14 junho 2008

Filosofação: Qual o problema de ter tanta distro de Linux?

Estou tentando tirar o meu atraso das notícias do BR-Linux, e vejo muita gente questionando o lançamento de outras distros. Vi uma lista do qual nunca ouvi falar, e resolvi reproduzir: PapugLinux, LG3D, Deep-Water, SchilliX, Komodo, Momonga, BeaFanatIX, Mutagenix, Fermi, Pingwinek, Mayix, elpicx, AnNyung, Xteam, VNLinux, Plamo, Condorux, Wazobia, TumiX, Omoikane, NuxOne, Julex, JoLinux, Hacao, Ehad, Burapha, Truva, Trisquel, Thisk, Taprobane, Pilot,
Karamad, Gelecek, Swecha, Niigata, Dzongkha.

Que tal? Pois é... Há os dois lados da moeda:
  1. Há quem reclame, dizendo que o tempo investido em fazer uma nova distro apenas mudando as cosmética da distro poderia ter sido investido em aperfeiçoar outra distro.
  2. Há quem defenda o direito e a liberdade de construir o que se quer. Afinal, o Linux From Scratch é democrático, não seleciona quem pode e quem não pode fazer uma distro.
Bem... Sendo breve, é bom e ruim ter várias distros.

Poderia se investir numa distro mais "tradicional" e melhorá-la, ou criar uma distro "nova", em cima da anterior? Normalmente o caminho preferido por alguns é a segunda opção. E por quê?
  • Necessidade de auto-afirmação é uma das opções. Tem gente que quer ser afirmar (e no caso, muitos são adolescentes, fisicamente ou mentalmente falando), e por isso acabam querendo usar as distros tidas como mais cabeludas (se você pensou Slackware, pensou certo). Por quê? Atrai status, ganha-se pontos fazendo a sua própria distro. Não se conquista uma nova namorada, mas conta pontos nos canais de IRC da vida. Quem não lembra do tempo em que pipocavam distros derivadas do Kurumin? Era ainda mais fácil customizá-la, bastava descê-la toda para o HD, e dali sair alterando algumas coisas... Pronto, uma nova distro a caminho. Alguém usava? Se bobear, nem o desenvolvedor... Certa vez perguntei a uma namorada qual era a distro que o irmão dela (caçula) usava. Ela perguntou a ele e voltou: "É Isléqui". Respondi: "Fala com ele para parar de querer aparecer", foi o que eu respondi. Dispensável dizer que ela não entendeu.
  • Outra opção, no caso, vem de empresas, que querem "vender" a distro (na verdade o serviço englobado por ela) para empresas que vão instalar nos seus micros que encaixam no programa "Computador Para Todos", e assim, poderão ter os descontos de impostos, mesmo quando a máquina for reformatada e um Windows XP pirata tomar o seu lugar. Isso é muuuuito comum. Já viram as distros que aparecem nos micros do programa? Eu nunca ouvi falar, mas mesmo assim me nego a explicar a alguém como removê-lo e colocar um Windows XP pirata. E a minha consciência, como fica?
Agora, não podemos negar a ninguém o direito da diversidade: "A beleza do Universo está na infinita diversidade das suas infinitas combinações". O que seria do vermelho se não fosse o verde? Na boa, deixa acontecer. Nesse campo, a Teoria da Evolução acaba funcionando: Só resistem os mais fortes.

Enquanto isso, um bando de ridículos (alguns dos quais eu conheço) ficam dizendo que Windows é melhor por conta disso, é um só... Sempre ouço que um dos grandes problemas do Linux é a imensa variedade de distros. E já foi gente de tudo que é canto dizendo isso: InformationWeek, ZDNet, Fórum PCs. No Distrowatch citaram 359 distros relevantes. Fora as "fazidas por eu".

E daí? Existem centenas de modelos de câmeras digitais, de dezenas de fabricantes na praça. E sempre que me perguntam, sempre indico câmeras de 3 ou 4 fabricantes (e desaconselho câmeras de mais uns 3). É uma variedade imensa. Mas a gente se vira. Mesma coisa com o Linux: Não existem umas 10 ou 15 distros que realmente sobressaem? Aqui em casa sou ecumênico: Fedora no desktop, Ubuntu no notebook, Gentoo no servidor, e OpenWRT no roteador. Trabalho com Ubuntu, estou tentando montar um curso de administração de servidores Linux com CentOS, penso no Foresight Linux para uma solução específica, no trabalho...

