31 dezembro 2008

A melhor compra de 2008

Conforme eu disse já aqui no blog antes, estava há tempos querendo trocar de notebook. O meu Compaq Presario 2100 já estava virando um "elefante branco", com sua bateria problemática, sua idade (comprei ele usado, há quase 3 anos) e principalmente... O seu peso. 3 quilogramas, o que é muita coisa se eu queria um notebook para me acompanhar.

Também não é segredo que eu estava interessado em um mini-notebook. Um netbook, como chamam hoje em dia. E fiquei fascinado pelo eeePC, mas a sua tela diminuta, de 7 polegadas, me desanimou, além do teclado, que é muito pequeno (e eu, com duas raquetes no lugar das mãos). Logo, teria que ser um com tela maior.

Achei o HP 2133 lindo: Carcaça em alumínio, tela brilhante, teclado maior e resistente (em testes que li por aí, à prova até de água). Mas, como disse-me o Cesar, numa das suas vindas ao Rio de Janeiro: "Bonito é, tio, mas você vai pagar quase R$ 2 mil num VIA C7?" E logo o VIA C7, que é um processador de baixos consumos: de energia e de insumos financeiros. Ou seja, um processador barato. Desanimei. Sem contar que instalar o Ubuntu nele é uma luta.

Procurei outro, e vi alguns outros que estavam surgindo no mercado. Afinal, este é um mercado em ebulição, e opções não faltariam em breve. Dito e feito: Hoje todos os fabricantes de notebooks tem o seu pequenino: ECS, HP, Asus, Dell, Acer, MSI, Lenovo, Samsung, Toshiba... O Acer Aspire One é lindo, talvez o mais bonito de todos. Mas a tela de 8,9" ainda não empolgou. Por que não fazem porta-retratos digitais maiores, hein? (*) E as opções no Brasil sempre demoram um pouco mais para chegar. Tám já foi bem pior, eu sei. Mas demoram, não tem jeito.

Daí eu vi e finalmente me encantei com o MSI Wind: Tela de 10 polegadas, 1 Gb de RAM, pelo menos 80 Gb de HD... O que é bom, tem espaço razoável para aprontar nas sessões de backup dos amigos do Esteban, além de ter espaço para instalar outros SOs. Além disso, 3 portas USB, leitor de cartões, wifi, rede cabeada, pouco mais de 1 kg de peso (viva!)... E a opção de bateria de 3 ou 6 células, ou seja: 4 horas de autonomia, sem esforço. Outra coisa que eu era traumatizado com o Compaq era a baixa autonomia da bateria, que quando funcionava, era de pouco menos de 2 horas.

Existiriam alguns revezes, como não ter um drive de CD/DVD, teclado menor do que o normal, sem saída para a TV (mas tinha uma VGA-Out), não ter modem e ser um Intel. Se bem que:
  • Posso viver sem o CD-ROM. Se quiser muito , é só comprar um que pode ser ligado na USB.
  • O teclado não deve ser muito maior do que o do eeePC, afinal, a tela tem 10 polegadas. O jeito é me acostumar.
  • A saída para a TV foi usada pouquíssimas vezes no outro. Logo, não é fundamental.
  • Modem... Nunca usei no outro notebook.
  • O problema de ser Intel não é exatamente um problema. Só seria que eu iria quebrar uma das minhas tradições, e pela primeira vez em 10 anos do PC próprio, eu teria um Intel. O que é, sinceramente, uma coisa besta da minha parte.
Então decidi que seria um MSI Wind, se eu o achasse por aqui. Mas a falta de dinheiro continuava, e a coisa realmente melhorou quando uma das instituições em que eu trabalha(va) me retirou da licença e me colocou de volta à sala de aula. Já dava para sonhar. E com a disparada do dólar, no final de setembro, minha decisão tinha que ser antecipada.

Logo, no início de outubro adquiri por custosos R$ 1650 um MSI Wind preto, com bateria de 6 células, numa loja em Copacabana. Não tinham muitas opções de cores, além do rosa, em algumas lojas em que procurei. Dispenso comentários sarcásticos quanto à cor... E vai preto mesmo, suja menos. Preferi comprar numa loja a encomendar pelo MercadoLivre por simplesmente questões de desconfiança. Já devo ter dito por aqui da minha inabilidade em adquirir produtos caros via Internet. Simplesmente não gosto.

Veio com Suse Linux Enterprise Desktop (SLED), o que é um bom sinal: O custo por licença é bem menor do que o do Windows (vindo da Suse, tem licença sim), e funciona tudo em um Linux. Logo, a expectativa é que tudo funcione em qualquer outro Linux. Tirei algumas fotos dele, como vocês podem notar. No final tem um comparativo de ambos, o antigo e o novo.

Logo que pude (tempo falta quase sempre), fiz uma imagem do SLED instalado (mania adquirida na escola), e instalei o Ubuntu 8.04. Instalei via pendrive, seguindo indicações de alguns sites. O que deu trabalho é que a instalação não fechava, capotava no final. O macete é deixar que o instalador do Ubuntu faça sozinho o particionamento do disco. Foi o que fiz, depois de várias tentativas, infelizmente frustradas. Funcionou redondo quase tudo: Tive que fazer uma gambiarra para o wifi, visto que o kernel dessa versão não tinha suporte nativo à Realtek RTL8189 dele. Algumas dicas apontavam para trocar a plaqueta wireless... Mas quando atualizei para o Ubuntu 8.10, tudo funcionou sem gambiarras. Ao menos, no kernel antigo da distro, tive problemas no kernel mais novo do 8.10. Nada complicado, só colocar esse que funciona como primeira opção no grub.

