05 fevereiro 2011

Relatos de Campus Party - terceiro dia

Vamos ao terceiro dia de Campus Party, a sexta-feira, dia 21 de janeiro. Bem, esse acabou sendo o dia dos podcasts, pois todas as atividades relacionadas foram concentradas pela organização nesse dia. Acabou sendo muito bom, pois foi um dia em que eu cheguei bem cedo (antes das 10 horas), e de lá só saí para jantar... Num rodízio de pizza.

Minha estratégia sempre é comer muito bem no café da manhã (e como comi mamão esses dias...), para depois só jantar. Nada de almoço. Na 3a, comi no Habib's com o Capitão Nelson Wakai. Na 4a, fui sozinho para o imperdível Esfiha Chic, próximo ao hotel e detentor de originais esfihas de catupiry e calabresa (fora as tradicionais, de carne, frango e queijo). Na 5a, comi um yakisoba júnior e refrigerante na própria Campus Party (R$ 11!). Não fui à Choperia Opção para beber c/ o povo por querer aproveitar o tempo em q estava na Campus... Para downloads. Ah, tá, tem as conversas tb. E q conversas boas! O tempo investido na conversa c/ o Sérgio Vieira (Impressões Digitais) foi excepcional, e ainda rendeu um networking: Entreguei cartões para parte da organização da Campus, como o Edney Silva (Interney). Quem sabe ele n vira ouvinte nosso?

É claro que o interesse de muitos não era só debate e conversa, oficina e palestra: A maioria foi lá aproveitar a banda larga disponível para baixar tudo o que pode e mais um pouco. Chega a ser assustador ver que teve gente que praticamente não levantou a bunda (gorda ou magra) da cadeira nem para comer. Os gamers ficaram lá, como que em clausura. Não os recrimino na questão do download pois fiz igualzinho, e desci algo em torno de 80 Gb de dados. Não enchi o HD, mas foi o bastante para animar o meu netbook. Antes que alguém me acuse de pirata, 2 comentários:
  • Desci 6 DVDs de Linux: O último DVD-live beta do Ubuntu 11.04 (o Natty Narwal) e TODA a Debian 5.0.7 (Squeeze). Nisso já vão 6 DVDs, que desceram em média, a 2 Mb/s.
  • Pirataria é crime. Afundar navios dá cadeia. Compartilhar não é crime.
Aproveitamos a banda, mesmo com as deficiências que ocorreram. Os downloads diretos vieram bem rápidos, coisa de 6,83 Mb/s (Ubuntu a partir da Locaweb) e média de 2 Mb/s, no caso da Debian.

