03 outubro 2010

Carta à Band News FM

Aos editores da rádio Band News FM,

Na última sexta-feira, dia 1 de outubro de 2010, minha esposa, Maria Cláudia, presenciou um momento desagradável para todos nós que ainda acreditamos que podemos mudar o Brasil com o voto. Nesse momento em questão, interpelado por colegas jornalistas sobre a eleição que realiza-se hoje, o jornalista Ricardo Boechat declara que não irá votar, que irá pagar a multa por não ter votado, e que passaria "o dia todo na praia" (conforme foi-me relatado).

Ora, tal afirmação é algo muito desagradável de se ouvir, já que este jornalista (que eu acompanho desde novo, nos tempos dele no Jornal do Brasil) tem feito um jornalismo mais opinativo do que informativo, opinião demais para notícia de menos. Aliás, isto tem sido uma tônica de vários âncoras do jornalismo nacional, iniciado pelo jornalista Boris Casoy. Eu não estou interessado em saber o motivo de revolta dele, todas as suas irritações com o governo (que, aliás, Boechat ataca violentamente todo dia), nem o que ele acha quanto ao sufrágio ao qual todos nós fomos submetidos. Se eu quisesse opinião, ouviria um colunista - e existem vários bons na rádio Band News FM.

Realmente gosto do trabalho do Boechat. Considero-o um jornalista sério e capaz, talvez um dos melhores do Brasil. Respeito-o muito pelo seu trabalho e seu histórico. Mas essa situação que se instaurou já me fez mudar de opção todos os dias de manhã: Tenho preferido ouvir outra rádio, ou assistir o noticiário pela televisão do que ouvir a Band News FM. E assim como eu, vários outros tem feito, inclusive rotulando-o de "Boechato", e c/ razão.

Portanto, se ele vai anular o voto, descartá-lo ou pagar a multa, ignorando a eleição, o problema é dele. Mas ele é um formador de opinião, e numa democracia ainda em formação como a nossa, faz com que muitos ouvintes de mente fraca façam coro e não votem. Ora, se não participa do processo eleitoral, então não reclame dos políticos, pois não votar é omissão, é fugir da decisão. A culpa pode não ser mais sua, mas também isso não o credencia a reclamar sobre quem ele não escolheu.

P/ encerrar, gostaria de declarar que n concordo com o voto obrigatório, acho q "a festa da democracia" n deve ter entrada obrigatória. Mas entendo a necessidade. Quem sabe meus netos possam ter a opção de votar ou não.

S/ + p/ o momento, subscrevo-me.

Cordialmente,

Ricardo.

PS: E o sungão vermelho ficou no armário mesmo, já q tem chovido durante todo o dia no Rio de Janeiro...

--

Sim, resolvi tirar o pó desse blog, já que twitter não dá p/ ser falar tudo q eu quero, por + q seja rápido e certamente tentador. O assunto? Entre outros, eleições.

Marcadores: , , , ,