindo daquela terra que fica depois do Uruguai. Só sabemos que é pouco, mas o bastante para nos entristecer e gritar: Droga, de novo?!
Voltando ao CQC: Um programa jornalístico com muito humor, ou um programa de humor jornalístico? Não sei ao certo, só sei que é muito melhor do que a imensa mediocridade dos humorísticos presentes na TV brasileira (um dia eu falo dos outros - e desço a lenha). Dá para perceber o toque de genialidade do Tas no programa como um todo: Desde a propaganda, inserida cuidadosamente nas vinhetas e curtas esquetes (um ou dois comerciais "tradicionais", e Skol, Pepsi e Palm agradecem por dobrar a audiência), até a escolha da equipe. Todos eles vieram de shows de stand-up comedy, estilo de humor ainda não muito popular no Brasil, mas que exige raciocínio rápido e tiradas espirituosas.
Aliás, uma marca que vejo no programa é o humor elegante. O Pânico, com sua fórmula conhecida e um tanto quanto repetida, de Vesgo & Sílvio perturbando famosos, já está meio desgastada. Eu sei que não são só eles, mas são o forte do programa. E ficou sem graça, tanto que eles mesmos estão mais comedidos e investindo em "reportagens pitorescas", para dizer o mínimo. Por isso, comparar o CQC ao Pãnico (como um aluno meu falou outro dia), é um erro, no mínimo.
No caso dos "homens de preto", a brincadeira, a piada, o raciocínio rápido, associadas aos efeitos inseridos sobre o vídeo (narizes de Pinóquio, socos, cabeças inchadas e tantos outros truques que entendemos sem precisar de explicação), fazem dele bem diferentes. Na minha opinião, bem melhores. Longe do escracho puro e simples, as perguntas provocativas e bem-humoradas, levando o entrevistado para a brincadeira, sem ser ofensivo. E quando pegam pesado (admitem isso vez por outra), pedem desculpas. E com isso, tem conseguido arrancar sorrisos, acenos e elogios de várias celebridades, de políticos à gente de outras emissoras. Já entregaram os óculos escuros (um dos símbolos do programa) a várias pessoas, começando pelo presidente Lula (que o usou) e a várias outras personalidades conhecidas, que se divertiram muito com eles. E nós, por tabela.
Sim, o CQC na minha opinião é o melhor programa da TV aberta brasileira na atualidade. E do YouTube também, já que a Band está colocando tudo por lá. Dispensável dizer que isso deve ter um dedo do Tas. Bem, de qualquer forma, os quadros engraçadíssimos, sendo denúncia ou visita a festas ("Repórter Inexperiente", "Quem Quer Ser Prefeito", "Top Five", "Proteste Já", entre outros) levam a nós ao sorriso, à gargalhada, e ao mesmo tempo, a pensar um pouco sobre a semana, e o Brasil. E Custe o Que Custar, eu faço meu esforço pessoal para conseguir estar em casa nas segundas, às 10 da noite, para assistí-los e rir um bocado. Quando não dá, vamos pra Net pegar o que faltou.
PS: Já há quem os copiem, como o "Transa Louca", que passa na CNT, e que é uma pálida sombra do criativo programa de rádio que o originou. A versão TV é tão esquecível quanto a emissora que o transmite. Nem perca tempo c/ ele, não vale a pena.

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