31 dezembro 2009

Fim de ano na Costa Verde

... e mais uma vez esse blog ficou abandonado. Dessa vez, mais de 2 meses. Mas nada de ficar choramingando e apresentando desculpas. Vamos em frente.

O ano fecha, e eu e Cláudia estamos na casa da minha cunhada, em Mambucaba, quase no fim de Angra dos Reis. O esposo dela trabalha na Capitania dos Portos de Paraty, e nos convidou a passar o fim de ano aqui, e aqui chegamos.

Algumas conclusões rápidas:
  • Eu esperava que a Rodovia Rio-Santos estivesse com o asfalto estivesse pior, mas está até razoável.
  • Em compensação, ela está pessimamente sinalizada: voltar de noite é um caso sério. O GPS ajudou muito, ao apontar as curvas. Mesmo assim, Cláudia estava quase em pânico ao meu lado.
  • Paraty é muito bacana, tirei muitas fotos no centro histórico. Muitas curiosidades, como a casa que pertence à família do Roberto Marinho; a casa com abacaxis de louça na fachada; a livraria e cafeteria com uma TV LCD na parede; a água que sobe na subida da mar e invade as ruas. Aliás, os prédios tem um palmo de altura, justamente para evitar que a água invadisse as casas.
  • O chato é que choveu muito hoje, 30/12. Logo, atrasou tudo, e passamos parte do dia aqui, "ilhados" dentro de casa.
  • Ontem fomos a um churrasco da Marinha, numa praia que não sei o nome. Lá, comemos muito, bebemos muito refrigerante, ainda participamos de bingo (só participamos), e tiramos muitas fotos.
  • Hoje fomos ä Ilha dos Pelados (não, não é uma praia de naturismo), de carona num barco, curtimos tudo, tiramos foto... E tomamos muita chuva, inclusive na volta.
Amanhã irei matar as saudades da Vila Residencial de Praia Brava (que hoje em dia pertence à Eletronuclear, assim como as usinas de Angra 1, 2 e 3), rever a Vila de Mambucaba, e talvez ir a Paraty. O Teatro de Bonecos (que iríamos hoje) deverá ter a nossa presença na 6a-feira. Além disso, um passeio de escuna em Angra pode acontecer até sábado, quando deveremos voltar ao Rio.

Está sendo bem divertido o passeio: A irmã da Cláudia e seu esposo são muito hospitaleiros, e conhecem muito o que fazer por aqui. O acesso à Internet aqui é limitado, estou acessando numa conexão EDGE que o meu celular está distribuindo, via Joikuspot, o que é LENTO. Mas ainda dá para acessar.

Depois continuo tentando recobrar o tempo perdido, e falar aqui do que passei nos últimos meses sem contar aqui.

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Jaú 2009 - o que aconteceu na ida

Essa história foi contada pela MSXBR-L, mas reproduzo aqui o que passamos na ida até Jaú, no final de outubro de 2009. Lá vai:

