07 maio 2013

Dell, ultrabooks e Linux - parte 1: Pesquisa e compra

Há algum tempo entrei numa queda-de-braço com a HP por causa de um Windows que veio pré-instalado em um notebook HP, e foi concluída com a empresa adquirindo novamente o notebook de mim. De lá para cá, tive (e ainda tenho) um notebook Toshiba, com processador AMD A6. Uma amiga trouxe-o dos EUA para mim (novamente, obrigado Yasmine), e ainda um tablet da HP (não o Slate 7, o Touchpad), e um SSD de 120 Gb. Removi o HD do Toshiba (640 Gb), clonei-o (com Windows e tudo) e guardei no meu servidor, para quando vendesse-o. O HD foi para um case externo, e no lugar coloquei o SSD, instalando Linux Mint e fazendo todos os procedimentos necessários para torná-lo mais rápido e eficiente. Dispensável dizer que o primeiro boot do Linux nele, eu tive que rebootar, por não acreditar que ele inicializou tão rápido.

Mas confesso-me decepcionado com esse notebook. A autonomia de bateria é inferior ao que eu imaginava, ele esquenta mais do que eu gostaria que esquentasse, e eu odeio os teclados dos notebooks Toshiba. São horríveis. Logo, depois de pouco mais de um ano, e aproximando-se o meu aniversário, resolvi que era hora de vender esse Toshiba e comprar um outro notebook. Afinal, preciso de um bom equipamento, leve e robusto, para trabalhar.

Depois de muita pesquisa, vi que os ultrabooks da Dell eram uma opção boa para rodar Linux, e me interessei pelo Dell Inspiron 14z. Quase comprei no meio de abril, mas adiei e foi uma boa ideia: Ele caiu ainda mais de preço antes do Dia das Mães (sabidamente, a segunda melhor época para o comércio varejista no Brasil), e adquiri-o, parcelando em 8x s/ juros. Dessa forma, a última parcela cai em dezembro, e eu não levo velhas dívidas para um novo ano (no caso, 2014).

Mas, e o principal: Como é o suporte dele para o Linux? E como eu vou me livrar desse sistema operacional que não irei usar, o Windows 8? Aí entra a conversa via chat com um dos vendedores, que reproduzo abaixo:
04/12/2013 03:40:15PM Ricardo J Pinheiro: "N sou usuário Windows, sou usuário Linux há pelo menos 15 anos, e n tenho interesse no software q vem pré-instalado no ultrabook. Quais são as políticas da Dell qto à devolução dessa licença de uso q n será ativada, e o reembolso?"
04/12/2013 03:44:05PM Ricardo J Pinheiro: "Se possível, preferiria comprar o ultrabook s/ sistema operacional algum, descontando o valor da licença do Windows 8. P/ mim seria a solução ideal."
04/12/2013 03:44:46PM Agente (CSMR Thiago_A): "infelizmente não temos esse modelo sem sistema operacional"
04/12/2013 03:45:45PM Ricardo J Pinheiro: "Hm. É... Seria bom se a Dell o fornecesse c/ Ubuntu, ou s/ sistema operacional. A comunidade de software livre agradeceria. :-)"
04/12/2013 03:45:50PM Ricardo J Pinheiro: "Pena."
04/12/2013 03:45:52PM Agente (CSMR Thiago_A): "caso não tenha necessidade do sistema operacional você poderá solicitar o abatimento do valor"
04/12/2013 03:46:06PM Agente (CSMR Thiago_A): "o valor do abatimento gira em torno de R$ 100"
04/12/2013 03:47:05PM Ricardo J Pinheiro: "Opa, isso é bom."
04/12/2013 03:47:13PM Ricardo J Pinheiro: "Como procedo?"
04/12/2013 03:47:46PM Agente (CSMR Thiago_A): "após efetuar a compra"
04/12/2013 03:47:54PM Agente (CSMR Thiago_A): "entre em contato com o nosso pós vendas"
04/12/2013 03:48:11PM Agente (CSMR Thiago_A): "e informe que não tem interesse no sistema operacional"
04/12/2013 03:48:30PM Ricardo J Pinheiro: "Ah, sim, entendi."
04/12/2013 03:48:33PM Ricardo J Pinheiro: "Muito bom."
04/12/2013 03:49:20PM Ricardo J Pinheiro: "Contato via chat, telefone ou e-mail?"
04/12/2013 03:50:29PM Agente (CSMR Thiago_A): "via telefone"
Logo, apesar da Dell só vender notebooks com Ubuntu que sejam da linha profissional (Vostro) e colocar Windows 8 em toda a linha, é possível solicitar o cancelamento do sistema operacional, e removê-lo do equipamento. Qualquer abatimento é bem-vindo, e a nota fiscal da Dell ajuda nisso, visto que eles discriminam na nota fiscal o valor do sistema operacional e dos softwares. Segue cópia da minha nota fiscal aí embaixo:

Ou seja, é possível receber o estorno do valor do Windows, de alguma forma! Então vamos averiguar...

PS: Se você tiver interesse em comprar o Toshiba, entre em contato comigo, então. O aparelho é bom, mas não atendeu minhas expectativas.

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15 setembro 2011

Passo a passo: Como vai o processo de reembolso? (atualizado em 20/10/2011)

No princípio...
Tratei de procurar as alternativas, e nenhum fabricante que me interessava (HP, Dell, Acer, etc) tinha um equipamento nos moldes do que eu queria, mas sem Windows: Ou são equipamentos inferiores aos que eu queria, mas com Linux, ou vinham com Windows. E pronto.

Logo, decidi comprar mesmo assim, e depois ver a questão do reembolso. Citando o Código de Defesa do Consumidor, este é um típico caso de venda casada:
        Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:

        I – condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;

        Redação dada pela a Lei nº 8.884, de 11/6/1994.

 A Lei 8.137 de 27/12/1990 ainda adiciona:
    Art. 4°. Constitui crime contra a ordem econômica:

    (…)

    Art. 5° Constitui crime da mesma natureza:

    II – subordinar a venda de bem ou a utilização de serviço à aquisição de outro bem, ou ao uso de determinado serviço;
Por último, vale citar a  licença de uso do usuário final, a popular EULA da Microsoft. Aqui vai um trecho realmente relevante:

    Usando este software você aceita estes termos. Se você não aceitá-los, não use o software. O invés disso, contate o distribuidor para um reembolso ou crédito. Se você não conseguir um reembolso, contate a Microsoft ou o serviço afiliado Microsoft no seu país para informações sobre as políticas de reembolso da Microsoft.
Logo, há anteparo legal para que isso ocorra. Só que eu vi muitos relatos com a Dell, alguns com a Lenovo (tendo até que recorrer ao Tribunal Especial Cível para conseguir o que queria)... Mas nenhum da HP. Minto, existe um relato da HP, mas na Suíça. Não no Brasil. E para piorar, a HP é ruim de jogo.

Logo, aqui vai uma linha do tempo, que será atualizada conforme a necessidade:

3 de setembro de 2011
Fui até a Fast Shop do Barrashopping, para adquirir o equipamento. Vale dizer que o atendimento da loja é bom, a vendedora (Priscila) topou a minha proposta (vender-me pelo mesmo preço que a loja fazia via Internet), e ainda fez melhor: Paguei uma parte, tipo 15% no cartão de débito, e todo o resto (85%) no cartão de crédito. Ou seja, só irei pagar em outubro. Ainda peguei uma garantia estendida: Agora ele estará coberto até setembro de 2013, por pouco mais de R$ 300, sendo parcelado em 12 vezes. Gostei.