Aproveitei a empolgação, e instalei também o Mac OS X. Baixei uma ISO de um custom do OSX que roda bem nesse carinha aqui, desmontei minha gaveta de HD, espetei um drive de DVD nela... E mandei ver. Instalou sem percalços. Não mexi muito, mas já rende algumas piadas, como que "eles copiaram o Ubuntu" na interface (**). O wireless não esta(va) funcionando, o vídeo precisou de um programinha para se acertar com a resolução de 1024x600, entre outras (poucas) coisas. Depois que eu usar mais, comento. Mas o apelido de "Macbook Mini" vale: Roda muito bem o sistema "queridinho" dos descolados.

Fiz outras coisas: Atualizei a BIOS (ganhei a opção de overclock de até 24% quando ligado na tomada), pesquisei alguns hacks para ele (telas touchscreen, bluetooth interno, etc), e estou pensando em futuros upgrades (+ RAM, HD maior). Algumas considerações que faço agora, mais de 2 meses depois de tê-lo adquirido:
  • Me acostumei até mais rápido ao teclado do que eu achava que iria. O teclado é sensivelmente menor, mas a sensação de digitar é boa, e tive que me educar, apertando as teclas pelo meio e não da forma atabalhoada que sempre digitei. Feito isso, está bom.
  • A posição da / e do ? no teclado não é boa. Trocaria o Shift direito por essas teclas no ato. Aliás, preciso futucar no mapa de teclado para ver se não posso reprogramar o Control direito, o Shift direito ou outra tecla para obter essas duas que me fazem falta.
  • Segundo o gerenciador de energia aqui, 4 horas de autonomia na bateria de 6 células. Acho que só fui até o final da carga uma vez, em que deixei ele na suspensão por mais tempo do que deveria. Ou seja... Acho que a autonomia é apropriada, pelo menos para mim.
  • Meu ombro agradece pelo alívio de peso, e o tamanho permite-me levá-lo na pasta que uso (ganhei no Fórum de SL do Rio de Janeiro). Ou seja, ele vai comigo todo o dia, nos três empregos e quatro lugares onde trabalho. A mochila do notebook antigo está inclusive aliviada pelo "vazio" que gerei nela.
  • O processador Atom é um pouco mais rápido do que o antigo Athlon XP-M. Não o bastante para empolgar, mas também, eu não estou querendo fazer overclock nele. Ao menos, não toda hora.
  • A tampa é protegida com um plástico adesivo, que eu (não muito) cuidadosamente levantei e coloquei alguns adesivos, como o clássico "Fudeba Inside". Tenho agora que selecionar melhor o que colocar, já que não tenho muito espaço.
E concluio dizendo que esse é a minha melhor compra de 2008. Estou muito satisfeito com o novo Legolas. O wifi funciona que é uma beleza, o peso e o tamanho não incomodam, e tudo que eu testei dos recursos (até a webcam) estão funcionando lindamente no Ubuntu novo. O que preciso funciona bem, e só tenho a elogiar e recomendar.

O notebook antigo? Como não renderia mais do que duas patacas furadas, nesse mercado onde os notes caíram muito de preço, acabei doando-o para a ABU. Eu já estava com algumas ofertas em atraso, e essa era uma maneira de acertar minha dívida, com um item que seria muito útil para o movimento. Doei ele junto com a maleta no qual ele veio, e foi com o HD de 20 Gb original no lugar do de 120 Gb que tinha adquirido. Nesse HD restaurei a imagem do Windows XP que veio com ele, fiz as atualizações (inclusive Service Packs 2 e 3), e instalei uma coleção de programas livres e gratuitos para Windows. Logo, BrOffice 3.0, Kompozer, Scribus, Gimp, 7-Zip e mais um monte de programas que julguei útil. Fiz uma imagem, mas não tive tempo de masterizar um DVD de recuperação com o System Rescue CD, logo a imagem está lá dentro. Mas como fiquei sabendo que ele foi cedido à obreira que trabalha no Rio de Janeiro, significa que o efeito bumerangue está valendo: eu ainda vou por as mãos nele, em breve.

O HD de 120 Gb agora é o meu "pendrive grandão", está num case de HD, daqueles pequenos com duas portas USB. Se faltar espaço para a cópia nossa de cada dia, sem problemas.

E finalizo recomendando fortemente o Wind: É um excelente netbook, estou muito satisfeito.

(*) As telas dos mini-notes são as mesmas dos porta-retratos digitais, que começam a chegar no Brasil. Nada mais lógico para o fabricante, eles não tem que mandar fazer uma tela especial para o mini-note dela.

(**) sim, eu sei que é o contrário, mas e daí?

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Power over Ethernet

Estive olhando sobre a tecnologia PoE, a pouco conhecida Power Over Ethernet, o que permite subir energia elétrica e dados pelo mesmo cabo. Pretendo usar em casa para ligar e desligar um switch que vou colocar no telhado. Eu tenho um ponto de tomada no telhado, mas se eu ligar o switch de rede por lá, terá que ficar sempre ligado. E eu não vou usar tanto a rede de casa... É desperdício de energia, e dinheiro. Logo, melhor colocar num esquema desses, que o adaptador de energia fica no escritório, e eu desligo quando for melhor.

Por que não usar wireless direto? Bem, wifi é muito legal, mas quando eu tiver um micro na sala, como media center, vou precisar mover grande quantidade de dados do servidor para esse micro. Além disso, como eu construí a casa (no sentido figurado, claro), pedi pontos de rede em todos os cômodos. Fica mais fácil assim.

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