  1. A preparação - Combinamos ir na 6a de tarde, nos vôos de 15:10 e 16:40 da Gol, até Campinas. De lá, pegaríamos um carro alugado e iríamos até Jaú. O povo do Rio que iria comigo (Marcio Lima, Dr. Venom, minha esposa, Maria Cláudia e o Marcus), pegaria em casa e levaria até o aeroporto, fazendo o inverso na volta. Meu carro ficaria no estacionamento do aeroporto, e assim era bom para todo mundo: Uma corrida de táxi até o Galeão é muito cara. Tudo planejado... Vamos ao que interessa.
  2. A partida - Saio de casa ãs 13 hs junto com a Cláudia, passo na casa dos meus pais, converso um pouco, entrego umas coisas... Saímos de lá meia-hora depois. Ligo para o Dr. Venom, que está pronto mas o Márcio Lima nem tinha chegado na casa dele. Nota: Combinamos com o Márcio para que ele fosse até a casa do Venom para irmos todos juntos. Conclusão: Pela primeira vez na vida, fiquei irritado com o Márcio. Mas depois ele explicou o que aconteceu, entendi o que levou-o ao atraso. Bem, peguei o Venom 1o, passei na casa do Marcio em 2o, levo todo mundo no aeroporto, saio, pego o Marcus e volto para o aeroporto. Esse era o plano B. Faço isso, vou pela Penha, Vista Alegre... Subo o viaduto, pego a Dutra e caio na Linha Vermelha. Um acidente dos feios no sentido contrário. O trânsito anda, uma blitz, anda mais um pouco, congestiona... Anda e pára. 50 minutos para fazer um percurso de 10, o Rio de Janeiro deu um nó como eu nunca tinha visto. 1o erro: Essa contingência não foi prevista. Na próxima vez, na véspera de um feriado, sairemos com mais algumas horas de antecedëncia. Larguei o Marcio na UFRJ junto com o Venom, e eles tomaram um táxi para tentar pegaro avião. Volto para tentar pegar o Marcus, mas no meio do caminho, Cláudia me desaconselha, liga para ele e pede para que ele tome um táxi. Retorno para o aeroporto, pegando um trânsito infernal.
  3. Avião perdido - Chegamos no estacionamento às 16:18, Márcio e Venom ajudam-nos a pegar toda a bagagem... Mas não conseguimos embarcar. Marcio não tinha conseguido äs 15:10, remarcou (e pagou R$ 90), e não conseguiu embarcar de novo. Vamos lá reclamar, tentar embarcar, ver se há alguma chance... Neca. O jeito é colocar o nome na lista de espera, e tentar o próximo vôo, às 21:05. Procuro o stand da locadora, me passam o telefone da central, e consigo remarcar o carro das 18:30 para as 22:30. Quem sabe conseguiríamos embarcar? 20:35 chega, e temos a triste notícia de que não há desistências no vôo para Campinas. A Gol foi intransigente por causa do engarrafamento, e muitos dos seus passageiros chegaram atrasado. Eles foram cobrindo os "buracos" de passageiros que faltaram remarcando passagens para mais tarde (e ganhando dinheiro com isso). As opções são:
    • Tentar uma lista de espera para o vôo de sábado, às 7:30, mas é uma loteria.
    • Cancelar a passagem de ida e tentar reaver o dinheiro.
    • Tentar pegar o vôo de sábado de noite, mas o custo era proibitivo (R$ 600, em média). Inviável.

    E aí vem outras notícias desagradáveis:

    • Pelo tipo da passagem, a Gol só reembolsaria 30%. Ou seja, apenas R$ 43 do pacote ida+volta.
    • A volta era perdida: Se você não foi, você não volta.
    • No caso do Marcio, os R$ 90 foram perdidos. Foi menos pior porque um funcionário o isentou de nova taxa de remarcação de passagem.

    E lá vamos nós para o guichê da Gol tentar recuperar algo. Cláudia e o Venom estavam exaltados, reclamando muito, falando alto e inclusive atraindo a atenção - até dos seguranças da INFRAERO. Depois de uma funcionária irritadinha (que nos repassou a um outro, mais calmo), cancelamos as passagens (as minhas 3 e a do Marcus), tendo um reembolso chinfrim e muito tempo perdido. Esse mesmo funcionário, vale notar, concordou com o Márcio, quando ele explicou a sua história (a passagem dele ficou em aberto, ele não foi ressarcido em nada), e ele perguntou se isso era justo. O funcionário respondeu, entre os dentes: "Não, não é justo, senhor".

    2o erro: Empresas aéreas são mais mercenárias do que parecem. Leia todo o contrato, se você faz tudo do jeito deles, é ótimo. Se foge um milímetro... Você perde feio.

    Constatação 1: Faça o check-in assim que possível, e antes de chegar no aeroporto. Isso garante o teu assento.

    Com o cancelamento da Gol, perdemos o direito à locação do carro pela Unidas, já que estavam "casados". Também não era possível transferir a locação para a passagem do Marcio, já que a passagem dele ficou em aberto. Cancelei a reserva, eram 22 horas e nada. O povo que já tinha chegado (Rogério Belarmino, Giovanni Nunes e Ricardo Oazem) ligando preocupados... E a gente ainda preso no Rio.

  4. Vamos a Jaú, nem que seja a pé - Todo mundo cansado, irritado, tenso... E começam as manifestações de desistência. Todos, sem exceção, fraquejaram. Todos pensaram seriamente em ficar em casa, fazer um encontro por aqui, não irem a Jaú e economizar o dinheiro que ainda seria gasto. Como não tinha mais passagem de avião, o jeito era tentar ir de ônibus até Campinas (ou São Paulo), e de lá arrumar uma maneira de chegar. Ligo para o Daniel Caetano, que não pode atender (ele estava dando aula). Ligo para o Rigues, e explico a situação, pergunto se podemos ir seguindo o Daniel mais ele mais Elaine mais Gabriel. Sem problema, ele sairia da Vila Madalena às 9:30 de sábado. Voltamos ao carro, pensando em ir à Rodoviária, tentar uma passagem para irmos, ver no que dá... Quando chegamos no estacionamento, e vemos algo incrível. Eu confesso que vi nisso um sinal divino, de que deveríamos ir: Um carro japonês (um Honda), com uma placa do Espírito Santo, cujas 3 primeiras letras eram: M, S, X.