4 de setembro de 2011
Tiro o notebook da caixa. Abro a embalagem, removo tudo e dou de cara com uma folha da HP, uma espécie de manual rápido, onde há lá o Termo de Software, que diz:

Para instalar, copiar, efetuar download ou de outro modo usar qualquer produto de software preinstalado neste computador, você concorda com os termos deste Contrato de Licença do usuário Final HP (EULA). Se você não aceitar estes termos de licença, a única solução é retornar o produto completo não utilizado (hardware e software) dentro de 14 dias para receber um reembolso sujeito aos critérios de reembolso do local onde foi adquirido. Para qualquer informaçãoa adicional ou para solicitar um reembolso total do computador, entre em contato com seu ponto de venda local (o vendedor).

Leio o termo, fico na dúvida... Isso significa que eu tenho que devolver o notebook à HP se eu não quiser o Windows, é isso? Resolvo ligar para a HP, sem ter ligado ainda o notebook. Para ser exato, só tirei ele da caixa.

Era um domingo de tarde, e, depois de alguns passos pela interface do atendimento, sou recebido por um atendente (esqueci o nome), de voz cordial e pelo visto realmente interessado em resolver o problema. Faço um breve cadastro, ele pede-me número de série do notebook, dados, etc... Explico tudo calmamente e tendo certeza de que o que eu quero não é a devolução de todo o equipamento (que, aliás, consome muita bateria), mas sim a devolução da licença e o reembolso do Windows.

O atendente pede um tempo, e fica fora mais do que eu imaginava. Volta depois de uns 10 a 15 minutos, dizendo-me que a HP não faz isso, não é política da empresa, etc e tal. Bem, eu já imaginava. Agradeço, desligo, e vou trabalhar na máquina.

Remover a etiqueta da licença do Windows foi até fácil, nada que um secador de cabelos não ajude (obrigado, Cláudia!), assim como o uso de uma pinça. Delicadamente removemos a etiqueta de licença do Windows e aquela outra etiqueta com a bandeirinha do Windows. Faltou a etiqueta abaixo do punho esquerdo, mas essa eu tiro depois.

Daí, foi bootar com um pendrive e clonar todo o HD. Eram 4 partições, e a compactação deu no total uns 28 Gb, o que é bastante coisa. Clonei tudo e coloquei num HD externo.

5 e 6 de setembro de 2011
Ao longo desses dias, foi formatar, reparticionar o HD, transferir tudo do netbook para ele, e instalar o(s) Linux. Coloquei o Ubuntu 11.04, com tudo que tem direito - inclusive Unity. Também coloquei o Fedora 15, que arrebatou meu coração com a Gnome-Shell no Gnome 3. Curiosamente, no Fedora a única coisa que não entrou imediatamente foi a placa de rede wireless (uma Broadcom), mas que resolvi com essa dica aqui. Bastou liberar o RPMFusion, fazer uma instalação e rodar o akmods. Só isso, e a rede entrou de cara. O resto, é só alegria.

Nesse intervalo, recebi um email com uma pesquisa de satisfação da HP. Respondi, elogiando o atendente, mas deixando claro que não estava satisfeito com o atendimento da HP sobre a minha questão. Submeti a pesquisa, e fui continuar a configurar o brinquedinho novo.

8 de setembro de 2011
Passado o feriado da Independência, vou falar com quem pode me ajudar a ser independente (e reembolsado): o PROCON. Pego o manual, nota fiscal e vou até o PROCON. Fui surpreendentemente atendido de pronto (mal esperei), e expliquei tudo ao atendente. Inicialmente, ele questionou que não era venda casada, mas justifiquei, e ele concordou. Depois de uma conversa, ele recomendou que eu tirasse algumas xerox, como material do processo. Fui lá, fiz as cópias, e na volta foi atendido prontamente por uma jovem (curiosamente ao lado do atendente anterior), e para a qual eu expliquei tudo e entreguei as cópias. Ela então redigiu uma carta, solicitando esclarecimentos à HP. Dali, foi pegar a correspondência e postar como carta registrada com aviso de recebimento. Por ocasião em que escrevo estas mal-digitadas linhas, a correspondência já deve estar chegando às mãos da HP, que tem 2 semanas para prestar esclarecimentos ao PROCON. Terei que ir lá novamente no dia 30 de setembro (sexta), às 13:50, para saber do posicionamento da empresa.

No mesmo dia, à noite, recebi um telefonema. Serviço de atendimento ao cliente da HP. Converso com a funcionária, que é muito bem-humorada (ela riu quando disse que, como professor, é muito difícil eu dar zero ou dez, e por isso o atendente merecia 9), e que concordou comigo na questão de querer o devido reembolso pelo produto que não estou usando. Sim, ela concordou que eu não deveria pagar pelo que não iria usar. Será que isso é relevante? Não sei, mas pelo menos alguém do "inimigo" me entende.

15 de setembro de 2011
Enviei ao br-linux.org um aviso de notícia, citando esse post, e falando do ocorrido. Acho que nunca tive tantos comentários nesse blog como tive agora... Bem, várias pessoas perguntaram sobre o fato, e o Otto Teixeira (protagonista de uma queda-de-braço com a Lenovo, e que citei aí em cima) me mandou um e-mail com várias dicas sobre o que ele passou, e como ele procedeu. Basicamente:
  • É bem provável que a HP ignore o PROCON. Se prepare para ir ao Tribunal Especial Cível.
  • Eu deveria citar a Fast Shop no processo. Mas não achei justo, quem vende não tem culpa do erro do fabricante. De qualquer forma, será arrolada no caso de ir parar no Juizado.
  • Guardar o resultado da audiência no PROCON para o possível processo.
  • Levar tudo que tiver que possa ser anexado como provas, incluindo números de protocolo de atendimento (que eu não anotei, droga). A intenção é mostrar que foi tentado resolver amigavelmente.
  • Alegar que não declarar o valor do Windows na nota configura fraude fiscal, o que é verdade.
  • Levar junto evidências que comprovem que o Windows OEM não custa R$ 1. Basta levar informações que provem isso. Isso é para evitar que eles ofereçam um valor menor do que o que o Windows custa. Ele ainda sugere que, se achar uma loja cobrando mais caro, para levar a mais cara, o que é o valor de R$ 318 numa busca feita hoje no Buscapé
23 de setembro de 2011
Hoje a HP me ligou. Pelo que vi no site dos Correios (que estão em greve), a correspondência chegou na HP no dia 12 de setembro, e eles contactaram-me a respeito do fato. Só que me ligaram no horário em que eu pratico natação, logo meu celular, que, apesar de ser resistente à água (ele é um Motorola Defy), fica no armário. Não conseguiram falar comigo, mas deixaram uma mensagem no correio de voz.
Ao chegar em casa, vi um email da HP, pedindo para que eu contactasse-os... Num telefone de São Paulo. Ahn, tá, eu faço a queixa no PROCON e ainda tenho que pagar uma ligação interurbana? Aham Cláudia, senta lá. Respondi o email, disse que estaria em casa todo o dia, e que eles poderiam me ligar. Bem, até a hora em que atualizo esse post (20:55), não ligaram. Paciência, a audiência é daqui a 7 dias.