Poderia ser mais focado? Sim, poderia. Mas não é. E vamos ficar brigando por isso? Deixemos para lá, gente. Vamos em frente, e vamos continuar crescendo. Aos poucos, devagar... Já que o Linux está pronto para o desktop. O usuário é que não quer mudar. E não vai adiantar fazerem instaladores com Inteligência Artificial, clonar o look-and-feel dos programas mais comuns, ou fazer métodos estúpidos de instalação (Próximo, Próximo, Finalizar). Não adianta, usuário não quer. A única maneira é combater a pirataria. E usuário, nessa categoria... Tem mais é que ser arrochado pela pirataria MESMO. Propriedade intelectual é coisa séria. Mas isso é papo para outro post.

PS: Nada contra Slackware. Tenho alguns bons amigos que usam Slack (inclusive o PiterPunk), mas o que eu vejo de adolescente querendo se afirmar usando-a... São poucos os que realmente metem bronca e usam-na, desenvolvem e fazem algo. Lamentavelmente.

Marcadores: , , , , , , ,

Filosofações: Tão subdesenvolvido...

Semana passada levei meu carro para lavar, devia a ele um banho decente há alguns meses (o último foi no dia em que casei). Feito o serviço, peguei o carro, tinindo de limpo. Inclusive colocaram jornais sobre os tapetes, e dali vim para casa.

Como sou muito curioso, e criei o hábito de ler muito, resolvi olhar o jornal que lá tinha sido estendido, numa folga, com o carro parado. Era uma folha do Extra, jornalzinho carioca do grupo d' O Globo, e que falava do concurso Mrs. International. Fui estender a leitura.

Esse concurso é que nem os antigos concursos de misses, com uma diferença: É feito com mulhares casadas. Curioso, isso. E o jornal falava da candidata brasileira, Adriana Jackson. Ela tem algo próximo da minha idade (acho que 34 anos), e é casada com um estadunidense, é professora primária em Salt Lake City, no estado de Utah (sede da Novell),e vai participar desse concurso. Até aí nada, tem um texto escrito por ela no G1 (aquele tipo de matéria em que você é o repórter, meio que uma tentativa de fazer as pazes com alguns blogueiros) e a matéria do mesmo site está aqui.

O que achei curioso, e motivou o título da matéria foi a abordagem que o Extra deu para um detalhe da notícia, dizendo que ela vai nas escolas "fazer propaganda" do Brasil, apresentando a nossa cultura. Quando vamos ler a matéria no G1, vemos que a coisa é um pouco diferente, que ela é professora, que vai às escolas divulgando o concurso, e as pessoas tem interesse em conhecer. Aí ela apresenta.

Uma preocupação que temos, como brasileiros, muitas vezes é "divulgar" a nossa cultura. Falar que aqui não somos terra de ninguém, que os macacos não andam nas ruas, e nem usamos sucuris como quebra-molas. Que aqui temos muito mais do que samba, carnaval e mulher pelada. Que temos uma economia que cresce (apesar dos pesares, cresce), um povo solidário, um clima privilegiado (minha avó, polonesa, adorava o calor do Rio de Janeiro), música fantástica (que eu não gosto, mas respeito), futebol de primeira... Tantas coisas boas. Somos iguais a todos, e melhores em muitos aspectos. Piores em outros, é verdade. E por que é que precisamos ainda ficar divulgando por aí o que somos, dizendo que somos bons?

É claro que uma crítica como aquele episódio d'Os Simpsons nos incomodam a todos. Mas há a licença poética: Podemos falar tudo dos estadunidenses, menos que eles tem auto-crítica. São o povo que mais satirizam a si mesmos, e o desenho supracitado já satirizou os estereótipos dos japoneses, australianos e de tantos outros. Por que não a gente, aqui? Na boa... Whatever, eu também preciso me incomodar menos.