    Sim, MSX. E o carro era japonês. Eu nunca tinha visto um carro no Rio com essa placa. O Tabajara já tinha me contado de placas MSX no Espírito Santo, Cláudia disse-me que viu um certa vez... Mas eu nunca vi um com essa placa. E esse carro estava estacionado do lado do meu carro. para mim, isso foi como uma mensagem de Deus dizendo: "Vai que vai dar certo!"

    Constatação 2: Deus é MSXzeiro.

    Animei-me, e tratei de animar os outros (que fotografaram a placa). Saímos, os 5 mais malas mais tralha dentro do meu Peugeot 306 (a "Kombi de frete") rumo ä Rodoviária. Acho que nem na mudança ele levou tanto peso assim.

  5. Finalmente, a caminho - Chegamos na Novo Rio às 23:25, estacionamos o carro mas não o descarregamos: Vamos esperar comprar as passagens, e vamos para Campinas ou São Paulo. Aliás, Campinas era considerado perdido: Não daria tempo de pegar um ônibus para lá, e Sampa tem muito mais opções, quase um atrás do outro. Vamos tentar...Saímos do Edifício-Garagem para o saguão, todo reformado (o Marcio ficou abismado com o que viu, e realmente, a Novo Rio melhorou 1000%), e vamos tentar passagens. Na 1001 temos passagem para as 2:00, mas é um convencional com ar, o que é horrível para quem é alto que nem eu. Bem, vamos ver na Itapemirim. Qdo estamos na fila, surge um rapaz me oferecendo 5 passagens para São Paulo, com o ônibus saindo daqui a... 10 minutos. "Acho que Deus quer que nós vamos mesmo", pensei. Jogo a chave do carro nas mãos do Márcio, e ele, Venom e o Marcus saem correndo para descarregar o meu Peugeot, e voltam com todas as malas e coisas que estávamos levando. Enquanto isso, vou verificar a veracidade da passagem (era quente), o preço (era o de tabela), e sigo até um caixa eletrônico para pegar dinheiro e pagar o rapaz. Nota: Esse rapaz é um atravessador de Vale Transporte e RioCard, que compra passagens com esses vales e revende na fila, pelo preço de tabela. Assim, ele tem lucro, troca o VT por dinheiro e a gente resolve nosso problema. Marcus paga parte do dinheiro, Venom fornece o resto, e eu pego algum no caixa eletrônico para completar. Compramos as passagens, agora precisamos embarcar. Corremos até o embarque, conseguimos passar... Saímos do Rio em direção a São Paulo às 0:10 de sábado, num ônibus Double Class da 1001. Previsão de chegada, 6 horas. Finalmente estamos a caminho.
  6. Em São Paulo... Dormir em ônibus é uma droga, principalmente comigo, pois sou grande (1,95m), e mesmo o apoio das pernas do executivo não ajuda muito. Piora quando a Cláudia se remexe toda e quer reclinar-se sobre mim. Ela demora a se ajeitar para dormir. Mas isso pode ser ainda pior. E piora: o Venom ronca. Justiça seja feita, ele está roncando mais agudo, o que deve ser devido a 25 kg perdidos no caminho de uma dieta que ainda não acabou. Mesmo assim, dormi MUITO mal, tendo um pouco de sossego na última meia-hora de percurso. Chegamos ao Tietê, e vamos atrás de um carro para alugar, e passagens para voltar. Vamos no stand da Localiza, e o preço não nos agrada. Vamos até uma lan-house, no 2o piso do Tietê, e depois de muito futucar (e pagar uma grana preta para usar a Internet), descobrimos que:
    • A maioria das locadoras não tem carro para alugar. Tentamos a LocarAlpha, a Hertz, a Avis, a Unidas... Sem sucesso.
    • A TAM tem um vôo voltando de Campinas para o Rio, às 14:02, a R$ 63.

