Trabalho 2: Vem cá, eu te conheço?
É incrível como certas pessoas, que se tornam suas amigas, também ficam abusadas. Fiquei ofendido com uma amiga do trabalho que virou ontem para mim e criticou a hora em que eu chego para trabalhar:
- Isso são horas, você está saindo de casa e já estamos quase na hora do almoço?
- Ontem eu fiquei aí até as 9:30 da noite, por isso relaxei para chegar agora.
- Ah, 9:30 de ontem eu estava fazendo a janta para o meu filho!
- Aí, é um problema seu. A coordenação sabe e não reclamou comigo disso...
A discussão seguiu mais um pouco, o que me deixou realmente incomodado. Chateado, eu diria. É, é chato quando você fica decepcionado com as pessoas. Isso acontece com todo mundo, e eu deveria esperar isso dela. Depois fiquei lembrando umas coisas (pena que não falei na hora):
- Na quarta-feira ela só tinha quer ir para a reunião da equipe, que não houve. Logo, ela não trabalhou. Nem à escola foi. Enrolada, hein?!
- Eu fico às vezes, de casa, conectado aos servidores trabalhando. Ontem, inclusive, fui dormir perto das 3 da manhã resolvendo um problema de um servidor para que os alunos dela tenham acesso às apostilas hoje, e não na segunda-feira somente. Da próxima vez eu vou acordar ela quando eu terminar o trabalho, lá pelas 2 da matina.
- Eu discordo em quase 100% da vida pessoal dela, mas nunca critiquei ou falei algo diferente, em tom de crítica. Já opinei, falei, aconselhei, discordei... Mas nunca aos berros, ou em tom de reprovação.
- Vem cá, eu dou a ela direito de ficar dando pitaco na minha vida? Eu acordo sempre até as 9 da manhã, mesmo tendo ido dormir às 3:30, às vezes. E ela com isso? Problema meu.
Se alguém que lê esse treco aqui lembra dessa história, da panela de pressão e do gato (clica aqui para relembrar), sim, era com ela. Os alunos já tentaram fazer "conta de chegada" para ver se eu e ela temos um caso... Mas eu já disse (inclusive para a Maria Cláudia) que nem que fosse para salvar a humanidade da extinção. Gosto dela, é uma amiga querida, pessoa muito bacana, doidinha... Mas só isso. Ou, como diria aquela propaganda da velhinha com o presunto Sadia: Nem a pau, Juvenal.
Não é da minha alçada que ela é separada, que foi noiva 5 vezes, que até hoje não está divorciada do ex-marido, que trata os seus alunos como filhos (com as implicações positivas e negativas que isso traz a um bando de adolescentes), que trata o filho dela (que está indo para 9 anos) como se fosse um bebê recém-nascido (isso é fruto de carência dela), que surtou mais de uma vez, que fala demais de sexo com a molecada que só pensa naquilo (quem não faz, pensa demais), que é barbeira no trânsito (não tem uma semana que não tenhamos histórias para ouvir), que é explorada pela família... Eu não tenho nada a ver com isso. A vida é dela, e pronto. Mas eu quase sempre discordo dela. Sem brigas, claro.
No próximo post conto por que eu emburaquei até as 3 da manhã de casa, remontando um servidor remotamente.
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