As falhas de infraestrutura eram claras, e sempre fala-se que uma boa organização é aquela que não se vê trabalhando, mas tudo segue normalmente. Nesse caso vimos muitas vezes a organização da Campus Party apagando incêndios, felizmente nenhum literal. Olha a lista até então:
  1. Na terça, dia em que cheguei a São Paulo, a chuva foi a vilã (segundo a Eletropaulo), e provocou a queda de luz no pavilhão por mais de uma hora, sendo precedida por outra queda, agora curta. Houve a procissão da Santa Banda Larga, gente pedindo uma graça... E depois ocorreu. Bem, segundo a Eletropaulo a queda de luz foi em todo o bairro, como disse. Mas alguns campuseiros relataram-me que viram todo o bairro aceso, e só o Centro de Exposições Imigrantes apagado. Ora, será que eles não preveram a possibilidade de um apagão? Afinal, quando chove em São Paulo no verão, é chuva violenta, com possibilidade de quedas de luz. O aluguel de um ou mais grupos geradores ia bem. Economizaram por um lado mas chamuscaram a sua imagem no outro lado.
  2. Na quarta, como já devo ter relatado, algumas bancadas estavam sem acesso à rede. Essa falha ocorreu novamente ao longo de alguns dias, com picotes na conexão, o que desagradou algumas pessoas (ou muitas). 
  3. Voltando à sexta, tivemos mais duas quedas: A primeira foi no início da tarde, e que fez o MalcomTux pular da cadeira ao meu lado e gritar, socando o ar: "Dez minutos!". Não entendi nada, mas ele explicou que a organização do evento prometeu a retomada total da energia elétrica em no máximo 10 minutos. Levou 15. A queda foi contida em parte pelos geradores que mantiveram o cubo de vidro da Telefonica no ar, e alguns pontos estratégicos. Mas nessa, a rede foi paralisada novamente. Para ser exato, houveram 2 quedas da rede na sexta, como vocês podem ver nessa foto do tráfego. Se vi direito, o consumo de banda não alcançou o topo oferecido pela patrocinadora do evento, mas mesmo assim houve cortes e com isso reclamações.
  4. A infraestrutura montada pela Telefonica deixou a desejar em alguns momentos, e o acesso quase instantâneo a alguns sites ficou mais lento do que na minha casa, com o meu ADSL de apenas 2 Mbps, acreditem se quiser. No caso de torrents, a flutuação é normal, mas a variação era maior do que a esperada. Muito maior.
Voltando ao dia dos podcasts, além das múltiplas gravações ocorridas (Radiofobia, Guerrilha Geek, Dimensão Nerd, entre outros), tivemos a oficina do Gustavo Guanabara sobre podcasts. A oficina foi muito boa por vários motivos:
  • O Gustavo é professor, então sabe como falar em público para uma audiência numerosa, com um linguajar apropriado. Quem lida com adolescentes em sala de aula e é bem sucedido, é capaz de fazer qualquer coisa.
  • Ele tem muita experiência com palestras, e com podcasts. Logo, qualquer dica é útil.
  • Ele não se prendeu às ferramentas, apesar de precisar delas para apresentar como as coisas funcionam. Claro que não gostei dele falar mal do Audacity, e nem todos tem dinheiro para comprar o Soundbooth ou o GarageBand. No final das contas, nem ele mesmo gostou, pois numa conversa (gravada) com o Vinícius Schiavini (Kombo Podcasts), ele falou que foi infeliz na sua afirmação. É, eu concordo, o Audacity não é o melhor programa para edição de áudio, mas é muito bom, embora gaste muito espaço com dados. E sim, ele trava. Mas já aprendi a contornar o seu gênio temperamental... Se bem que o Gustavo gosta do Mevio, o que eu abomino. Aí fica no "elas por elas".
  • Ele falou não só da parte técnica, mas também falou de estatísticas, como contabilizá-las, e algumas dicas de sites que podem fazer esse "serviço sujo".
A oficina foi ótima, e tive inclusive algumas idéias sobre edição que envolvem o Ardour (o "clone" open-source do ProTools) e o Audacity. Preciso estudar o primeiro. Gostei do que ouvi, apesar do marketing pró-Apple...

Logo depois, no palco principal, o pessoal do Nerdcast, Alexandre Ottoni (jovemnerd) e Deive Pazos (azaghal). E parte da turma se manifestou por lá: Eduardo Spohr ("A Batalha do Apocalipse"), BlueHand, entre outros. Não, não fui lá olhar eles. Por quê? Porque não havia nada de novo a ouvir... Embora fosse algo realmente novo: Eles fizeram um NerdCast ao vivo, praticamente. Mas, o que mais incomoda nem é o status de "estrelas nerds" que eles alcançaram. Não os invejo, e nem desejo ter essa posição. O que incomoda mesmo é o nível de fanatismo que alguns fãs deles tem: O Deive comentou que um fã desmaiou ao apertar a mão dele. No palco, fãs só faltaram dizer que o NerdCast ajudou ele a curar um câncer, obter a paz mundial ou revolucionar a ciência. Falaram, falaram, falaram... E não disseram nada.

E quanto às estrelas? Olha, de estrelas não tem nada, ambos são muito simpáticos. Só não falei com eles por não ter parado e tido a oportunidade. Minha timidez também não ajuda, e fiquei em débito com o Eduardo Moreira (TargetHD e SpinOff), além de ter falado tão pouco com o Jurandir Filho (RapaduraCast). Quando sentaram para gravar a seção de emails do NerdCast 241, na mesa de som do Leo Lopes (Radiofobia)... Logo se avoluma uma pequena multidão para assistir o evento. É bacana vê-los, apesar de serem estrelas de primeira grandeza dentro da constelação da Campus Party, sentando na bancada de podcasters, batendo papo, falando abobrinha e rindo, como a gente fez em boa parte do tempo.

