Modernidade x "rodas-presas computacionais"
Como já contei para vocês, fizemos uma mexida boa na rede da escola. Uma das coisas que colocamos foi o Firefox como navegador padrão.
O Internet Explorer continua instalado, mas sumimos com os ícones da Área de Trabalho e do Menu Iniciar. Fizemos todos os testes, e o Firefox funciona perfeitamente com tudo. Tivemos que manter o IE por que o HomeSite usa ele para renderizar a página HTML que está montando. Além disso, sabe como é o Windows, sempre encrenca com algo, e manter o IE era uma boa opção.
Nossa maior preocupação eram os professores de Webdesign, mas com uma conversa prévia, eles usaram, mexeram... E gostaram do dito. Só pediram para ver se era possível fazer com que ao clicar com o botão direito, tivesse uma opção para abrir o código HTML no Bloco de Notas do Windows. Saí à caça de uma extensão para o Firefox, e achei uma (Launchy), que abre no Wordpad, e ainda tem um monte de recursos. Instalamos, e quase tudo está bem. Quase.
Os professores de Programação para a Web resolveram criar sebo e encrencar com o uso da raposinha de fogo. Um mandou email solicitando que fosse removido o Firefox e recolocado o IE como navegador padrão. Respondi o email repassando uns 5 ou 6 links falando a respeito. Links esses que reproduzo abaixo:
- Blog da Cristina de Luca, ex-O Globo, falando que será adotado pela ABNT o padrão W3C como padrão oficial de webdesign no Brasil. Para quem não lembra, a W3C é quem determina o padrão DE FATO.
- Blog de um profissional de webdesign que fala a respeito do uso do Firefox, e da má qualidade do IE.
- Petição online para adoção oficial das normas W3C no Brasil
- Artigo da Associated Press falando a favor do Firefox.
- 101 coisas que você pode fazer no Firefox e que o IE não faz.
Anexei também os 2 relatórios de segurança do Secunia, que apontam 79 falhas para o Internet Explorer, e 12 falhas para o Mozilla Firefox. Ah, e expliquei: Precisam rodar o IE? Iniciar -> Executar -> IEXPLORE.EXE. Só isso, tá resolvido.
Adiantou porcaria nenhuma. Os bundões continuam chiando, jogando toda a culpa da incompetência deles no Firefox. Como vi, não leram o email, onde expliquei o insondável mistério de como executar tal navegador medíocre, e continuam reclamando.
Deixa eu contar uma historinha: Na 6a passada, às 19 horas, acabou a luz na escola. Breu total, vai todo mundo embora, tateando... E ninguém lembra de ir até a sala da rede e desligar os servidores, que estão pendurados no no-break. Acaba a carga, o no-break desliga, e vai todo mundo pro chão.
Corta para sábado: Aula de programação para Web, com Windows 98 e Personal Web Server (PWS), não funciona no Firefox. Professor microservo me liga enfurecido, falando cobras e lagartos dessa raposinha simpática, jogando a culpa nele. Eu calmamente oriento ele pelo telefone a fazer o mesmo teste pelo Internet Explorer. Mesmo problema. Ele sossega e vê que o erro não é do navegador.
Explico o problema: Quando cadastramos um DNS nos clientes, o Windows (esse sistema operacional cretino que a maioria usa), ao procurar um nome de máquina na rede, vai primeiro consultar no DNS. Só que, naquele dia, o DNS estava desligado. Por isso não havia como retornar o endereço, MESMO QUE O ENDEREÇO FOSSE O ENDEREÇO LOCAL. Ou seja, o Windows pergunta ao DNS quem ele é. No caso do Linux, tem um arquivo no /etc, chamado resolv.conf, em que você define a ordem de procura. Sempre mantemos começar pelo arquivo /etc/hosts, para depois o DNS. Assim, mesmo que o DNS esteja desligado, teríamos como acessar.
Explico a ele como abrir a sala, e ligar o servidor, para colocar o DNS no ar. Ele não consegue, e na 2a-feira joga a culpa no Firefox de novo. Caraca, que raiva! Eu calmamente explico tuuuuudo de novo. Não sei se ficou satisfeito, mas fiz o teste depois: Carreguei pelo Firefox no Windows, no Linux, no IE no Windows, no links no Linux, em tudo que é browser, uma página de uma máquina qualquer no laboratório, em que estivesse usando o PWS. Funcionou perfeitamente.
Conclusão: A culpa é do sistema operacional, e semana que vem teremos que aturar os toupeiras reclamando. O que mais me dói é que estamos numa escola, e na escola devemos pesquisar e inovar. Mas não, os "tranca-ruas cibernéticos" estão engessados em torno de algo que eles adotam como padrão, e não querem saber de mais nada.
PS: Teve um que disse que "se a gente seguisse à risca os relatórios de segurança, nem usaríamos Windows hoje em dia". Eu respondi: "Olha, se eu pudesse, eu migraria tudo para Linux, mas teríamos um problema, que seria acostumar o pessoal a jogar xbill ao invés de Paciência". Me poupem, please...
E enquanto isso, vamos levando. Ah, um último comentário: Deus abençoe o santo que criou o VNC, tem sido um achado para nós administrarmos os laboratórios.
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