19 fevereiro 2009

"E agora, o que eu faço com a minha monografia/tese?"

Essa dúvida pairava sobre a minha cabeça em 2000, logo depois de ter defendido, com unhas e dentes, o que conhecemos como tese de mestrado: Ela serve para alguma coisa, além do meu canudo? Alguém vai ler? Existe vida depois da tese? Este tipo de dúvida é comum e não é à toa: Sempre queremos que um trabalho nosso seja útil para alguém.

Não sei quanto à tese, não procurei saber. Mas a monografia já foi: Além dos elogios da banca (um dos membros disse, por ocasião da apresentação que "está sendo um prazer lê-la"), hoje li dois comentários no post da monografia (esse aí embaixo) de duas professoras que viram, leram e elogiaram a minha monografia. São elas a Sinara, do blog Software Livre na Educação, e a Jenny Horta, do blog O PC e a Criança. Elas elogiaram o trabalho, e disseram que outros já olharam, leram e gostaram! Ótimo. Alguns comentários a respeito desse trabalho meu tornam-se pertinentes, então:
  1. Aprendi com Lord Spy que é uma boa pedida redigir um trabalho acadêmico que seja fácil de ser lido. A tese de mestrado dele é muito didática, fala sobre 3D, Computação Gráfica, OpenGL e outros com uma clareza impressionante. Além de ser interessante, torna fácil reaproveitar o texto. Ou vocês acham que "Um Método de Elementos Finitos para o Sistema Axissimétrico de Stokes em Três Campos usando Elementos Triangulares" é um título claro, sucinto e auto-explicativo? Nunca. E o texto da minha tese ficou extremamente chato de ser lido. Mas isso é culpa de (des)orientador, espero que ele tenha melhorado... Como eu tive controle total sobre a monografia (*), tratei de redigir um primeiro capítulo do jeito que eu queria ter feito toda a tese: claro, conciso, objetivo (segundo a Sinara). E acho que ficou bom.
  2. São mais de 110 softwares, para pesquisa e educação em Matemática. A maioria é livre, mas todos são para Linux. É o foco do trabalho.
  3. A maioria é para pesquisa, mas tem alguns para educação. Os de Geometria são cada um melhor do que o outro para deixar o par de esquadros de lado. E aulas usando eles tornam-se muito mais interessantes, já que as relações geométricas são mantidas, mesmo com deformações na posição dos elementos geométricos.
  4. Sapequei imagens ao longo do texto para não ficar chata e seca. Acho que ficou bom.
  5. Criei um script para chutar as datas da revisão bibliográfica, que ficou com quase 10 páginas. São mais de 160 itens, sendo a minha tese e todo o resto uma lista de sites. Todos existem, todos eu acessei... Mas não lembro quando. Logo, tive que dar um jeito.
  6. Queria fazer um capítulo focado em educação. Falar em OLPC, EDUCOM, Projeto Educar... Mas meu orientador sabiamente me freou. Senão eu não acabava o trabalho.
E por último, teve o comentário do meu orientador, um mestre no sentido amplo da palavra: "Você tirou 10 não porque fomos bonzinhos contigo. O seu trabalho mereceu 10, está muito bom. Mas se estivesse mais ou menos, a gente daria um 9,5 mesmo!"

Obrigado pelos comentários simpáticos e carinhosos, em especial os da Jenny e da Sinara. O texto está liberado sobre Creative Commons: Pode ser copiado e usado, contanto que seja para fins não-comerciais, e seja citada a fonte.

(*) Num dos emails trocados entre eu e meu orientador (que é Ricardo também), recebo a seguinte frase: "Não li ainda, mas sei que está muito bom!". O que dizer depois dessa? Mas sim, ele leu a monografia toda, e fez alguns acertos.

PS: A tese? Bem, sei que, se tem vida depois da tese, deve ser essa que estou vivendo, porque sobrevivi à ela.

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