Sobre quadrinhos
Enquanto o Brasil se engalfinha com o time de Gana, eu vou escrevendo essas minhas missivas... Sobre a Nona Arte. Novamente minha mania de colocar em tópicos vai acabar imperando, logo...
Tem uma editora nova na praça, a Pixel Media, que entrou com Milo Manara, Madman (material mais do que comentado do Mike Allred - isso quando eu importava revistas, há uns 10 anos), Nexus (também muito elogiado), e o Corto Maltese, que eu falei nesse link anteriormente, em setembro de 2004. E o que achei muito bom, é achar esses quadrinhos em bancas de jornal. Tá certo que R$ 33 não é troco, mas encontrar esses álbuns numa banca no centro da Taquara... É muito bom! Eles estão investindo um público mais adulto, que pode gastar um pouco mais por material de qualidade. A própria Abril disse isso por ocasião do lançamento daquelas edições grossas, de R$ 10, do Batman e do Superman, e que durou 23 números. Só que a Abril não soube sustentar e acabou parando com tudo (ficou o Spawn - que agora está na Pixel - Disney e outras coisas menores). Ah,depois de futucar um pouco, descobri que a Pixel Media é do grupo da Ediouro. Há algum tempo ouvi que a Ediouro queria entrar forte no mercado de quadrinhos, e começou com as quadrinizações de Star Wars e quadrinhos europeus, como Aldebaran. Agora é a segunda etapa. Que venha a Ediouro, porque o mercado está precisando de coisa nova.
Comprei também o Shockrockets, álbum escrito e desenhado pela dupla que fez o Identidade Secreta, que eu comentei por aqui. O traço é muito agradável, e a história, razoavelmente interessante. É um pouco pós-apocalíptico (guerra contra invasores alienígenas), aventura, um jovem cadete da equipe (os Shockrockets do título) que salva a pátria... Quem está acostumado com anime e mangá, já viu algo desse tipo. A lista é quilométrica. Mas quem não viu, é novidade. Vamos ver se é bom, e mês que vem começo a comprar o Corto Maltese.
O Melhor da Disney, com o material do Carl Barks, já emplacou o volume 21. Eu estou comprando todos. Mas acreditem, ainda não comecei a ler! Não tive tempo. Carl Barks vale a pena ter, para mostrar aos filhos como se conta uma boa história em quadrinhos. E, para o próximo que me lembrar do livro "Para Ler o Pato Donald", dos chilenos Ariel Dorfman e Armand Mattelart, eu recomendo que leiam os links que passei, inclusive essa entrevista, sobre o que falam a respeito desse livro. São os mesmos que iriam descer a lenha em mim, por conta da Copa do Mundo, e que critiquei nesse post aqui.
Vem aí a Crise Infinita, nova maxissérie da DC, onde vão rebootar o universo (como diz meu amigo Piter Punk) e sair fazendo faxinas. Mataram o Besouro Azul (eu gostava do Ted Kord, que droga), rolou a Crise de Identidade (com a esposa do Homem-Elástico sendo morta), e um monte de coisas vai acontecer. A humanização dos heróis da DC está cada vez mais clara. Quem leu Crepúsculo dos Deuses sorri ao ver a Mulher-Maravilha confessando que sentiu medo; Jonn Jonzz (o Ajax, para os antigo) mostrando sua complexidade; o Flash chorando de tristeza por não ter podido salvar duas crianças mortas num incêndio, ou outros momentos. Quem acompanha sabe disso. E essa série é baseada na quebra de confiança que ocorre entre os três pilares da Liga: Superman, Batman e Mulher-Maravilha. Tem o sumiço de um ano, de alguns dos personagens (e a aposta louca da DC, "52", uma revista SEMANAL), muita coisa.
Mas confesso que estou meio sem paciência de acompanhar outra maxissérie. Gostei de Jogos de Guerra, que li recentemente. Não é nada extraordinário, mas também não é tão ruim assim. Li algumas outras... Mas não estou com paciência de acompanhar uma série longa e esticada, que vai tentar reiniciar o universo DC para quem não o conhece, fazer uma grande faxina, e ainda botar no chão uma das instituições mais interessantes desse mundinho, que é a Liga da Justiça. É provável que eu pare de comprar por algum tempo, e talvez volte no futuro.
Agora, Esse Grandes Clássicos DC, do Lanterna Verde e do Arqueiro Verde... Que coletânea de histórias sensacionais! Eu estou lendo devagar, saboreando as histórias. Que trabalho bem-feito. O traço do Neal Adams é lindo, maravilhoso, quem lê Batman hoje em dia se deslumbra com o trabalho bem-feito dele, e vemos a influência que ele exerceu em todos os desenhistas posteriores (Jim Aparo é com certeza o mais semelhante). Mas o roteiro... Que roteiro interessante! Oliver Queen, Hal Jordan e um guardião de Oa viajam de caminhonete pelos Estados Unidos, conhecendo o país, e aprendendo, olhando, observando e punindo culpados. Uma mostra de que nem sempre tudo é preto-e-branco, mas existem milhares de tons de cinza. Os questionamentos do american way of life, a questão dos índios, dos pobres e necessitados, dos ricos opressores... Engraçado que eu vi isso assim também na Bíblia, com vários profetas e escritores (de Isaías a Tiago) criticando severamente a injustiça social, dizendo que isso é pecado.
Vale a pena lembrar duas passagens da primeira história, O Mal Sucumbirá Ante Minha Presença!: Uma, quando um senhor negro pergunta ao Lanterna Verde qual a razão dele trabalhar para anões azuis (os Guardiões do Universo) e de ter ajudado povos laranjas e roxos de outros planetas se nunca ajudou os negros. O Lanterna não tem como responder. A outra é uma fala do Arqueiro Verde, que reproduzo aqui: "Um negro muito bom morreu nas ruas de Memphis... E um homem branco muito bom morreu em Dallas! Aqui tme coisa errada, um troço matando todo mundo... Um câncer moral apodrecendo nossas almas!". E atrás do semblante entristecido do Arqueiro, fotos de Martin Luther King Jr. e John F. Kennedy. Valeu cada centavo dos R$ 25 que custou, parabéns à Panini, que em breve publicará o segundo volume, onde teremos o auxiliar do Arqueiro (Ricardito) viciado em drogas, entre outras coisas.
E por último, cadê o XIII, que a Panini anunciou e até agora nada? Eu ainda não achei, nem a minha gibiteria favorita (fica perto de casa, hehehe) tem essa revista. Eles anunciaram para abril, maio... Estamos em junho e nada. Estou curioso para ler, pois tem muita gente elogiando o material (baseado em "A Identidade Bourne"), é material francês (Dargaud é a editora), e é desenhado pelo Vance (um dos desenhistas do Blueberry, acho que dasérie do Marshall Blueberry). E cadê elas que não chegam? Aliás, a Panini falou que iria publicar o Blueberry também, como é, cadê?
Acabo esse post contente pelo Brasil ganhar de 3 a 0 de Gana. Que venha o próximo, seja Espanha ou França. E vamos continuar a sessão.
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