27 de setembro de 2011
Hoje uma funcionária da HP (Camila) entrou em contato comigo por telefone, e conversamos a respeito. Expliquei toda a situação, sobre a minha insatisfação, e ela ouviu atentamente. Expliquei que não uso Windows, que a HP mandou o notebook com o dito cujo e eu não o uso... E por aí vai. Ela foi conversar com a sua supervisora, e voltou com uma proposta: A HP compra o notebook de volta, em valores corrigidos (tem menos de um mês que eu o adquiri), e eu fico sem o equipamento, mas reembolsado do valor total, e livre para comprar outro. Ela ainda explicou que a HP não tem ainda uma política interna para situações como essa (sim, ela usou o "ainda"), e que é o que ela pode ofertar.
Antes de tudo, era o que eu esperava que eles iriam me propor. Confesso que a proposta não é o que eu queria, mas depois de adquirir esse G42-374BR, vi o quanto ele me incomoda pela sua baixa autonomia de bateria (apenas 1h30min). O equipamento em si é muito bom, mas esse é um pecado quase mortal para mim. Ele esquenta consideravelmente, logo arma a ventoinha toda hora.
Confesso que estou seriamente tentado a executar a recompra, e aguardar mais um pouco para adquirir outro notebook, dessa vez com um dos novos processadores AMD, da plataforma Llano. Curiosamente, a própria HP me avisou via twitter que em novembro eles começam a vender equipamentos com essa característica aqui em terra brasilis.
Claro que terei que lidar com mais uma cópia do Windows 7, e provavelmente isso será uma nova queda de braço, ou então aceitar tacitamente e ensopar uma licença com batatas. É um caso a se pensar, e peço a vocês que lêem esse post (e os esporádicos que lêem o meu blog) que opinem. Agradeço as opiniões.


3 de outubro de 2011
Decidi devolver o notebook à HP, pelos motivos acima apresentados. Anteriormente recebi o contrato da PSG (a empresa da HP que vende micros e notebooks), o qual conferi, assinei, digitalizei de volta e mandei de volta, por email. Hoje fui até a Fast Shop para solicitar a suspensão da garantia estendida. Entreguei uma cópia do contrato que fiz com a PSG, alguns documentos, uma carta escrita de próprio punho explicando o fato, e meus dados foram anotados. Agora é aguardar.

20 de outubro de 2011
Passados 17 dias, nenhum retorno, nem da HP, nem da Fast Shop, a respeito do dinheiro. Da HP, aguardo o depósito do valor na minha conta bancária, e daí encaixoto o notebook (que inclusive estou usando para atualizar esse post), posto no correio para eles e solicito o reembolso do valor usado pelo correio. Já enviei 2 emails à HP, solicitando o contato, mas nenhum retorno. Da Fast Shop, os valores ainda estão no meu cartão de crédito, nada foi estornado ainda. Continuo aguardando.

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14 setembro 2011

Agora é a minha vez: A luta pelo reembolso do Windows, junto à HP

Como alguns sabem, sou usuário Linux desde 1998, e abandonei o Windows definitivamente em meus computadores a partir de 2003, com o lançamento do Fedora Core 1.

Em 2005, adquiri o meu primeiro notebook, um Compaq que veio com Windows XP. Acabei removendo-o, colocando Linux e posteriormente reinstalando-o, já que eu doei o equipamento à uma ONG.

O segundo notebook foi na verdade um netbook MSI Wind, que veio com o SLED (SUSE Linux Edition Desktop). Impressionante, um netbook com Linux! Mas removi-o e coloquei Ubuntu nele. Depois, através de um amigo, ele foi vendido.

O terceiro foi mais um netbook: Um Acer Aspire One de 11,6", que veio com Linux no anúncio, mas instalaram um Windows XP pirata nele. Quase liguei para a loja pedindo pelo Linux... Mas decidi não importuná-los. Formatei sem dó nem piedade, e sapequei Ubuntu inicialmente, depois Fedora, que foi o que melhor se adaptou. O vídeo foi o grande vilão da história.

Daí, veio o quarto notebook, que é uma volta à AMD e ao tamanho maior. Trabalhar por até 7 horas direto com a cara num netbook não dá, fica cansativo demais. Então, depois de muita pesquisa, optei por um HP G42-374BR. 14 polegadas, AMD Phenom II X3, 4 Gb de RAM, 500 Gb de HD, placa de vídeo Radeon HD 6200... Alguns vão criticar, dizendo que AMD não é uma boa opção (não é o que eu acho), que esquenta demais (mais do que meu netbook é certo), que a bateria dura pouco (e realmente dura), que é pesado (2,2 kg nem é lá muito pesado)... Mas como cansei de Intel (GMA500 é o inferno na Terra para quem usa Linux), foi uma boa opção.

Só que esse notebook veio com Windows Seven Home Premium instalado. E eu não quero usar Windows, não uso Windows e pior, não quero ter que pagar por um produto que eu não uso, sendo que esse produto custa de 15 a 20% do preço do equipamento em si.

Então... O que fiz? Isso vem para o próximo post.

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04 janeiro 2009

Filosofações: Uíndous, Leenocs e a mediocridade humana.

O Sturaro comentou no seu blog, num post que li recentemente, do pessoal que mete o malho no Windows, que diz aos quatro ventos que Linux é o caminho, a verdade e a vida... Mas ainda usa WINE e coisas do tipo para rodarem programas do Windows dentro do Linux - sendo que, no Linux, tem programas equivalentes. Li enquanto estava no aeroporto, fazendo uma hora e esperando o embarque da minha cunhada com o esposo para Fortaleza. Cheguei a postar, mas a rede da Vex, como é razoavelmente comum... FAIL. O Cesar bem que fala isso de monte, e é verdade. Ô tranqueira! Depois mandei um email reclamando da rede, quem sabe ajuda? Se não,
o jeito é perturbar o CTO da mesma, através do podcast dele. Que,
aliás, é excelente. Eu iria comentar, mas o que escrevi acabou crescendo, e pensei que renderia um post por aqui.

