08 julho 2007

Ainda sobre o post anterior

O Tabajara mandou um comentário no post anterior, e eu o respondi por lá. Gostei do que ele disse, mas também gostei do que eu escrevi. Logo, como o blog é meu, resolvi recolocar aqui.

Antes de tudo, queria lembrar que eu não sou Linux-evangelista, xiita ou coisa do tipo. O Tabajara acha um absurdo montar e desmontar dispositivos móveis. Well, vale lembrar que o Macintosh monta e desmonta disquetes e CD-ROMs desde o início, e ninguém lá se ofendeu com isso... Hoje em dia, pendrive a gente monta e desmonta nos Windows da vida, sempre precisamos "desconectar" eles para removê-los. Quanto ao CD, é só colocar lá dentro que já monta. Para tirar, só dar um toque e mandar ejetar o disco. Quanto ao disquete, podemos marcar para o acesso a ele ser síncrono. Assim (acho) podemos removê-lo assim que acabar a operação. Mas... Alguém ainda usa disquete no dia-a-dia?

No frigir dos ovos, o problema não é do Linux. O problema que me fez colocar um IE rodando lá, a culpa é do iBest. Se o iBest tivesse feito um site minimamente razoável, iria funcionar corretamente no Firefox, no Safari, no Konqueror... E no IE. Site tem que ser acessível por TODOS os usuários, não importa se ele usa um Palm ou celular, se usa esse ou aquele navegador. Não estou querendo que os sites abram somente no Firefox, porque eu também não uso só o Firefox. Quero que abram em todos os navegadores.

Quanto à questão que me levou ao Crossover Office, foi a questão do formato de arquivo do Word. Se a Micro$oft explicasse como o formato dela funciona, não teríamos problemas. Seria bom para todos (até para ela). Alguém faça a experiência de abrir um arquivo em branco no Word, não escrever nada e salvar. O tamanho é de 11 Kb. O que tem dentro? não sei. Mas para ter tantos bytes, deve ter muita coisa lá dentro. O resto é questão de adequação, apenas. Apesar dessas dificuldades, ela está gostando, já disse que vai migrar os documentos para o BrOffice (salvando em DOC), para diminuir os problemas.

A questão é que eu não sou palhaço. Eu falei com ela, disse das diferenças que haveriam, das dificuldades, expliquei tudo isso. Fiz a pergunta pelo menos CINCO vezes, para ela ter certeza absoluta do que ela estava se metendo. Ela confirmou em todas as vezes. Fiz teste com pendrive, com disquete, com tudo... Coloco a máquina, e 3 dias depois ela quer o Windows de volta? Ah, faça-me o favor, eu (nem ninguém da equipe) é palhaço, de ficar fazendo as vontades dos outros. Levei 2 semanas montando a máquina, afinando e refinando tudo, e agora simplesmente tchau?

Vale lembrar que eu não sou um evangelista do Linux. Eu mal prego o Cristo crucificado, quanto mais um pinguim... O que me horroriza é que trabalho com professores, em teoria aqueles que tem sede de saber e gostam de ensinar. Mas descobri ao longo dos anos que eles são a raça mais retrógrada e avessa a mudanças que existe. Ninguém quer aprender! Salvo exceções, todos querem ficar parados, no mesmo lugar de sempre, e tá muito bom. O velho discurso do "mercado" é completamente vazio. Exemplo: quem usa o Firefox das máquinas são os alunos. Poucos professores o usam. Quando falo que a gente não tem que ensinar a ferramenta, temos que ensinar o conceito por trás da ferramenta, quase sou vaiado. Se o aluno entender o que é processador de texto, vai usar Word, BrOffice Writer, Word Perfect, Abiword ou qualquer outro. Se entender o conceito de interface gráfica, vai saber se virar com Windows, Mac OS X, Linux (e qualquer ambiente), com um mínimo de dificuldades. Vai ratear no início, mas vai conseguir.

Minha defesa não é e nunca foi pelo Linux, é pela alternativa, pela opção, e pelo ensino. Eu nunca aconselhei a um aluno arrancar o Windows das suas máquinas de casa. Mas incentivo-os a conhecer o Linux e as alternativas, já que o mundo não gira em torno de uma plataforma só. Existem alternativas. Mas não adianta, meus colegas ensinam ASP e Delphi, enquanto o mercado (que eles tanto idolatram) adotam PHP e Java, simplesmente por terem medo da mudança.

Agora, dizem que a FAETEC vai baixar uma norma, e tudo deverá ser migrado para Linux, na marra. Eu vou esperar para ver, e vejo os problemas que terei, já que não tem raça com mais má-vontade do que professor contrariado. Sim, é um saco.



