20 fevereiro 2008

Telhado dos outros não é de vidro

Do lado esquerdo, a inquilina já está morando, mas o pedreiro dela ainda falta terminar algumas coisas, como a pintura. E a idosa senhora (de 82 anos) tem sofrido inclusive com o barulho vindo da minha casa. Explico: Resolvi fazer umas prateleiras no fundo do lavabo (um corredor de 80 cm de largura por uns 2,5m de profundidade, debaixo da escada), para aproveitar o "canto morto". Colocaríamos material de limpeza por lá, material de uso para a obra (ferramentas emprestadas, por exemplo), e coisas para carro, como por exemplo um pneu que Cláudia tinha guardado, na casa dos pais dela. Duas semanas atrás, estou eu furando revestimento e parede para prender as quatro prateleiras. Uma ficou um pouco torta, outra não ficou tão bem presa assim... O problema foi esburacar a parede com uma furadeira Bosch antiga (era do meu avô), na posição de martelete (que faz uma barulheira danada)... Às 11 da noite. Acabamos parando para assistir um vídeo no notebook, passamos da hora... E lá vou eu, abrir um buraco para bucha 7 mm com uma broca de 6,5... Fico imaginando o diálogo da mãe com a filha (que é quem está bancando a construção da casa): "Filha, estão derrubando a casa do moço, e agora é de noite!"


Falando em vizinha... E o telhado? Uns pedreiros lambões pediram para subir no telhado dela, para fazer o cordão e o acabamento do telhado da minha casa. Nesse meio-termo, quebraram umas 40 telhas da casa dela. Há quem diga que usaram um carrinho de mão sobre o telhado, sem proteção alguma. Absurdo, né? Só pude pedir mil desculpas à filha dela, Dna. Cavina. Mas isso não
é comigo, é com o pessoal que está construindo a minha casa, eles tem que acertar com ela o pagamento das telhas, o que é muito justo.

O problema é que, muito justamente, ela proibiu o pessoal de subir no telhado dela para terminar o acabamento, ou seja, os 25% restantes. Logo, faltou no canto de trás, à direita, o acabamento. Junta-se isso a chuva, que torrencialmente maltratou o Rio de Janeiro recentemente... Eu ajudo, repassando a seqüência, na ordem:

  1. Água empoça na laje.
  2. Água busca sempre um caminho para escapar.
  3. Água escorre entre o muro e a laje.
  4. Água vai para o teto rebaixado de gesso.

Resultado:
Um buraco no meio de uma placa de gesso, do diâmetro do meu polegar, resultado da velha máxima "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura". Um buraquinho na sanca, por onde escorreu água até o chão do escritório, e 2 placas de gesso que precisam ser repintadas. E tudo isso em cima da escrivaninha da Cláudia!

Fechei o buraco com cola de silicone, como paliativo, e lá fui eu, rastejar no telhado, que é colonial (no ponto mais alto, 2 m. No canto... Zero), me encaixar num espaço com uns 40 cm de altura, para colocar uma bacia, plástico, madeiras e tijolos (sobra de obra encontrada no telhado),
para evitar novo alagamento. Com essas chuvas, somam-se 5 baldes cheios que tirei do telhado, sendo que na penúltima chuva (que fez sair água por tudo que é lado), foram 2 baldes. E eu, tirando água da bacia para o balde usando um copo... Mas essa semana o pedreiro da vizinha vai fazer aquele acabamento, e o problema será resolvido. Temos fé.

No vão da escada, não temos laje, só o gesso. Motivo simples: Se eu quiser subir a casa e fazer um 3o andar, só cortar o gesso e subir a escada. Nada de quebrar a laje. Como diz o Dr. Venom, "Sua casa tem slots de expansão!". Isso seria ótimo, se não houvesse uma goteira sobre o teto de gesso, que eu acabei resolvendo ao estender um plástico grande sobre o mesmo vão. Melhorou, mas quando fizer o cordão do telhado, será finalizado.

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