Nélson Rodrigues dizia que tínhamos "complexo de vira-lata". Infelizmente, ainda temos um pouco (ou muito), ainda precisamos dizer a nós mesmos que somos bons, para que acreditemos. Ainda precisamos ouvir de estrangeiros que visitam o nosso país que ele é lindo, que é maravilhoso, que gostaria de vir morar aqui (mesmo que seja mentiroso da parte deles), essas coisas. Claro que nos alegra ouvir de gente como Will Eisner que só não vinha morar no Brasil porque não conseguia aprender o português, e que os quadrinhistas brasileiros tem qualidade, e devem falar com os outros mercados. Ou de uma cantora de uma banda de rock inglesa, dos anos 80 (achava que era a Chrissie Hynde, do Pretenders, mas vi que não era) que estava morando em São Paulo e a sua vontade era ficar cantando MPB em barzinhos na capital paulista. Mas isso não é tudo, temos valor pelo que somos.

Temos mania de valorizar o que vem do exterior, e convivi muito disso de perto, com meu pai, que viveu a influência de supervalorizar o que vem de fora, nos anos 60, 70 e 80. Só que ficar valorizando os outros, em detrimento de nós mesmos... Ah, isso é tão subdesenvolvido... Que a gente faça isso cada vez menos. Que sejamos nacionalistas, mas que não sejamos tolos.

PS: Um detalhe sobre a minha motaivação inicial para escrever esse texto (lá em cima, vai lá olhar!): Ela é negra (ou mulata, como queiram chamar), e moradora no estado mais mórmon dos EUA, onde dizem, até o lago salgado é seguidor de Joseph Smith. E os mórmons tem a fama (não sei se justificada) de serem racistas (dizem que a "marca" de Caim foi a cor e o nariz, essas coisas). Agora, como ela se vira por lá?

Marcadores: , , , , ,

11 março 2008

Firefox 3 beta numa análise besta e superficial


Estou experimentando o beta 4 (antes, o beta 3) do Firefox 3. Agora temos favoritos inteligentes (não entendi bem como funciona), algumas mudanças estéticas (nada de muito sofisticado), a opção de pausar o download (boa), entre outras. Nas preferências, quase tudo a mesma coisa. Ele me parece um pouco mais rápido, mas não muito. Quase nenhuma das minhas extensões entraram (de 21, só 3 funcionaram), mas pelo menos os vazamentos de memória sossegaram (finalmente). Era um saco abrir o Firefox e depois notar que ele estava comendo 30, 40% da memória livre da máquina. Pelo menos isso arrumaram, o que já justifica o meu uso mais intenso (como agora). Agora é aguardar o RC1 e o definitivo.

Marcadores: , ,

22 julho 2007

Robôs que viram carros... E eu adorando!

Eu fui ver Transformers no cinema, na última sexta-feira, como fã ardoroso dessa série animada, desde a minha infância. Agora quis ver o filme nos mínimos detalhes, criticar, elogiar e simplesmente babar com as cenas de ação. Dispensável dizer que eu baixei uma cópia do filme já há alguns dias, mas resisti e não assisti o filme... Todo. Assisti apenas a sequência onde o Líder Optimus aparece pela primeira vez, e a sua transformação, além da apresentação de todos os Autobots.

Minha conclusão? Só uma: Que filme! É o blockbuster do ano. Não basta ter robôs de 12 metros de altura, eles tem que interagir com os humanos, "proteger" e "destruir". Tem que ser chato nos mínimos detalhes, com direito às sombras dos robôs, prédios sendo destruídos e humanos sendo carregados na mão - dos robôs, claro. As cenas de ação estão espetaculares, pois estão rodadas sobre o NOSSO ponto de vista, que é o ponto de vista dos humanos, pequenos e frágeis (se comparados aos Autobots e aos Decepticons).

Não vou contar a história toda, mesmo porque é um filme que vale a pena ser visto no cinema. Mesmo que você consiga uma cópia para ver no micro, veja no cinema, porque só lá você tem a real dimensão da coisa. E depois reveja-o na televisão ou no monitor, já que, como todo bom fã, vale a pena ver e rever.