Bem... Antes de tudo, é importante fazer uma distinção do que é Linux para o que é software livre. É muito comum de que a mistura seja feita, talvez justamente por que uma instalação de Linux já compreender vários programas, em alguns casos quase tudo o que você vai precisar usar.
  • O Linux é o sistema operacional. Aliás, GNU/Linux é o nome certo para o que conhecemos como kernel. Este está na versão 2.6.28, de 24/12/08, e está em desenvolvimento contínuo há mais de 17 anos - quase a maioridade. O Linux tem suporte a quase tudo que pode ser ligado a um computador. Claro, tem coisas que não funcionam (Piter Punk que o diga), mas se não funciona, por que não reclamar com o fabricante de hardware, que não fez o driver para Linux? Fácil jogar pedra, né? Além disso, temos aí a maioria dos servidores do mundo, mais de 80% dos supercomputadores listados no Top500.org, etc e tal. Uma presença marcante e inconteste no mercado.
  • O software que é executado sobre o Linux, na sua maioria, é software livre. Claro, nem tudo é livre. Afinal, Maya, Mathematica, Maple e outros continuam comerciais, mesmo em Linux. Engana-se quem acha que tudo em Linux é livre ou tudo deve ser livre. A maioria é livre, mas nem tudo. E temos programas para quase tudo: De navegadores a suítes de escritório, de clientes de email a programas para desenho... Tem de tudo. Mas isso não é Linux, são os softwares que podem ser executados em cima do Linux. E boa parte deles (principalmente os que usam bibliotecas como a GTK+) tem versões para Windows.
Naturalmente, boa parte desses programas não tem todos os recursos das contrapartes pagas:
  1. Alguns vão dizer que o Gimp não tem todos os recursos do Photoshop, como não ter suporte ao sistema de cores Pantone. E no caso do Gimp nunca terá. Por quê? Porque para usar o Pantone, a Adobe paga pelo licenciamento, para cada cópia do Photoshop. E o Photoshop é pago, lembram? Pois é... O Gimp, pelo menos, tem curso zero.
  2. Talvez o BrOffice não tenha todos os recursos do Office 2007 (e também não tem aquela interface esquisita que, dizem, é melhor). Mas, e o custo? 0 x R$ 200.
  3. Cinelerra versus Adobe Première... Não, não dá para editar um blockbuster de Hollywood com o Cinelerra. Mas é possível que com o Première também não. E o primeiro? Custo zero.
  4. Inkscape x Corel também é luta perdida para o software livre. Mas o custo para o SL é zero. Um Corel X4 não sai menos do que R$ 1000.
  5. O tradicional choramingo por parte de pessoas que reclamam que no Linux não vem o suporte a MP3, e que você precisa pegar na Internet, e não sabe o por quê... O Instituto Fraunhöffer cobra US$ 1 de cada MP3 player ou por cada cópia de software que use o seu algoritmo patenteado. Logo, se uma distro Linux for baixada 1 milhão de vezes, serão 1 milhão de reais, certo? E eles estão no direito deles, de cobrar isso. Antes que reclamem, lembrem-se que o Windows também não tem suporte ao MP3 de forma nativa (tirando os Win XP por aí retalhados pelo nLite). A ferramenta, pelo menos, aponta qual o codec e baixa o mesmo para poder tocar o vídeo.
E por aí vai.

Mas aí vem a sempre presente pergunta: E você, precisa de TODOS os recursos que esses programas PAGOS oferecem? Você precisa MESMO de um Photoshop, em toda a sua glória e preço alto para apenas remover olhos vermelhos de algumas fotos feitas com câmera digital? Você precisa daquele recurso obscuro que só o Office 2007 tem? Você precisa de tudo o que os programas pagos oferecem como recursos?

Aposto que a resposta é quase sempre: "não, não preciso". Mas então, por que usam esses? Porque é fácil conseguir uma cópia não-autorizada deles, ora. O Photoshop não custa R$ 1500 para quem pensa assim. O custo não passa de R$ 10, pagos a um camelô na calçada. E assim vai para o AutoCAD, Delphi, e tantos, tantos outros.

Quando falo no título de mediocridade humana, é que muitos com um cérebro do tamanho de uma azeitona resolvem usar o Linux, e puxam a mesma lenga-lenga de sempre, que o Windows não presta, que o Windows é isso e aquilo, etc e tal. Mas ainda estão atrelados ao Windows, porque "o lado negro (cópias não-autorizadas) mais fácil é" (como diria Mestre Yoda). Estão atrelados não exatamente ao Windows, mas sim ao vício da cópia não-autorizada. São incapazes de procurar alternativas, e se puderem, rodam tudo em cima do pobre coitado do WINE.

Não basta tirar a cópia não-autorizada das mãos do homem, tem que tirar também de dentro dele. A mudança de mentalidade. Sou adepto do software livre, e prefiro em tudo o que eu faço. Mas se uma empresa quer ganhar dinheiro vendendo software proprietário, ela tem esse direito, e deve ser preservado. Não se deve justificar a cópia não-autorizada apenas pela falta de dinheiro. Procura-se uma alternativa, "dá-se um jeito".

Certa vez ouvi de um aluno: "Ah, professor, e o senhor acha que esses caras (a ABES) vão dar uma batida e pegar as lan-houses e eu, lá dentro da CDD, onde eu moro? Nunca!" E a polícia está ocupando há quase 2 meses... Mesmo com o risco da implantação de mais uma milícia. Não é a cópia indiscriminada que incomoda, é a impunidade, e saber que está errado, mas nem por isso achar que está errado. Lamentável, meu coração como educador entristece-se. Mas falo disso outro dia.

Voltando ao Windows: Uso Linux há mais de 10 anos, e somente Linux em casa a pelo menos uns 5 anos. E digo que, para mim, o Windows não tem função alguma. Como jogo pouco (a principal razão para prender usuários ao Windows), ficou fácil para mim. O Windows, para mim como usuário é completamente desnecessário, visto que tudo o que eu faço no micro, faço no Linux sem precisar do Windows. As únicas coisas que preciso é algum programa específico ou o lançamento de notas de uma das instituições de ensino em que leciono (que tem que ser no IE). Resolvo isso via máquina virtual mesmo, num Windows XP legalizado, do meu antigo notebook.

E como diz meu irmão, "Windows tem prazo de validade, depois de alguns meses vence e você tem que reinstalar tudo!". Sim, sim, você pode usar o recurso da imagem para restaurar, mas... E se você não fizer imagem? Essa é a questão: Um sistema não deveria ser robusto o bastante para suportar atualizações, coisas do tipo? Pelo visto não. Mas... O caso é que o Sturaro está certo nesse assunto: Muita gente que arrota a superioridade do Linux (que, na minha opinião, é inconteste), mas não consegue/quer viver somente com o software livre. É melhor? Na minha opinião, sim, é melhor em quase todos os aspectos. Mas só quem pode realmente falar isso, é quem o usa no dia-a-dia. E o que mais vejo é gente que fala muito bonito, mas na prática não usa. É fácil falar, o difícil é fazer e viver o que se fala. E infelizmente, a "comunidade de software livre" está cheia. E lembre-se:

Windows é que nem o Governo Lula: Tornou-se um esporte falar mal dele, mas ninguém quer pensar e criticar. Pelo contrário, querem jogar pedra, sem motivo.

PS: E alguns desses ainda se acham os melhores porque usam Slackware. Como disse um ex-aluno meu: "./configure ; make ; make install é fácil. Quero ver quando tudo dá problema." E é verdade, é muito fácil falar o que falam, sem embasamento algum.

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02 agosto 2008

"Para os maus, pau" 2 - a missão

Lembram que eu falei num post aí embaixo do nosso novo esquema de controle das máquinas? Pois é, quinta passada demonstrei isso a uma turma: Enquanto explicava o esquema, loguei numa máquina, removi os filmes que eles estavam copiando enquanto eu falava, e reiniciei o mesmo micro. Um deles me perguntou: "Como o senhor fez isso, professor?" Respondi: "Magia negra". E sorri.
Eu adoro quando posso ser mau com meus alunos...

Em tempo: Não sei se citei por aqui a minha licença não-remunerada de 2 anos de um dos meus empregos, licença essa que tive que pegar. Pois é, depois de uma conversa com o diretor (grande sujeito), conseguiram arrumar 2 turmas para mim. Logo, dia 11/8 estou de volta. Terei algumas dificuldades: É em Campo Grande, ainda não sei como chegar no local (mas já tracei várias rotas via Google Maps), uma das disciplinas eu nunca lecionei, e uma das turmas será numa sexta-feira, à noite. Mas que se dane, estou feliz! Estou de volta á sala de aula, numa instituição em que eu nunca tive maiores problemas. Também, foi-se 2 noites, só terei 3 noites livres por semana. Em compensação aumentam as entrada$, a dívida vai diminuir mais rápido... E por aí vai. Beleza.

