02 fevereiro 2006

Peregrinação anual a São Paulo - 1o. dia

Segunda, 23 de janeiro de 2006


No momento em que escrevo essas linhas, estou num vôo da BRA para a paulicéia desvairada, para 3 dias de muita atividade; tem trabalho (ABUB), turismo nerd (Stand Center e Santa Ifigênia), pessoais (rever e papear com amigos), MSX (uma entrevista com um dos meus "heróis de adolescência")... Muita coisa!

Retornando um pouco: Pedi uma carona ao meu pai, e ele me concedeu, me levou até o aeroporto Tom Jobim, para pegar um vôo da BRA com destino ao aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. Como disse antes (clica aqui), R$ 256 por ida + volta + taxa de embarque... Foi um ótimo preço.

Voar sempre é divertido, mesmo que seja um vôo bem curtinho. No aeroporto, não resisti: Espetei o carregador do Palm na tomada, liguei ele com o módulo de rede wireless... E fui navegar em alguns blogs. Até escrevi um comentário no blog do Rigues, e depois postei sobre o mesmo assunto (bem aqui). Chamada, entro... Não tem lugar marcado. Pega a fila do embarque e senta onde der. Como o vôo é curto (40 minutos), nem esquentei com a falta de serviço de bordo (da última vez ainda tinha refrigerante, agora nem isso!), mas achei esquisito apagarem as luzes, sendo de noite mas ainda relativamente cedo (20:30).

Leio uma Linux Magazine atrasada (nessa viagem acabei as edições 9 e 10), quando me surpreendo com a visão da cidade toda iluminada, abaixo. Eu já gosto de skylines, então ver Guarulhos de cima foi um prato cheio. O que sei, é que voar é muito legal, e gosto dos momentos de decolagem e aterrisagem: A sensação de que o avião para na cabeceira da pista, respira fundo como um saltador, toma impulso e sai correndo feito um louco, até que salta... E aí ninguém mais segura.

Voltando... levei duas malas: Uma mala velha, cheia de roupa, que foi inclusive lacrada até demais. Um eventual bandido iria achar que lá tem alguma coisa de precioso... Além de cuecas, meias, um cinto... "Cinto" muito! (horrível, eu sei). A outra era uma mochila preta, que comprei pouco tempo antes, e que transporto o que é eletroeletrônico: notebook, carregadores, Palm, câmera, etc. E sempre que vou para a esteira do desembarque, vem aquela perguntinha: Será que a mala vem? Sei lá, tanta história...

Desço no aeroporto, e ouço na cabine: Temperatura local de 21 graus. Verão, hein? E só eu de bermudas... Fico esperando o ônibus. Que ônibus? Explico: A BRA tem um serviço de ônibus, que transporta passageiros de Guarulhos para Congonhas, ou para o Terminal da Barra Funda, o que é perfeito para mim: De lá tomo o metrô. A vinda do infeliz demora mais do que o vôo em si (quase 1 hora). Mas pego, desço na Barra Funda. Uso um bilhete que comprei em 2005, ainda 2 passagens! Cool. Pego o metrô até a Sé, e depois desço até a Vergueiro.

Enquanto isso, continuo minhas observações, de carioca visitando São Paulo: Realmente tem mais fumantes em São Paulo do que no Rio. Márcio diz que é por causa da opressão que a cidade causa. Muitos não aguentam a barra. E outra constatação é que paulistano se esconde atrás de shopping. Como tem Chópi Sentis nessa cidade, caramba!

Encontro com o Spy na Lanchonete Nova Era, perto do metrô da Vergueiro, na Aclimação. Lá também estavam um casal amigo dele, Maurício (músico) e Ana Paula (professora), além da Gisele, a acompanhante dele naquele dia (e nos outros subseqüentes). Tomo um refrigerante, que o Spy insiste em pagar, e depois vamos para o Teta Jazz Bar. Sim, o nome é esse, pois os donos dizem que "não há nada mais aconchegante do que o seio de uma mãe". E essa é a idéia do bar. Não achei o site do Teta (mesmo porque não deve ter), mas achei duas entradas em guias, uma aqui e outra aqui. Todas, muito favoráveis.

O bar é realmente aconchegante (o nome indica isso), com paredes vermelhas e iluminação pouca, com o objetivo de criar intimidade. Curiosamente, o banheiro fica embaixo, numa escada que desce. O pé direito do prédio é bem alto, o que aponta uma construção antiga, e com um cardápio interessante. Acabei pedindo uma porção de iscas de atum, para enrolar o estômago. Muito gostosa, mas só achei que demorou um pouco a vir. Ah, o bar tem música ao vivo, e que música! Gostei muito da banda de jazz que tocou: sax, guitarra, baixo, bateria. O saxofonista era, em particular, excelente. Maurício me disse que para tocar no Teta é difícil, porque eles tem muitos músicos cativos do próprio bar, que tocam sempre lá, e que são bem seletivos com quem vai tocar e o quê. É, é certo, isso, afinal, eles vivem de freguesia. Um barzinho na frente de um cemitério, em Pinheiros, não é daqueles que atrai freguesia pura e simplesmente por estar lá, pelo contrário.

São Paulo é muito mais 24 horas que o Rio, logo barzinhos que ficam abertos a noite toda é razoavelmente comum. No Rio, só em região turística. E engraçado, era alta madrugada de terça-feira, e tinha um povinho no Teta... Saimos do Teta bem tarde, mais do que gostaria de lembrar... Isso, depois de papos filosóficos com o Bruce, amigo do Spy (e de ser apelidado por ele de Gentle Giant), de conhecer melhor o Maurício e a Ana Paula, e de lembrar que em Sampa só se dá um beijo no rosto, não dois. Ainda demos carona para os funcionários que ficaram, e seguimos, rumo a Santana, Zona Norte, onde o Spy está agora, com o Lud, dividindo um dois-quartos (metade do custo, segundo ele).

Ao chegar lá, comemos torradas com caviar de salmão (nossa, me senti chique e tudo - o gosto é bom, mas forte), cortesia da mãe da Elena, amiga do Spy. Ainda papeamos mais um pouco. Fomos deitar lá pelas 5:30, torrados e moídos, embora tenhamos nos divertido muito.

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