Algumas percepções que eu tive a respeito, que vale a pena comentar:


  1. O Shia LaBeouf é uma surpresa muito agradável. O garoto trabalha muito bem, contracenou com um poste de 12 metros (depois é que inseriram a CGI em cima), mostrou humor, capacidade de adaptação e habilidade para atuar. Não é à toa que ele será o filho de um tal Henry Jones Junior, no próximo filme da saga (sim, estou falando de "Indiana Jones 4"). Steven Spielberg gosta do menino. Ironicamente, ele nasceu no mesmo ano em que saiu o longa-metragem do desenho animado (onde todo mundo chorou a morte do Optimus).
  2. A Megan Fox funciona bem como o interesse romântico do protagonista, é muito bonita, faz bem o seu papel, que é exibir um corpo exíguo e deixar um bando de homens babando por ela. Mas ela consegue trazer um lado interessante, de ex-delinquente... Mas não tem muito o que dizer...
  3. Quando a Mikaela pergunta ao Sam se ele a acha superficial, ele diz que ela tem mais "do do que os olhos conseguem perceber". Em bom inglês, more than meets the eye, que é o título da música-tema do desenho.
  4. O sobrenome do protagonista é o mesmo do mecânico (apelido "Sparkplug") que descobre os Transformers dentro de uma caverna, no primeiro episódio do desenho (com o nome More Than Meets The Eye). Nas referências, dizem que o apelido do pai do Sam é o mesmo. Bem, seria perfeito se fosse usado para o Sam o apelido "Spike", além das referências no IMDB.
  5. Só para saber, o Decepticon que vira um escorpião é o... Scorponok.
  6. Depois de um abaixo-assinado via Internet (que eu participei), foi mantido o Peter Cullen, dublador original, dublando o Optimus. E ficou SENSACIONAL. Afinal, Peter Cullen É o Optimus Prime. Não tem o que discutir (por mais que ele também tenha dublado Meu Pequeno Pônei).
  7. Optimus fala em um momento, o seu motto: Freedom is the right of all sentient beings, que quem comprou o brinquedo (EUA), recebia a ficha técnica, e encontrou com essa frase nela.
  8. Os Autobots no quintal dos Witwicky é a sequência mais engraçada do filme. Ironhide dizendo que iria atirar nos pais do Sam (típicos pais-de-adolescente-de-filme-americano, ou seja, desligadões e meio abobalhados), Optimus esmagando a fonte ("Sorry, my bad.", o popular "Foi mal"), e eles se esquivando, se escondendo pela casa... Como se robôs de 12 metros de altura pudessem se esconder facilmente.
  9. Starscream, pelo menos, não tem aquela voz irritante... Mas fala pouco, o que é uma pena. Aliás, poucos robôs falam além do Optimus e do Megatron.
  10. O Devastator, gestalt montado por 6 Constructicons, está diferente do que deveria ser. Afinal, ele é um robozão.
  11. A Volkswagen não autorizou o uso do Fusca, aí o Bumblebee virou um Camaro... Mas o vendedor (Bernie Mac, como sempre muito divertido) tenta vender ao Sam e ao seu pai... Um Fusca. O Camaro abre a porta violentamente, e fecha a porta do Fusca.
  12. Bumblebee cita no rádio, um trecho de Star Trek. Pois é, olha só quem dublou o Galvatron em Transformers: The Movie?
  13. Na luta entre Optimus e Megatron, temos a frase que também foi usada no desenho em longa-metragem: "One shall stand, one shall fall". Só que aqui o Megatron perdeu.
  14. Optimus com boca e lábios? Isso eu não gostei, mas pelo menos mostraram o queixo grande quando ele entrava em combate. O Bumblebee também tinha uma espécie de capacete embutido, mas só no final ele fala alguma coisa (com a sua própria boca, ao invés do rádio). Aliás, lembram dos Junkions, que aparecem no Movie? Eles também falam a linguagem de rádio, apenas.
  15. Vale lembrar que sumiram com a carroceria do Optimus. Sempre houve o questionamento clássico: Para onde vai a carroceria do Optimus quando ele vira um robô? Já vi respostas do arco-da-velha, até uma que disse: "Ah, pega leve, é só um desenho animado". Pelo menos não colocaram carroceria nenhuma. Assim, nenhuma tem que sumir.
  16. Preferia o caminhão vermelhão, Mack, ao invés do que foi o Optimus. Mas havia a necessidade de atualizar os robôs. Jazz é um conversível BMW (era um Porsche 944). Ironhide é uma picape grande (era um furgão vermelho). Starscream é um F-22 (era um F-15), Megatron é um avião (era uma pistola). Mas não ficou ruim, ele como arma não daria muito certo...
  17. Senti falta do tchum-tchum-tchum-tchum metálico, mostrando a transformação dos Autobots... Mas em alguns momentos do filme foi usado.
  18. E aquele Decepticon que virava um aparelho de som? Eu esqueci o nome, mas depois descobri: È o Frenzy. Não tivemos o Soundwave com suas fitinhas, mas... O que vai ser hoje em dia, para ser modernizado? Um aparelho de HD-DVD? E os robôs, serão discos de HD-DVD? Ou então ele se transforma na seção de eletrônicos de uma loja de departamentos, já tem o rádio portátil.
  19. Ah, a cena do trailer, em que um robô sai de dentro da piscina, é o Ironhide. E vale o detalhe: A garotinha estava carregando um brinquedo da série "Meu Pequeno Pônei". Olha lá em cima quem dublou um personagem da série...
  20. John Turturro fazendo personagem cômico? Noooossa. Ele está sumido. Gosto dele, desde Barton Fink (dos irmãos Cohen) eu considero ele um ótimo ator.
  21. E antes que eu me esqueça: O coronel que dirige a base do Qatar é representado pelo ator Glenn Morshower. Quem é ele? O ex-membro do Serviço Secreto Aaron Pierce, no 24 Horas.