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24 julho 2008

"Para os maus, pau!"

Por causa das aulas de Programação para a Web, temos que ter instalado nas máquinas o servidor Web IIS, da Microsoft. E o IIS está configurado para acessar uma página (D:\Minhas Paginas), e responder à requisições via Web, requisições que podem partir de toda a rede. Junte isso com um monte de adolescentes dispostos a fazer o que não se deve, e você tem de tudo sendo compartilhado pela rede: Filmes, jogos, ROMs de emuladores, pornografia... Dizem as más línguas que até pedofilia foi avistado num laboratório.

Uma das soluções possíveis é colocar o IIS para responder somente requisições locais, ou seja, do endereço 127.0.0.1. E dá para fazer, só que o IIS instalado nas máquinas não dá essa opção. Ela está desligada, e não descobri como ligá-la. Talvez seja uma restrição por estar usando o Windows 2000 Professional, e não o Server, nas máquinas. Pesquisei, mas não descobri como (se alguém souber como fazer isso no 2000 e/ou no XP e puder me dizer, agradeço).

Outra opção seria jogar tudo na máquina do professor, removendo os IIS das máquinas de alunos e colocando tudo nas máquinas de professor. Bem, de 120 máquinas, reduzimos para 10. Mas um professor reclamou, disse que isso não é bom academicamente, que o melhor esquema de desenvolvimento Web é mesmo tudo local, etc. É, concordo em parte com ele. Mas não faria mal tentar.

Mais uma opção seria a louca idéia de cadastrar todos os alunos que tem acesso às máquinas, e fazer restrições de acesso por usuário. Bem, tem vários fatores que tornam essa idéia inviável, como:
  • Mais de 1000 alunos na informática, e pouco mais de 3000 alunos na escola como um todo. Teremos que cadastrar todos os alunos da escola, não só os da Informática. Afinal, alunos de outros cursos tem aulas de Info, e o pessoal da Mecânica usa nossos micros para aulas de CAD. E sempre tem um ou outro aluno pedindo para usar nossos computadores para "fazer pesquisa".
  • Uma sobrecarga absurda na base LDAP do servidor (que aguenta), cadastrando aluno por aluno. Fazer isso de forma automática é viável e relativamente fácil, mas o problema é depois gerenciar isso tudo.
  • O usuário é adolescente, logo teremos problemas com senhas perdidas e esquecidas, gente compartilhando senha e alunos de outros cursos cujas contas serão usadas para fazer o que não deve na rede.
  • Perfil móvel para todo mundo, de usuário convidado. Mas é espaço em disco desperdiçado.
  • Incluir todas as máquinas da escola no domínio de rede. Nosso servidor é Samba, estações com Windows. Ainda não descobri uma maneira de fazê-lo automaticamente, o que seria deveras interessante. De novo, se alguém souber, me fala.
São todos usuários convidados, e não dá para jogar para eles a responsabilidade da conta. São muito imaturos para isso. Logo, em resumo, isso funciona bem numa empresa, onde os funcionários tem (algum) nível de responsabilidade. Mas numa escola, não tem jeito. Inviável, ainda mais com a diminuta equipe (3 professores, 3 estagiários).

Daí, volto ao início: Como entrar nas máquinas, apagar todo o lixo que está nelas, de forma que eles não percebam, e possa coagí-los a aprontar menos? A solução, como (quase) sempre, está no Linux. Para ser exato, no Cygwin.

E o que é o Cygwin? Segundo o site do Aurélio sobre o Cygwin, "O Cygwin é um programa que se instala no Windows, trazendo o poder da telinha preta do Linux para o sistema das janelas. Não é preciso "dual boot" ou instalar o Linux, pois o Cygwin roda junto com o Windows. É mágica!". Ou seja, eu posso instalar vários programas que rodam em console do Linux, no Windows. Afinal, "linha de comando é o maior barato". E tem muuuuuuuita coisa que pode ser instalada. Se você tiver curiosidade, pegue essa ISO aqui e veja. Até o GNOME, numa versão não muito antiga está disponível.

Então, o que eu fiz? Instalei o servidor SSH, bash e mais meia-dúzia de comandos (incluindo o shutdown) na imagem de instalação, configurei tudo como manda o figurino, e fiz alguns scripts, colocando no diretório /home/administrador. Logo, eu posso agora logar numa máquina Windows (via SSH), disparar um script para apagar o drive D, e através da troca das chaves públicas, posso apagar também o drive D de todas as máquinas que eu quiser. Já tem scripts prontos para isso.

E o melhor é que eu posso abrir uma sessão VNC, ver o que o aluno está fazendo, logar na máquina dele, apagar os arquivos suspeitos e ainda apagá-los também de um meio externo, como um pendrive. Um aluno abusado (e que acha que é o "fera" em Windows) falou outro dia para mim: "Ah, agora vamos ter que jogar a partir do pendrive, só!". E eu respondi: "É, mas eu posso também apagar o seu pendrive". Sem contar que o shutdown foi instalado, logo eu posso também desligar o micro do aluno, na cara dele. Só faltava a webcam em cada máquina, para registrar o rosto do meliante. Mas isso fica para a próxima etapa.

Por isso o título lá de cima, que vem de uma fábula contada por Monteiro Lobato, conhecida como "As Duas Cachorras". A partir de 28 de julho, algumas coisas irão mudar... Inclusive preciso colocar um texto no drive D, explicando o que podemos fazer, para que ninguém venha choramingar dizendo que foi "injustiçado". Todos estão cientes do fato, ou tem como saber as novas diretrizes de forma fácil.

PS: Depois da pedofilia, queríamos zerar a área dos alunos diariamente. Mas numa reunião, os meus "colegas de trabalho" pediram para que fosse apenas uma vez por semana. A alegação de alguns deles é que "o aluno não tem dinheiro para comprar pendrive". Além da resposta comum, a "salve no pendrive do seu amigo do lado", fui ver o preço de um pendrive no BoaDica. E depois de vê-lo, me pergunto: "Em que mundo esses tapados estão?" Fala sério, um pendrive de 512 Mb é mais barato do que um lanche no McDonald's! Vai dizer que aluno não tem R$ 10 para um pendrive de 512 Mb?

PS 2: Bem, do jeito que foi, posso zerar quantas vezes quiser ao dia. Ficou mais fácil controlar as máquinas todas.

