25 maio 2009

Filosofações: Sobre carros novos e usados

Eu acho uma besteira o que falam por aí, que é melhor comprar carro novo do que carro usado. Vamos lá, o que trago para justificar meu argumento:
  1. Uma das alegações é que com o carro novo, você não precisa dar manutenção por 2 anos. Mas você não está dispensado de fazer a manutenção normal do carro. E aí vem:
    • Troca de óleo (5000 km ou 10000 km, dependendo do óleo);
    • Filtro de óleo (10000 km);
    • Velas (10000 km);
    • Filtro de ar (10000 km);
    • Amortecedores (40000 km em média);
    • Correia dentada (50000 km, mas eu troco sempre antes);
    • Por água no radiador (eu coloco semanalmente);
    • Trocar pneu (60000 km em média);
    • Calibrar pneu (eu calibro a cada 1000, 1500 km)...
    E por aí vai. Se você comprar um carro usado de uma agência séria, que você confie, então a dor-de-cabeça sua diminui enormemente, e tudo dá no mesmo. Eu comprei esse carro de uma agência assim. Quando recebi o carro, eles tinham trocado o óleo, filtros de ar e óleo, e me passado o prazo para trocar velas e outras coisas. Como eles dizem, "melhor a gente gastar um pouco e não dar dor-de-cabeça para o cliente, do que ganhar um pouco mais e perdê-lo".
  2. O IPVA é muito mais caro. Eu paguei R$ 320 de IPVA, ou algo assim, esse ano. Quem tem carro novo pagou algo em torno de R$ 1500.
  3. A garantia do carro te impede de por GNV, por exemplo. E se você roda muito, será gasolina por 1 ano sugando a sua carteira, de canudinho.
  4. Para você ter algum conforto, como direção hidráulica, vidros elétricos, trava geral, ar-condicionado e outros... Bem, num carro novo você vai ter que pagar a mais. Um amigo do trabalho comprou um carro novo agora, e resolveu sapecar opcionais, dar um pouco de conforto a ele e à esposa. O carro dele é 1.0 (não anda), assumiu um parcelamento de 48 meses, e de entrada deu o carro antigo dele, um outro que ele comprou zero. Ou seja, no final das contas, o carro antigo, que ele comprou zero em 2005, para a concessionária vale tanto quanto o meu carro, que tem pelo menos 6 anos a mais de idade (isso, consultando a tabela da FIPE). Fora o parcelamento por 4 anos.
  5. Não, não morro de amores por carro. Talvez esse seja o fator primordial, de que carro para mim é mais ferramenta do que outra coisa, e por isso eu acho que gastar um dinheirão com carro novo seja desperdício, e é mais interessante poupar, ou fazer o que falta em casa, sei lá. Não compensa.
  6. Comprar carro novo em concessionária significa depreciarem MUITO o seu carro velho para aceitarem como parte da compra, e com isso você perde dinheiro.
Argumentos a favor são:
  1. O parcelamento. 48 vezes, 60 vezes, 72 vezes! Eu tenho o mesmo carro há quase 7 anos, e atingiria tal parcelamento por agora, de um carro que comprei em 2002. Eu não gosto de parcelar dívidas assim, tão grandes. Já estou incomodado com 2 empréstimos que irão encerrar-se em breve (setembro e novembro), e não gostaria de pegar um novo parcelamento. Além, comprar à vista é melhor para negociar preço. Mas aí é uma questão minha. Tenho um outro amigo que comprou um carro novo, pagou a maior parte, e o pai dele emprestou o dinheiro para completar o pagamento a vista. Agora, ele deve ao pai, e não ao banco. E é melhor dever para a família do que para banqueiro (salvo raras exceções, como uma das minhas tias).
  2. O gosto de ter um carro novo. Ah, eu reconheço que é bacana, o cheiro de carro novo, essas coisas. Mas eu não pagaria tanto apenas por isso.
  3. Seguro mais barato. Em 4 anos, o seguro do meu carro subiu pelo menos 25%. E eu me aperto todo em julho para pagá-lo a vista, de forma integral e aproveitar o desconto que tenho direito. E as seguradoras estão encrencando com gente que quer segurar carro muito velho, por não achar monetariamente compensatório. É, esse é um argumento forte.
  4. Carro usado gasta, e há problemas que surgem com o uso normal. Afinal, tudo gasta. E nos últimos 12 meses tive que mexer no eixo traseiro do meu carro, encapar os bancos, manutenção no alternador... Ainda haverá reparos no motor de arranque, pelo menos, e um ajuste no freio traseiro que não está perfeito. Algumas lâmpadas do farol de milha queimaram (acho que duas vezes), e a mangueira do ar-condicionado rachou, logo desliguei o termostato e só tenho o modo frio demais disponível. Isso são coisas que ocorrem com o uso, e ocorreriam fazendo a manutenção preventiva regular ou não. Mas vários outros problemas foram evitados fazendo a manutenção preventiva regular, e que todo dono de carro, novo ou velho, deve fazê-lo.
O que concluo? Bem, concluo que eu irei comprar um novo carro usado daqui a algum tempo. O tempo do 306 comigo já está passando... Assim que tiver condições, vou trocar de carro, talvez para um onde as peças sejam mais em conta, um mais novo, com seguro mais barato (ele só sobe nos últimos anos). Mas será outro carro usado, com certeza.

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