Rir, aliás, é o melhor remédio, e o Radiofobia, na pessoa do Leo Lopes e do Quessa, e com o auxílio do Tarcan, do Professor Maury, da Dani Monteiro e de tantos outros protagonizaram dois dias de maratona podcastal, a #maratonapod. Foi tão comentada que chegou ao 2o lugar nos trending topics do Twitter no Brasil. O Leo tem curso de radialismo, sabe fazer um programa ao vivo, e leva o Radiofobia como se fosse um programa de rádio AM. Não é à toa que ganharam o prêmio Podcast de melhor podcast de humor. Na 6a, a mesa de som, o iPad usado para scratches, os notebooks e os microfones profissionais deram lugar a um potente gravador com entrada para mais 2 microfones, e a corrida para os lados, para catar possíveis convidados (ou não) para um programa especial Campus Party do Radiofobia. A Maratona Podcast foi transmitida via Twitcam, e foi simplesmente hilária. Queria ter visto mais, tentarei procurar posteriormente na rede.

A chuva desabou de forma BEM violenta às 14 horas desse dia, e um vento fortíssimo uivava do lado de fora do Centro de Exposições Imigrantes. O Vinícius chegou encharcado, o Tiago Andrade quase foi levado pelo vento (filé de borboleta...), e tive que fechar o meu netbook por causa dos respingos de água. Sim, respingou água dentro do pavilhão. E eu estava no MEIO do pavilhão, estávamos muito próximos ao centro do mesmo, onde estava o cubo de vidro da Telefonica, ao lado da "sala de imprensa" e do quiosque da assistência técnica (que desassistiu alguns conhecidos meus).

Mas, vamos ao debate. E lá estavam Mafalda (do Monalisa de Pijamas), Alan Polar (do Nerdrops), Eduardo Moreira (TargetHD e SpinOff), Leo Lopes (Radiofobia) e o Maestro Billy (do programa do Luciano Hunk, da ABEPOD e por aí vai). Foi um debate rico, com inestimáveis dicas sobre pautas, convidados, montagem, direitos autorais de músicas, e principalmente a transformação do seu podcast em algo profissional: A necessidade de um media kit, estatísticas de acesso...  A mídia podcast ainda é muito nova, e a maioria das agências de publicidade não despertaram para esse novo meio de propaganda. Formatos de áudio, histórias engraçadas, problemas... E quando acabou a luz, aí é que a coisa desandou, com o Leo Lopes fazendo muita piada corporal (fica feio falar que o amigo estava fazendo macaquices), e o Moreira indo questionar, na platéia, quem viu e gostou do final de Lost... Felizmente (ou não) o microfone estava s/ funcionar, mas o streaming de vídeo continuou, graças aos no-breaks. Se não editaram, experimente ver e tentar ler os lábios do Moreira. Sim, ele nunca gostou de Lost, o que é uma novidade para todos que nunca ouviram o SpinOff. Engraçadíssima, além de preciosa conversa.

Nessa noite tudo terminou em pizza, na Mansão da Pizza, no Ipiranga. A mesa tinha mais de 40 pessoas, com um bocado de gente comendo como animais. Infelizmente vários não foram porque senão fecharíamos um andar todo da pizza. Conversas sobre a organização, trânsito, entre outros. Revi o Ock-Tock (Máquina do Tempo), conheci a Vana Medeiros (SpinOff Podcast), e comemos como ogros famintos na companhia de dois piratas da melhor/pior espécie, o Maycon (jabour_rio) e o Júnior, do Baú Pirata.

Na volta, caminhada junto com o Tiago Andrade até o metrô (15 a 20 minutos), e dali, até o hotel. Depois de um banho, notebook ligado, 3G ativado, conversa via messenger... E cama. O outro dia seria ainda mais extenso, com Santa Ifigênia e o Steve Wozniak.

Marcadores: , , , , ,

0 Comments:

Postar um comentário

<< Home