26 agosto 2007

24 horas

Jack Bauer (o primo do psicólogo Jairo Bauer) ensinou uma lição muito importante, no seu seriado: É que em 24 horas, muita coisa pode acontecer. Nas temporadas anteriores, em 24 horas ele teve a família destroçada, escapou de ser morto várias vezes, fugiu e voltou, e em tempo recorde foi até o México e voltou. É inacreditável que dê para fazer tanta coisa tão pouco tempo. Nessas horas, é que vejo que aproveitamos mal o tempo.

De vez em quando eu tenho um desses insights, como quando eu fui apresentar um trabalho num congresso, no CTA, em São José dos Campos: Em 17 horas, eu peguei um ônibus da Viação Sampaio (um trator com ar-condicionado), fui ao CTA, tomei café, apresentei o meu trabalho, voltei para a Rodoviária, e depois para o Rio de Janeiro. Eu e uma grande amiga, fizemos isso. Me senti o próprio Jack Bauer, mesmo sem conhecê-lo ainda (a série estreou no ano seguinte).

Passei novamente pela mesma situação. Como disse no post anterior, eu precisava ir a Sâo Paulo, para uma reunião da Diretoria Nacional da ABU. Comprei a passagem antecipadamente, de ônibus. A 1001 está com uma promoção: 3x sem juros no cartão de crédito para compras acima de R$ 100, no percurso Rio-São Paulo. Compras pelo telefone. Dispensável dizer que comprei, justamente com o cartão de crédito onde no momento, não tem nada. Beleza, serão R$ 128 parcelados em 3 vezes, a partir de setembro.

Calculei o preço de uma corrida de táxi, até aqui em casa, e vi que iria gastar R$ 35 na volta. Fora a ida, que sairia um gasto quase tão grande quanto. Logo, vamos calcular... R$ 65. Descobri também que a diária no estacionamento da rodoviária é de R$ 22. Melhor deixar o carro lá, então.

Tivemos então uma reunião com o povo do MSX, para conversar sobre a MSXRio, e às 23 horas, fiquei, junto com o Dr. Venom, fazendo hora no shopping. Dei uma carona para ele até a sua casa, voltei... Entrei no estacionamento da Rodoviária às 0:29 de sábado, dia 25 de agosto. Tranquei o carro, confirmei o valor da diária (R$ 22), desci... Fui pegar o buzão, não sem antes parar na sala de embarque e ouvir alguns podcasts, enquanto fazia hora. O ônibus saiu à 1:41.

Cheguei às 7:06 em São Paulo, em mais uma noite mal-dormida. Até a (única) parada, dormi bem. Depois, demorei a pegar no sono, já que a mochila estava no colo (não tinha bagageiro em cima do meu assento), e um ronco vindo do banco de trás fazia com que eu me mantesse longe "dos braços de Morfeu". Fui no jornaleiro, bebi água (colocaram um bebedouro, oba), enchi a garrafa d'água, comprei 2 bilhetes de metrô e segui em direção ao local da reunião, no Metrô Santa Cruz.

Fui o primeiro dos "de fora" a chegar, para variar, mas já encontrei logo pessoas que iriam também participar da reunião. Saí com o Fred, comprar coisas para o café, conversa, etc e tal... Depois reunião, almoço (feijoada, e eu detesto carne de porco), mais conversa, reunião... Não vou detalhar como foi, mas vale dizer que achei a reunião muito produtiva. Gostei mesmo de ter ido, foi enriquecedor saber que as coisas estão andando bem, no movimento.

Minha hora chegou: 17:41. O ônibus sairia 1 hora depois. Fiz uma breve higiene pessoal e segui meu rumo, de volta ao Tietê. Não sem antes despedir-me de todos, e dar ainda alguns pitacos num assunto que eu tinha certa participação. Cheguei no Tietê faltando 20 minutos para o ônibus sair. Fui direto para a plataforma, cortando por dentro da sala de embarque, e enfiando-me no mesmo.

Ainda deu para ligar para casa, e para a Cláudia, só para dizer que eu estava vivo e bem. Volta, cochilei... Acordei na parada, comi o lanche que trouxe da reunião. Mais volta, desisti de dormir no resto da viagem, e aí é que eu cochilei. Ouvi mais uns podcasts, e cheguei na Rodoviária Novo Rio às 0:18, segundo o relógio do ônibus. Nem pisquei, desci rápido para pegar o carro e voltar para casa.

Descobri uma discrepância entre os relógios, visto que levei 3 minutos da plataforma até pagar o estacionamento, e quase virou o dia. Quase, porque paguei o bilhete no exato 28o minutos da meia-noite de domingo, 26 de agosto. Em bom português, levei 23 horas e 59 minutos! Faltou UM MINUTO para a meia-noite. Duvida? Olha a prova aqui embaixo:

A imagem não tá clara, foto feita com celular é dose...


Nem se eu quisesse, conseguiria isso. Cheguei em casa às 1:03, liga para noiva, conversa um pouco, toma banho, mexe no micro... E vai dormir, bem cansado. Já estou melhor. Mas me senti o próprio Jack Bauer, já que fiz isso tudo em pouco tempo, e principalmente: Gastando pouco. E nessas horas eu me pergunto se realmente não poderíamos ser mais cuidadosos, e aproveitar melhor o tempo...

P. S.: Certa vez me perguntaram, como eu consigo fazer tanta coisa em tão pouco tempo. Respondi que tudo demanda ter um pouco de planejamento, vale ser um pouco lifehacker, buscar o que chamamos de efetividade. Não é impossível, dá para fazer. E nesse meio tempo, ainda ouvi vários podcasts que queria ouvir, enviei alguns emails... Só não escrevi prova porque não deu. Senão, já traria de lá as provas já prontas.



E não esqueçam: Jack Bauer para presidente dos EUA! Afinal, se todos ouvissem-no, o seriado chamaria-se 12 Horas, e não 24 Horas... Quem quiser ler, mais algumas piadas.

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