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20 abril 2008

Explicações aos comentários sobre "Como eu convenço um usuário"

Bem, como eu tive 7 comentários no post lá de baixo, vale a pena colocar aqui, de uma vez, as explicações a respeito, que são devidas:
  1. Anonymous, eu aceito até o Windows XP lá, mas o Windows 98 é dose. Eu não estou buzinando para ela usar Linux, estou buzinando para ela deixar de usar Windows 98. É claro que eu preferiria muuuuito que ela usasse Linux. Mas seria errado forçar. Eu não forcei a barra em outras coisas mais sérias...
  2. Oliveira, fazer uma churrasqueira com a "ratoeira" dela... Olha, não é má idéia! Se bem que dá para fazer um arcadezinho para jogar MAME... Estou querendo uma máquina para montar um fliperama. A dela serve.
  3. Robson, eu pus Linux no micro dela, ela tá começando a usar também. Ela disse que gosta, mas tem a questão do costume. Entendo a dificuldade. Quanto a jogo, é complicado pq ela não é de jogar. Nem paciência. Agora, a idéia do melado no drive... É ótima! Ou então Super Bonder.
  4. Sturaro, não é uma questão de familiaridade, você não entendeu o que eu disse. A impressora está num servidor Linux, compartilhada via Samba. Esse Samba tem (agora tinha) pastas compartilhadas, que o meu pai usava (via Windows XP) e funcionava redondo, sem problemas. Mas o Windows 98 dela não acha a impressora nem a tapa. Os Linux da casa acham a impressora instantaneamente. No notebook chega a ser piada, a primeira vez que testei, eu fiz 3 coisas: Liguei o note, loguei e mandei imprimir... Não configurei nada. Imprimiu normalmente. Eu já fiz isso várias vezes com Samba e Windows 2000 na escola, e o W2K se virou normalmente, sem problemas. Não é uma questão de familiaridade, é uma questão de idade :-D. O Windows 98 está velho, defasado, caquético, nem a Microsoft quer mais saber dele.
  5. Slotman, eu instalei todos os drivers da Kingston no Windows 98 dela que achei (foram uns 5), e nenhum detectou o pendrive. Eu peguei no site da Kingston e mais um monte de lugares (se não me engano, no wintricks.it também). Logo, eu desisto daquela tranqueira. Paciência.
  6. Chavão (que, se eu lembro bem, é ex-aluno meu), Xubuntu roda bem na máquina dela, e eu sou do tempo em que o WindowMaker era pesado (eu joguei MUD com o Kojima, e fui amigo do cara que deu idéia a ele do nome do WM, o WidowMaker - "Fazedor de Viúvas"). Enlightenment então, nem se fala. Mas eu não acho o WMaker tão intuitivo assim, eu usei ele por um bom tempo, mas desisti dele há mais tempo ainda. Aliás, eu acho que só quem não deixou de usá-lo nos seus desktops Linux foram as Casas Bahia... Rodam bem em máquinas velhas, então tá bom. E sobre Slack... Que me desculpem os (bons) usuários de Slackware (que são poucos), mas Slackware é distribuição para adolescente se afirmar. Não sabe nem fazer um ./configure; make ; make install, mas usa Isléqui (como se fala) para parecer que sabe.
  7. Giovanni, Windows 2000 é uma boa estratégia, visto que tenho (alguma) familiaridade com ele, mas meio que a contragosto. Vou ver isso depois, se desligar o login ela nem vai sentir a mudança. Quanto a pifar... A placa-mãe é PC-Chips, e meu pai ainda está empenhado em fazê-la comprar o micro dele, num preço "de sogro para nora" (segundo ele). O jeito é esperar.
Ah, tem uma coisa que me faz falta no Windows 98 dela é ele não ser multiusuário... Afinal, SSH é o que há.

Ah, e rumo ao post 900. No próximo chego lá.

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13 abril 2008

Como eu convenço um usuário?

Sumi daqui mas não do mundo. Outra hora conto algumas (muitas) coisas, mas por enquanto estou começando uma pesquisa: Como eu convenço um usuário a trocar de sistema operacional?

Explico: O micro da Cláudia tem 7 anos de idade. É um Pentium III 600 Mhz (modelo "cartuchão"), com 324 Mb de RAM (isso porque eu coloquei mais 256 Mb, ela vivia dizendo que não precisava, que o micro "é só um pouco lento"), rodando Windows 98. Sim, aquela antiguidade de 10 anos, que nem a Microsoft lembra mais da existência.

Dispensável dizer que tem dual-boot na máquina dela, com o Xubuntu 8.04 (beta), todo configurado. Mas ela diz que "gosta do Windows 98".

Dei um pendrive para ela, um velhusco de 512 Mb para ela. O Windows 98 não reconhece nem a tapa (sim, tentei todos os drivers disponíveis no site do fabricante), o Linux acha na boa. Ela responde: "Não tem problema, eu vou usando disquetes, é melhor...".

Já me recusei a dar suporte a essa ratoeira, já disse que não vou configurar a impressora (que está em rede), já sugeri a ela trocar a máquina (meu pai quer vender o micro dele, disse que faz um precinho camarada), mas ela diz que essa lata velha "tá boa, deixa o meu bichinho na dele".

Na boa, engulo até o Windows XP na máquina dela (embora todos saibam que eu prefiro Linux), mas como eu convenço ela de que ela deveria abandonar essa porcaria?

Sugestões nos comentários.

Update: Acabo de gastar 3 horas do meu dia brigando com o Windows 98 do micro da Cláudia, para fazer ele se convencer a falar com a impressora que está instalada no servidor da casa. Depois de inúmeras tentativas, lutando para que ele visse a impressora, joguei a toalha e catei uma dica para fazer ele imprimir diretamente via IPP. Achei uma dica valiosa nessa página do Dicas-L, e consegui imprimir a página de teste. Agora estou instalando o driver, para poder imprimir colorido. Se fosse Windows 2000, XP ou outra coisa, seria mais fácil. Linux então, nem se fala: Já está funcionando, os servidores CUPS se entendem perfeitamente.

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13 março 2008

Ah, usuários...

Por que será que as pessoas acham que, se a máquina está "estranha", a solução é reiniciar logo de cara? Com clientes rodando Uíndous pode até ser, mas com um servidor rodando Linux? Nem nos servidores Uíndous isso vale.

Mas resetaram o servidor Web da escola hoje de manhã, justamente por acharem que ele estava "esquisito". Duas vezes!

Na minha terra, reset não resolve. O que resolve é encontrar o problema e resolvê-lo. Aliás, estou com um GRANDE problema quanto à geração da imagem para resolver, vou ter que "cair de pau" nele hoje. E lá vamos nós...

Ah, uma curiosa: Fizeram uma besteira na instalação elétrica do corredor (nada a ver com a nossa instalação), e apagaram o circuito de iluminação de parte do corredor. Logo, da coordenação de informática até o laboratório 10 não tem luz, as aulas são às escuras. Os micros funcionam porque estão em outra fase.

E isso está desde terça-feira, ainda não conseguiram identificar o problema. Não deixaram isso mapeado. E vamos levando...

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08 março 2008

Problema do DNS resolvido

Tive que gambiarrar o maraDNS, colocando uma segunda entrada com um domínio interno, para que o Uíndous enxergasse as máquinas. Exemplificando, eu tinha:
(...)
labserv. FQDN4 10.0.0.1
(...)

Agora tive que fazer uma segunda entrada:
(...)
labserv. FQDN4 10.0.0.1
labserv.escola. FQDN4 10.0.0.1
(...)

E para todas as entradas internas do nosso DNS. Claro, tive que dizer ao Uíndous que temos um domínio, o .escola, para que ele conseguisse resolver os nomes. E mais uma imagem, mais uma correção... Ah, saco.

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03 março 2008

Mais uma prova irrefutável da porcaria que é o Uíndous

Configurei direitinho o novo DNS da escola (maraDNS), comentei inclusive no blog, num post passado. Tudo beleza, tinindo. Todos os testes funcionando, o nosso DNS resolve nomes localmente, e repassa ao OpenDNS o pedido para endereços externos.

Chego numa máquina Windows (que recebe o IP via DHCP, como todas as outras), abro o Firefox, coloco http://webserv, e entro na intranet da escola. Perfeito. Abro o Internet Explorer, coloco o mesmo endereço... E ele vai falar com o site da MSN? Não parei para investigar mais a fundo, mas mandei ping para máquinas só colocando o nome, e o Windows não consultou o DNS. Só o Firefox fez a consulta corretamente. Bem, pode haver algum problema aí, na configuração de rede do Windows... Mas como, se o endereço é dado via DHCP, e o DNS não mudou? O que fiz foi substituir um caching nameserver por um DNS na acepção da palavra, na mesma máquina onde estava antes. Nem o IP foi trocado. Logo, é coisa do Windows.