Update: Criei uma conta para a coordenadora no GMail, e configurei para importar todos os emails da caixa dela, do iBest, para essa nova conta. Ocupou 3% da caixa nova. Tratei de configurar o que era preciso, fiz alguns ajustes e mostrei a ela como funciona: "Dá para anexar arquivo?" "Experimenta para ver...". E ela viu que funciona. Pronto, já sumi com o ícone do Intermerd Exploder do desktop dela, depois preciso arrancar fora o diretório .ies4linux de lá.

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06 julho 2007

Problemas e soluções

Tempestades... Lembram que a coordenadora queria Linux na máquina dela? Pois é, coloquei, mas não sem antes alertar a ela das diversas dificuldades que ela teria, visto que ela é uma típica usuária de Windows (e diz que ama o Bill Gates, só para me provocar). Ela concordou, disse que queria em todas as vezes em que perguntei: "Tem certeza?". Levei 2 semanas preparando a máquina, para 3 dias depois ela querer o Windows de volta, que nada funciona, que o Linux é um lixo, etc. Engulo a raiva, mando ela pedir o dinheiro de volta que ela pagou pelo Linux, e falo que eu não sou palhaço de ficar instalando e reinstalando tudo. Sento e vou resolver os problemas dela, e lá vem as minhas soluções:


  1. Vários usuários logam na máquina dela. O console tranca com a inatividade (10 minutos), ninguém lá sabe fazer logoff. Aí um clica no botão "Trocar Usuário" e pronto, loga, não faz logoff, novo "Trocar Usuário"... Não é incomum eu pegar 4 consoles X abertos na máquina, todos trancados. E eu vou lá, e disparo um show de kill -9. Solução: coloquei no arquivo de configuração do gnome-screensaver de TODOS os usuários a opção do console não estar mais trancado. Logo, o tonto que saiu sem fazer logoff, pode ter a conta bagunçada por um usuário malvado. Problema dele, não meu.
  2. Ninguém sabe (além dela) que o disquete deve ser desmontado antes de tirar. E vez por outra tinha isso acontecendo lá. Solução: Coloquei três comandos num arquivo da configuração do GDM, mandando desmontar o disquete, o pendrive e o CD-ROM no ato do logoff. É o jeito. E deve ter gente já ferrando o conteúdo do seu disquete justamente por não desmontar...
  3. A impressora não imprime na conta de outro usuário. Solução: Ué, não foi o que ela pediu, que só ela tivesse acesso à impressora? Doh!
  4. Problemas com o BrOffice. Na verdade o arquivo salvo como DOC, no Word, e aberto no BrOffice, dá uns problemas com tabelas, no caso não dá para copiar o conteúdo de várias células entre tabelas, além dela ter problemas com vinculações feitas com o Excel. Ainda tenho que experimentar se eu salvar o arquivo no Word em RTF e abrir no BrOffice resolve. Solução depois de ter tentado muitas coisas: Pegar uma cópia pirata (sim, pirata) do CrossOver Office, e instalar o Word e o Excel 2000, enquanto ela faz a migração dos arquivos. Isso deu trabalho para chegar a essa conclusão, mas funcionou, inclusive fiquei bem impressionado com o programa, vale os US$ 40 que são pagos nele.
  5. Problema com o Firefox. Na verdade, o galho é do iBest, cujo site não anexa arquivos quando acessado via Firefox. Já mandei vários emails para o iBest reclamando, mas o jeito foi instalar o IES4Linux, para ela usar o IE para isso, e convencer ela a abrir um email no GMail. Um dia eu abro a conta para ela.
  6. Disquete de lançamento de notas: Tem muitos professores querendo usar a máquina dela para fazer o lançamento das notas, que é feito num disquete. O programa é feito em Clipper, e funciona direitinho. A solução proposta é usar o DOSEMU para executar o disquete, mas ainda não a empreguei, mesmo porque o negócio é tirar isso do pessoal ficar usando a máquina da coordenação para situações pessoais. Para isso tem uma máquina separada, só que ainda falta alguns ajustes (e um cabo de rede para ela).

O duro é fazer isso e ouvir de alguns pretensos brincalhões (mas que não aguentam quando estão por baixo) chamarem o Linux de "carrinho de pipoca", de que não presta mesmo, que é coisa feita por amador... E não adianta falar que tem IBM, HP e um monte de empresas do lado do Linux. Para esses, vale apenas o seu mundinho como verdade absoluta e intangível. Nesseas horas é que eu me lembro da famosa frase do Giovanni: "Como querem ensinar, se não querem aprender?". É lamentável. E vamos andando...



Se alguém tiver uma solução melhor para algum dos problemas que tive, sou todo ouvidos.

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