16 novembro 2006

Rant e resenha fudeba: Fedora Core 6

Ao contrário de algumas pessoas da comunidade Linux, que são "especialistas" numa distribuição só, eu gosto de ser ecumênico na minha escolha. Acho que um bom profissional tem que saber se virar com qualquer distro. E já que eu tenho um desktop, um servidor e um notebook, nada mais justo do que seguir a minha filosofia e colocar 3 distribuições diferentes. Para ser mais do "contra" ainda, uso três distros BEM diferentes entre si, a saber:



  1. Fedora no desktop.
  2. Gentoo no servidor.
  3. Ubuntu no notebook.

E eu tenho ouvido a partir de muitos, que o Fedora é horrível, que é uma cópia mal-feita do RedHat Enterprise, etc e tal. Antes da minha resenha, vale a pena lembrar algumas das coisas que surgiram primeiro no Fedora e depois vieram a aparecer nas outras distribuições: Xorg, AIGLX, Xen, Mono, entre outras coisas. Alguns surgiram por iniciativa do pessoal do projeto Fedora. Outros surgiram e foram implementados dentro de uma distro pela 1a vez pelo projeto Fedora. Logo, eu acho muito pobre criticá-la dizendo que o Fedora é uma "mera cópia". Além do mais, RPM é um sistema de empacotamento e dependências, assim como DEB, o portage e outros. Não, que me desculpem quem gosta, mas TGZ não é sistema de empacotamento, muito menos de dependências.



Mas vamos logo à resenha. Saiu o Fedora 6 (codinome Zod, gostei do nome), peguei via torrent a ISO de DVD, para processadores 64 bits. Fiquei enrolando para instalar, pois não tinha tempo. Hoje, apesar de continuar sem tempo, resolvi instalar o dito cujo.

O instalador, o Anaconda, é praticamente o mesmo. Cada vez mais distante dos símbolos que relaciona o Fedora à RedHat, o FC tenta caminhar em frente, embora os direitos sobre a marca ainda sejam da "empresa do chapéu vermelho". O dito cujo segue mais ou menos o mesmo esquema, com algumas poucas mudanças, como um item no final da lista de pacotes (virtualização), e a opção de acrescentar repositórios na configuração do Yum. Well, deixa pra lá, vamos em frente. Preferi instalar a atualizar, já tinha salvo o /etc, /boot e /root, fora o meu conjunto de partições pequeninas, com /opt, /usr/src e /usr/local, para mantê-los longe de serem removidos. Feita a instalação, vamos reiniciar o trampo todo.

A tela do grub é bonita, agora parece que o tema tem a ver com DNA, visto que várias hélices duplas estão estampadas ao longo das imagens. Faz-se o boot, roda-se a ferramenta de setup. Modo texto. Hmmm... Não tem muito o que mexer, acerto algumas coisas, como autenticação e serviços no boot, e finalizo. Agora vamos para o refinamento. Como não uso gdm nessa máquina, sem problemas, habemus console. Mexe numa coisa no /etc/issue, troca a codificação para ISO8859-1 (UTF-8 não se entende bem com o console)... Quanto ao GNOME, removi alguns diretórios do usuário, relativos ao GNOME, e refiz algumas configurações. Nada realmente trabalhoso. O GNOME inicializou bem, e diga-se de passagem, bem rápido. Agora tem um item no menu, "Desktop Effects", que permite ligar os efeitos 3D. Não, não é o Beryl rodando. Logo, não dá para brincar muito com as configurações. Mas a solução funciona redondamente: Não impede que eu vá para o console e volte, nem outros problemas que tive na inicialização do desktop 3D, em versão de desenvolvimento, no FC5. Tirando isso, tudo funcionou quase liso. Só uma coisa ou outra, galho fraco. Nada de conflitante. Ainda não instalei o beryl propramente dito, logo aqui aperto PAUSE para fazer o "exposé", tal qual o Mac OS X.

O Yum finalmente funciona a uma velocidade decente. Mas também, ele era interpretado, em Python, e sejamos francos: Python pode ser muito legal, mas rapidez é uma qualidade que nenhuma linguagem interpretada tem. A conclusão é que reescreveram o núcleo central do Yum em C. E com isso ganhamos em muita velocidade, ele está quase tão rápido quanto o apt-get. O Rythmbox, antigo celeiro de problemas, parece que está mais estável agora. Algumas coisas ainda não funcionam corretamente aqui, como o Postfix, que ainda não jogou os emails no lugar certo; ou sincronizar com o Palm, que ainda não testei (eu uso o J-Pilot, não gosto muito do gnome pilot - se bem que preciso mexer com ele depois)

Em resumo, está bem melhor do que a distro anterior, a versão 5. Instalei (via yum) o que eu preciso e não instalou (como Abiword, Gnumeric, Gnomebaker, LyX, etc), ainda estou arrumando umas coisas... Mas entendo que essas coisas que tive que mudar, foram devido a eu ter reinstalado toda a distro, e não apenas atualizado. Confesso que não tive vontade de esperar a atualização do sistema todo... Mas o resto a gente refina com o tempo. Se está pronto para o desktop? Para um desktop corporativo, está mais do que pronto. Para uso em casa... Não tenho tanta certeza assim. Mas caminha na direção certa, e acho que pessoas que não conhecem Linux podem se aventurar com o FC6, não irão se arrepender. O Fedora peca por querer ser de "uso geral", e aí tem uma ISO de 3,8 Gb, com um monte de coisas a serem usadas... Bem, difere do Ubuntu aí. Se você quiser instalar o Eclipse, por exemplo, no Ubuntu, tome synaptic e conexão à Net. No Fedora é só escolher na hora de instalar.

Acho que essa versão será bem melhor do que a anterior, embora o sistema de auditoria esteja enchendo o saco... Ah, o esquema de suspensão funciona bem, acabei de descobrir! A atualização automática funciona, e instalei o Beryl, a partir do yum (repositório alemão, quem quiser fala comigo depois), funciona muito bem, sem problema algum. Vida longa ao Fedora!



Usuários medíocres discutem distribuições. Usuários capazes discutem Linux.

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