Mais uma para eu descobrir o que está acontecendo...

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28 outubro 2007

E ainda tem quem goste.

Falei no post anterior que eu estou arrumando outra maneira de acessar o PS2 do Marcio, usando Windows, né? Pois é, resolvi desenferrujar a minha VM (máquina virtual) com o Windows XP que eu tenho num dos cantos do HD, e fazê-la rodar com rede.
Estou usando o QEMU, e coloquei o módulo de kernel que acelera o seu funcionamento (o kqemu). Funciona bem. Funciona (lento, só dei 256 Mb de RAM para ela), mas por instalar programas escusos, tinha uma colônia de vírus, spywares e outras pragas digitais nele. Resolvi apagar o arquivão (2 Gb), e recomeçar de novo.
Gastei boa parte da tarde com ele, que deu pau, reiniciei, recomecei a instalar... Trabalho finalizado. Agora preciso atualizar ele (incluindo o SP2), inclusive as atualizações de segurança. Instalar antivírus, anti-spyware, um programa para limpar o registro, um compactador de arquivos, um pacote de codecs (vez por outra uso ele para converter vídeos para o formato EVA), essas coisas... Ou seja, mal comecei a minha aventura.
Em compensação, criticam o Linux por ser estranho, difícil de instalar, lento... No tempo em que eu gastei para instalar o XisPê, eu teria instalado numa máquina virtual qualquer distro de Linux, já com compactador instalado, e provavelmente um pacote de codecs, e sobraria tempo para futucar um pouco. Dependendo da distro, ela baixa o codec quando houver necessidade. Antivírus, anti-spyware, programa para limpar o registro... Para quê? Não há necessidade dessas coisas.

Em resumo: Para mim há muito masoquista nesse mundinho de Deus... Porque ter que fazer isso tudo (e ainda fazer backup do registro), reinstalar TUDO... Eu prefiro usar Linux, que dá bem menos trabalho, e bem menos dor-de-cabeça.

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08 julho 2007

Ainda sobre o post anterior

O Tabajara mandou um comentário no post anterior, e eu o respondi por lá. Gostei do que ele disse, mas também gostei do que eu escrevi. Logo, como o blog é meu, resolvi recolocar aqui.

Antes de tudo, queria lembrar que eu não sou Linux-evangelista, xiita ou coisa do tipo. O Tabajara acha um absurdo montar e desmontar dispositivos móveis. Well, vale lembrar que o Macintosh monta e desmonta disquetes e CD-ROMs desde o início, e ninguém lá se ofendeu com isso... Hoje em dia, pendrive a gente monta e desmonta nos Windows da vida, sempre precisamos "desconectar" eles para removê-los. Quanto ao CD, é só colocar lá dentro que já monta. Para tirar, só dar um toque e mandar ejetar o disco. Quanto ao disquete, podemos marcar para o acesso a ele ser síncrono. Assim (acho) podemos removê-lo assim que acabar a operação. Mas... Alguém ainda usa disquete no dia-a-dia?

No frigir dos ovos, o problema não é do Linux. O problema que me fez colocar um IE rodando lá, a culpa é do iBest. Se o iBest tivesse feito um site minimamente razoável, iria funcionar corretamente no Firefox, no Safari, no Konqueror... E no IE. Site tem que ser acessível por TODOS os usuários, não importa se ele usa um Palm ou celular, se usa esse ou aquele navegador. Não estou querendo que os sites abram somente no Firefox, porque eu também não uso só o Firefox. Quero que abram em todos os navegadores.

Quanto à questão que me levou ao Crossover Office, foi a questão do formato de arquivo do Word. Se a Micro$oft explicasse como o formato dela funciona, não teríamos problemas. Seria bom para todos (até para ela). Alguém faça a experiência de abrir um arquivo em branco no Word, não escrever nada e salvar. O tamanho é de 11 Kb. O que tem dentro? não sei. Mas para ter tantos bytes, deve ter muita coisa lá dentro. O resto é questão de adequação, apenas. Apesar dessas dificuldades, ela está gostando, já disse que vai migrar os documentos para o BrOffice (salvando em DOC), para diminuir os problemas.

A questão é que eu não sou palhaço. Eu falei com ela, disse das diferenças que haveriam, das dificuldades, expliquei tudo isso. Fiz a pergunta pelo menos CINCO vezes, para ela ter certeza absoluta do que ela estava se metendo. Ela confirmou em todas as vezes. Fiz teste com pendrive, com disquete, com tudo... Coloco a máquina, e 3 dias depois ela quer o Windows de volta? Ah, faça-me o favor, eu (nem ninguém da equipe) é palhaço, de ficar fazendo as vontades dos outros. Levei 2 semanas montando a máquina, afinando e refinando tudo, e agora simplesmente tchau?

Vale lembrar que eu não sou um evangelista do Linux. Eu mal prego o Cristo crucificado, quanto mais um pinguim... O que me horroriza é que trabalho com professores, em teoria aqueles que tem sede de saber e gostam de ensinar. Mas descobri ao longo dos anos que eles são a raça mais retrógrada e avessa a mudanças que existe. Ninguém quer aprender! Salvo exceções, todos querem ficar parados, no mesmo lugar de sempre, e tá muito bom. O velho discurso do "mercado" é completamente vazio. Exemplo: quem usa o Firefox das máquinas são os alunos. Poucos professores o usam. Quando falo que a gente não tem que ensinar a ferramenta, temos que ensinar o conceito por trás da ferramenta, quase sou vaiado. Se o aluno entender o que é processador de texto, vai usar Word, BrOffice Writer, Word Perfect, Abiword ou qualquer outro. Se entender o conceito de interface gráfica, vai saber se virar com Windows, Mac OS X, Linux (e qualquer ambiente), com um mínimo de dificuldades. Vai ratear no início, mas vai conseguir.

Minha defesa não é e nunca foi pelo Linux, é pela alternativa, pela opção, e pelo ensino. Eu nunca aconselhei a um aluno arrancar o Windows das suas máquinas de casa. Mas incentivo-os a conhecer o Linux e as alternativas, já que o mundo não gira em torno de uma plataforma só. Existem alternativas. Mas não adianta, meus colegas ensinam ASP e Delphi, enquanto o mercado (que eles tanto idolatram) adotam PHP e Java, simplesmente por terem medo da mudança.

Agora, dizem que a FAETEC vai baixar uma norma, e tudo deverá ser migrado para Linux, na marra. Eu vou esperar para ver, e vejo os problemas que terei, já que não tem raça com mais má-vontade do que professor contrariado. Sim, é um saco.



Update: Criei uma conta para a coordenadora no GMail, e configurei para importar todos os emails da caixa dela, do iBest, para essa nova conta. Ocupou 3% da caixa nova. Tratei de configurar o que era preciso, fiz alguns ajustes e mostrei a ela como funciona: "Dá para anexar arquivo?" "Experimenta para ver...". E ela viu que funciona. Pronto, já sumi com o ícone do Intermerd Exploder do desktop dela, depois preciso arrancar fora o diretório .ies4linux de lá.