    O jeito é tentar o stand da Localiza de novo. Conversamos com a atendente, que se comove com a nossa história, e nos dá um desconto: Pelo preço de um carro básico, categoria A (Palio 1.0 básico), alugamos um modelo categoria B, econômico (Palio 1.0 Fire, 4 portas, ar, vidro e travas elétricas). Subo, pego o carro, peço a Deus que continue conosco, desço com ele e vamos arrumar a bagagem e as pessoas lá dentro. Márcio acha uma avaria na lateral, chama o funcionário da Localiza para confirmar... E lotamos o carro. Faço todo mundo colocar o cinto de segurança (inclusive o abdominal, para o passageiro do meio). A coisa ficou tão apertada que eu tive que descer e fechar as portas traseiras: Eles não conseguiam fechar, não dava para puxar a porta.

  7. Vamos para a estrada, rumo a Jaú. Joguei todas as fichas que restaram no GPS do celular, que funcionou muito bem: Pegou o sinal rapidamente, e tracei uma rota até o Hotel Jardim, onde ficaríamos hospedados. Antes, pedi ao Giovanni para avisar do nosso atraso, e que eles adiassem nossa reserva para sábado, ao invés de sexta. Seguimos em frente, e o GPS fez seu papel em nos tirar de São Paulo até a Rodovia Bandeirantes... Mas o Giovanni nos sugeriu seguir a Bandeirantes de São Paulo até Cordeirópolis, e não pegar a Via Anhanguera sob hipótese alguma. Embora tivéssemos 2 pedágios até Campinas e mais 4 pedágios até Jaú, o limite de velocidade é maior (120 km/h), o tráfego é menor, e com isso seria mais rápida a viagem. Ligamos o ar, trancamos tudo, pedi a Deus mais uma vez a Sua proteção e seguimos em frente. Surpreendi-me com o motor Fire do Palio ao longo da viagem: Embora fosse um motor 1.0 e mesmo com 5 pessoas dentro, malas e tralha, houve momentos de andarmos a 140 km/h, s/ esforço. Gostei. Rigues me liga, explico que seguimos em frente, e que nos veríamos em Jaú. Ele nos deseja boa viagem. Continuamos em frente, pé embaixo, falando abobrinha, mas ainda muito focados, e querendo chegar de qualquer maneira em Jaú. Quando, de repente... Um policial surge no meio da pista, sinalizando para pararmos no acostamento. "Agora ferrou, o que ele vai encrencar?" pensei. Era um policial rodoviário estadual (acho). Ele faz um grande percurso, até o carro. Quando chega, dá uma volta no veículo, olha tudo, pede os documentos (carteira de motorista e documentos do carro), olha tudo... E dispara:
    "- Tem passageiro aí atrás sem cinto de segurança."
    "- Não mesmo, todos estão usando cinto de segurança, isso eu tenho certeza!" respondi. E peço ao Marcio para mostrar o cinto abdominal.

    O guarda, a contragosto, comenta que os passageiros de trás com cinto de três pontos, do jeito que estão, numa freada iriam se machucar feio. Mando os 2 (Venom e Marcus) se ajeitarem no banco e pergunto: "Tudo certo, policial?" Ele entrega os documentos e libera-nos. Ficou sem o cafezinho dele, dessa vez. Fica para a próxima.

  8. Sim, chegamos - Saímos em Cordeirópolis, pegamos a Rodovia Washington Luís e seguimos até a saída 206B, como quem vai para São Carlos. Antes, em Rio Claro, paramos para ir ao banheiro e beber algo. Começo a sentir dor de cabeça, creio eu que por causa de cansaço. Não como nada, pegamos o carro e continuamos em frente. Pegamos a SP-225, que é quase toda em linha reta. A dor de cabeça aumenta, o cansaço aperta... Nisso, parte dos passageiros no banco de trás dormiram e acordaram, e Cláudia vai puxando papo, para me deixar acordado. Às 12:30 de sábado, finalmente demos entrada no Hotel Jardim, depois de tantas aventuras e cansaço. A nossa reserva tinha sido cancelada, mas felizmente tinha quarto disponível. Para o povo do quarto triplo, só o mais caro estava disponível (diária de R$ 135), e justamente não condizia com o custo do quarto (muitos mosquitos no teto do banheiro, por exemplo). No meu caso, fiquei com a Cláudia num quarto de casal (diária de R$ 91), muito bom, por sinal.

    Qto ao resto, e à volta, fica para depois.

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