Voltei ontem do Congresso Missionário da ABU, o Missão 2006. Estive lá de 3 a 8 de janeiro, dias que eu nunca esquecerei, que marcaram a minha vida como cristão, dias que mais uma vez reafirmaram a Esperança Viva em Jesus Cristo, como Senhor da História e Salvador de almas (inclusive a minha).
Tem muuuuuuuita coisa que eu pretendo contar aqui, a respeito do congresso. Não vou fazer uma lista com tópicos aqui embaixo porque eu acho chato fazê-la agora, e vou deixar coisas de fora. Mas algumas coisas eu relatarei aqui.
Foram mais de 900 pessoas, tendo representantes de 17 países, sendo vários da América Latina (Chile foi o maior grupo), que afundaram a cara na 1a carta de Pedro, durante os 6 dias.
Diversos palestrantes, muitos seminários, onde foram discutidas questões como racismo (Movimento Evangélico Negro), fé cristã e política (Movimento Evangélico Progressista), ecologia (A Rocha), manifestações contra a injustiça (FALE), entre outros. Reuniões e encontros de pesquisadores e educadores cristãos (ABPEC), evangelização entre tribos urbanas (Comunidade ARCA), com crianças (Rebusca e Mãos Dadas), como missionários biocupacionais (Interserve e AFTB), entre povos não-alcançados (AME, JUVEP), com teatro (Grupo IDE), entre estudantes (ABUB e CIEE), entre muitos outros. Missão integral da igreja, com a Visão Mundial, aconselhamento pastoral com a Eirene e estudo de teologia com a Faculdade Teológica Sul-Americana. Muita coisa! Oferta de conversa com gente do CPPC (Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos) no Oásis, preocupação com ecologia (o crachá era uma apara de eucalipto, e o manual, impresso em papel reciclado, por exemplo), filmes, teatro e apresentações musicais (uma banda de hard rock incluída). A programação oficial começava às 7 da manhã, com o café, e encerrava às 23 hs, com o pedido de silêncio, nem sempre respeitado pelo povo que queria cantar, dançar e louvar a Deus (na última noite eram 2 da manhã e um grupo de algumas centenas na Arena, cantando).
Promoções de livros das editoras presentes (GW Editora, Ultimato, Descoberta e ABU Editora); muita coisa interessante para adquirir: camisas, adesivos, calendários, chaveiros, pins e muitos outros à venda na ALCA (Área de Livre Comércio das ABUs); cartões do FALE disponíveis, calendários da CIEE (já substituí o meu, da porta do quarto) e ofertas das revistas Soma e Ultimato. Os grupos pequenos, onde estudamos, a cada dia, um capítulo da carta de I Pedro, e conversamos sobre, aprendendo juntos. No meu grupo tinha o líder, que está se formando em Agronomia na Rural-RJ, um pastor batista brasileiro que mora em Toronto, Canadá, um inconverso (temos fé que ele chega lá) e 3 abeuenses com mais de 10 anos de estrada. Foi uma loucura, mas uma loucura divertida.
Música cristã de excelente qualidade! Louvor que misturava cânticos congregacionais antigos (alguns com roupagem nova, como em ritmo de samba e forró), coros que todo abeuense adora (como o "Xote da Vitória", e "Convite à liberdade"), louvor lindo que eu mesmo não conhecia, e até umas pitadas de música secular (como "A Cura", do Lulu Santos). Louvor com violão, guitarra e bateria, mas também com bandolim, atabaque, violino e viola caipira.
E as conversas! Nossa, que oportunidades boas de serem aproveitadas. Papos mil, rever amigos e fazer novos. Conversas transculturais, em ingreis arranhado ou portunhol com boa vontade. Estabelecer contatos e "trocar figurinhas", comentar experiências e rir juntos de situações, passadas e futuras. Falar com pessoas que a gente conhece melhor de ler o que escrevem, e da sua caminhada com o Senhor, mas notar que são gente como a gente, e que também adoram um bate-papo e uma boa piada.
Aliás, piadas que não cessam nunca, como deve ser sempre num evento de ABU. Como a lembrança dos participantes do Congresso Missionário de Curitiba 76, "aqueles que passam carbono-14 na cara". Ou, ao falar da ALCA (da ABU, não a outra), sairmos cantando o corinho "ALCA mais que a neve". O "Ministério da Árvore (*)", e o povo que quer subir na dita cuja, para ver se encontra o seu amado, ou o povo que fica "orando" até altas horas, sacrificando o café. Palestrante dizendo que está pintando a barba de branco para ver se passam a levar ele mais a sério, e gente que faz uma grande mistura, mistura santa, ao relacionar fé, senhorio de Cristo, paixão, a FUNAI e o destrato dado aos índios.
Esse foi o Missão 2006. Foi um congresso para marcar nossas vidas, remexê-las e repensá-las, à luz do que Deus quer para nossas vidas: Proclamação e participação num contexto de relação. Tive a alegria de poder ajudar, cedendo meu notebook para dois seminários (conseqüentemente, no meu falei de improviso), consertando alguns micros e notebooks, e ajudando no que pude. Assistir uma conferência dada em espanhol, com dois notebooks montados e um cabo de rede ligando-os (5 Gb de MP3 para lá, 5 Gb de MP3 para cá), tentar configurar um roteador wireless (puxa Alexandre, eu nunca mexi num, da próxima arruma o manual!) e quase aprontar um notebook (faltou a Internet para baixar o driver)... Foi uma alegria. Agora, sou parte integrante da Diretoria Nacional da ABUB, como Diretor Financeiro, tomando o lugar do Péricles Couto (não tenho que mexer com dinheiro, graças a Deus), e deixando por um tempo a assessoria auxiliar, mas ainda apaixonado pelo Senhor e por essa obra que Ele colocou nas minhas mãos (e nas mãos de mais de 900 pessoas) para fazer. Deus nos abençõe, e me ajude a desempenhar bem o meu papel pelos próximos 4 anos (até 2010 estarei marcando ponto). Comentei com o Secretário Nacional (Ricardo "Malária" Wesley) que estou morrendo de medo da função. E ele me responde: "Muito bom, isso é um primeiro passo!". É, eu também acho. Assim serei mais dependente de Deus e menos dependente de mim. Vamos ver.
E tudo isso ocorrendo em Viçosa, MG. Ou seja, numa típica cidade do interiorrrr, com sotaque mineirrrro forrrrte, com um doce de leite maravilhoso, uma bela universidade, a Ultimato, o CEM... E só. Não há muito o que ver lá além disso. Mas como disse, uma cidade pequena e simples, daquelas que encaixa bem na música do Karnak, que ouvi no carro do meu amigo Carlinhos, a caminho do Espaço Multiuso: "Juvenal, Juvenal, vem tirar o leite, são 6 horas da manhã...".
Mais à frente falo mais do Missão 2006. Por enquanto, estou me reorganizando, em breve coloco os álbuns de fotos no ar. Será nesse link aqui.
(*) Valdir Steuernagel conta que, a primeira vez que ele olhou para a Silêda (sua esposa) e a olhou não apenas como amiga, foi no Congresso de 76, quando eles subiram juntos numa árvore para colocar uma faixa. Daí, o "Ministério da Árvore".