Maiores referências tem no IMDB, vale a pena ir lá dar uma olhada. Quem não viu, vai ver. Vale a pena, só procure uma seção legendada. Estão dublando um monte de filmes agora, o que é um crime contra quem ver o filme no original. Só porque brasileiro não quer ler? Acabei chegando em casa e pegando as últimas séries que eu tenho, em quadrinhos, para reler. Já que vou ter que esperar um próximo filme... E vou ver se compro depois outro Optimus Prime, para a coleção. Afinal, todo nerd tem que ter um Optimus Prime para chamar de seu.



Autobots, roll out.

Marcadores: , , ,

16 novembro 2006

Rant e resenha fudeba: Fedora Core 6

Ao contrário de algumas pessoas da comunidade Linux, que são "especialistas" numa distribuição só, eu gosto de ser ecumênico na minha escolha. Acho que um bom profissional tem que saber se virar com qualquer distro. E já que eu tenho um desktop, um servidor e um notebook, nada mais justo do que seguir a minha filosofia e colocar 3 distribuições diferentes. Para ser mais do "contra" ainda, uso três distros BEM diferentes entre si, a saber:



  1. Fedora no desktop.
  2. Gentoo no servidor.
  3. Ubuntu no notebook.

E eu tenho ouvido a partir de muitos, que o Fedora é horrível, que é uma cópia mal-feita do RedHat Enterprise, etc e tal. Antes da minha resenha, vale a pena lembrar algumas das coisas que surgiram primeiro no Fedora e depois vieram a aparecer nas outras distribuições: Xorg, AIGLX, Xen, Mono, entre outras coisas. Alguns surgiram por iniciativa do pessoal do projeto Fedora. Outros surgiram e foram implementados dentro de uma distro pela 1a vez pelo projeto Fedora. Logo, eu acho muito pobre criticá-la dizendo que o Fedora é uma "mera cópia". Além do mais, RPM é um sistema de empacotamento e dependências, assim como DEB, o portage e outros. Não, que me desculpem quem gosta, mas TGZ não é sistema de empacotamento, muito menos de dependências.



Mas vamos logo à resenha. Saiu o Fedora 6 (codinome Zod, gostei do nome), peguei via torrent a ISO de DVD, para processadores 64 bits. Fiquei enrolando para instalar, pois não tinha tempo. Hoje, apesar de continuar sem tempo, resolvi instalar o dito cujo.

O instalador, o Anaconda, é praticamente o mesmo. Cada vez mais distante dos símbolos que relaciona o Fedora à RedHat, o FC tenta caminhar em frente, embora os direitos sobre a marca ainda sejam da "empresa do chapéu vermelho". O dito cujo segue mais ou menos o mesmo esquema, com algumas poucas mudanças, como um item no final da lista de pacotes (virtualização), e a opção de acrescentar repositórios na configuração do Yum. Well, deixa pra lá, vamos em frente. Preferi instalar a atualizar, já tinha salvo o /etc, /boot e /root, fora o meu conjunto de partições pequeninas, com /opt, /usr/src e /usr/local, para mantê-los longe de serem removidos. Feita a instalação, vamos reiniciar o trampo todo.

A tela do grub é bonita, agora parece que o tema tem a ver com DNA, visto que várias hélices duplas estão estampadas ao longo das imagens. Faz-se o boot, roda-se a ferramenta de setup. Modo texto. Hmmm... Não tem muito o que mexer, acerto algumas coisas, como autenticação e serviços no boot, e finalizo. Agora vamos para o refinamento. Como não uso gdm nessa máquina, sem problemas, habemus console. Mexe numa coisa no /etc/issue, troca a codificação para ISO8859-1 (UTF-8 não se entende bem com o console)... Quanto ao GNOME, removi alguns diretórios do usuário, relativos ao GNOME, e refiz algumas configurações. Nada realmente trabalhoso. O GNOME inicializou bem, e diga-se de passagem, bem rápido. Agora tem um item no menu, "Desktop Effects", que permite ligar os efeitos 3D. Não, não é o Beryl rodando. Logo, não dá para brincar muito com as configurações. Mas a solução funciona redondamente: Não impede que eu vá para o console e volte, nem outros problemas que tive na inicialização do desktop 3D, em versão de desenvolvimento, no FC5. Tirando isso, tudo funcionou quase liso. Só uma coisa ou outra, galho fraco. Nada de conflitante. Ainda não instalei o beryl propramente dito, logo aqui aperto PAUSE para fazer o "exposé", tal qual o Mac OS X.

O Yum finalmente funciona a uma velocidade decente. Mas também, ele era interpretado, em Python, e sejamos francos: Python pode ser muito legal, mas rapidez é uma qualidade que nenhuma linguagem interpretada tem. A conclusão é que reescreveram o núcleo central do Yum em C. E com isso ganhamos em muita velocidade, ele está quase tão rápido quanto o apt-get. O Rythmbox, antigo celeiro de problemas, parece que está mais estável agora. Algumas coisas ainda não funcionam corretamente aqui, como o Postfix, que ainda não jogou os emails no lugar certo; ou sincronizar com o Palm, que ainda não testei (eu uso o J-Pilot, não gosto muito do gnome pilot - se bem que preciso mexer com ele depois)

Em resumo, está bem melhor do que a distro anterior, a versão 5. Instalei (via yum) o que eu preciso e não instalou (como Abiword, Gnumeric, Gnomebaker, LyX, etc), ainda estou arrumando umas coisas... Mas entendo que essas coisas que tive que mudar, foram devido a eu ter reinstalado toda a distro, e não apenas atualizado. Confesso que não tive vontade de esperar a atualização do sistema todo... Mas o resto a gente refina com o tempo. Se está pronto para o desktop? Para um desktop corporativo, está mais do que pronto. Para uso em casa... Não tenho tanta certeza assim. Mas caminha na direção certa, e acho que pessoas que não conhecem Linux podem se aventurar com o FC6, não irão se arrepender. O Fedora peca por querer ser de "uso geral", e aí tem uma ISO de 3,8 Gb, com um monte de coisas a serem usadas... Bem, difere do Ubuntu aí. Se você quiser instalar o Eclipse, por exemplo, no Ubuntu, tome synaptic e conexão à Net. No Fedora é só escolher na hora de instalar.

Acho que essa versão será bem melhor do que a anterior, embora o sistema de auditoria esteja enchendo o saco... Ah, o esquema de suspensão funciona bem, acabei de descobrir! A atualização automática funciona, e instalei o Beryl, a partir do yum (repositório alemão, quem quiser fala comigo depois), funciona muito bem, sem problema algum. Vida longa ao Fedora!



Usuários medíocres discutem distribuições. Usuários capazes discutem Linux.

Marcadores: , , , ,