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06 julho 2007

Problemas e soluções

Tempestades... Lembram que a coordenadora queria Linux na máquina dela? Pois é, coloquei, mas não sem antes alertar a ela das diversas dificuldades que ela teria, visto que ela é uma típica usuária de Windows (e diz que ama o Bill Gates, só para me provocar). Ela concordou, disse que queria em todas as vezes em que perguntei: "Tem certeza?". Levei 2 semanas preparando a máquina, para 3 dias depois ela querer o Windows de volta, que nada funciona, que o Linux é um lixo, etc. Engulo a raiva, mando ela pedir o dinheiro de volta que ela pagou pelo Linux, e falo que eu não sou palhaço de ficar instalando e reinstalando tudo. Sento e vou resolver os problemas dela, e lá vem as minhas soluções:


  1. Vários usuários logam na máquina dela. O console tranca com a inatividade (10 minutos), ninguém lá sabe fazer logoff. Aí um clica no botão "Trocar Usuário" e pronto, loga, não faz logoff, novo "Trocar Usuário"... Não é incomum eu pegar 4 consoles X abertos na máquina, todos trancados. E eu vou lá, e disparo um show de kill -9. Solução: coloquei no arquivo de configuração do gnome-screensaver de TODOS os usuários a opção do console não estar mais trancado. Logo, o tonto que saiu sem fazer logoff, pode ter a conta bagunçada por um usuário malvado. Problema dele, não meu.
  2. Ninguém sabe (além dela) que o disquete deve ser desmontado antes de tirar. E vez por outra tinha isso acontecendo lá. Solução: Coloquei três comandos num arquivo da configuração do GDM, mandando desmontar o disquete, o pendrive e o CD-ROM no ato do logoff. É o jeito. E deve ter gente já ferrando o conteúdo do seu disquete justamente por não desmontar...
  3. A impressora não imprime na conta de outro usuário. Solução: Ué, não foi o que ela pediu, que só ela tivesse acesso à impressora? Doh!
  4. Problemas com o BrOffice. Na verdade o arquivo salvo como DOC, no Word, e aberto no BrOffice, dá uns problemas com tabelas, no caso não dá para copiar o conteúdo de várias células entre tabelas, além dela ter problemas com vinculações feitas com o Excel. Ainda tenho que experimentar se eu salvar o arquivo no Word em RTF e abrir no BrOffice resolve. Solução depois de ter tentado muitas coisas: Pegar uma cópia pirata (sim, pirata) do CrossOver Office, e instalar o Word e o Excel 2000, enquanto ela faz a migração dos arquivos. Isso deu trabalho para chegar a essa conclusão, mas funcionou, inclusive fiquei bem impressionado com o programa, vale os US$ 40 que são pagos nele.
  5. Problema com o Firefox. Na verdade, o galho é do iBest, cujo site não anexa arquivos quando acessado via Firefox. Já mandei vários emails para o iBest reclamando, mas o jeito foi instalar o IES4Linux, para ela usar o IE para isso, e convencer ela a abrir um email no GMail. Um dia eu abro a conta para ela.
  6. Disquete de lançamento de notas: Tem muitos professores querendo usar a máquina dela para fazer o lançamento das notas, que é feito num disquete. O programa é feito em Clipper, e funciona direitinho. A solução proposta é usar o DOSEMU para executar o disquete, mas ainda não a empreguei, mesmo porque o negócio é tirar isso do pessoal ficar usando a máquina da coordenação para situações pessoais. Para isso tem uma máquina separada, só que ainda falta alguns ajustes (e um cabo de rede para ela).

O duro é fazer isso e ouvir de alguns pretensos brincalhões (mas que não aguentam quando estão por baixo) chamarem o Linux de "carrinho de pipoca", de que não presta mesmo, que é coisa feita por amador... E não adianta falar que tem IBM, HP e um monte de empresas do lado do Linux. Para esses, vale apenas o seu mundinho como verdade absoluta e intangível. Nesseas horas é que eu me lembro da famosa frase do Giovanni: "Como querem ensinar, se não querem aprender?". É lamentável. E vamos andando...



Se alguém tiver uma solução melhor para algum dos problemas que tive, sou todo ouvidos.

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20 junho 2007

Torradeiras, monografias e sistemas operacionais

Instalamos Linux na máquina (nova) da coordenadora, para ela usar. Tirando uns percalços bestas, ela está usando. Um professor debochado disse que "precisam de um manual de instruções para operar essa pipoqueira". Além de ter lembrado da torradeira com NetBSD, retruquei: "Não se preocupe, é tão simples quanto operar uma torradeira...". E acrescentei: "O Linux controla melhor uma torradeira do que o Windows controla um servidor."



Aliás, meu orientador de monografia, professor Ricardo da Silva Kubrusly, está experimentando Linux e adorando. Hoje fui conversar sobre monografia e ficamos papeando sobre Linux a torto e a direito, inclusive sobre o desafio dele, de instalar um Linux que seja mais rápido que o Windows 98, num Pentium 233 MMX, com 256 Mb de RAM. Ele conta que foi a um fórum reclamar do Linux, que uma coisa que ele queria não estava funcionando, etc e tal... E um usuário o respondeu de uma maneira primorosa, que ele adorou: "Não gostou? Então pede o seu dinheiro de volta". E ele quer que eu escreva sobre softwares de matemática e Linux, ao invés de criptografia. Acho que vou mudar o tema da monografia...



E aula dele hoje, ele passou o seguinte trabalho para a turma, valendo nota: Faça o que você quiser em 15 minutos (no máximo). Isso mesmo. Teve um aluno que tocou música (com violão), teve uns que trabalharam conteúdo de Geometria... E um que demonstrou um teorema... Usando fraldas. Isso mesmo, fraldas! Não, não consegui fotografar, infelizmente.



Sumi, né? Muita coisa para fazer, acreditem. Mas eu ainda estou na área, vivo (mais ou menos), com coisas para mostrar para vocês (incluindo a obra da minha casa, que começou). Vou ficar devendo 1001 posts... Ah, depois eu falo.

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30 janeiro 2007

Fora do alcance da Vista

Hoje fui no Centro do Rio, e estamos em tempos de lançamento do Windows Vista, o "lançamento da década" (segundo a Micro$oft). Tanto cartaz, faixa e banner para lá e para cá, que eu me lembrei da frase que ouvi de um camelô, na Santa Ifigênia, há uns 10 dias atrás:

Não pague pau para estrangeiro, compre pirata no Brasil, que o dinheiro fica aqui, não vai lá para fora!

Ou seja, um pirata com ideologia. Só me faltava essa.

Em tempo: 6 anos. 8000 técnicos. US$ 6 bilhões. A propaganda foi tão intensa que um site disse que "para a Microsoft, o Windows Vista vai até curar o câncer". E tudo isso para fazer um sistema operacional que tem como maior apelo... Uma interface 3D, o que eu tenho rodando no meu bom e velho notebook, com o Linux. Aliás, se ele rodasse o Vista (o que ele não tem poder de processamento, graças a Deus), só o SO completo lotava o HD. O Vista completo ocupa 20 Gb do HD, pede 1 Gb de RAM, processador de 2 Ghz, e custa, na sua versão mais barata, R$ 300. É... Continuemos no Linux, que é o melhor caminho a seguir.

A propósito, recomendo a leitura dessa tirinha aqui, que é sutil, mas hilária.

PS: Para nós brasileiros != moradores de São Paulo, "pagar pau" é uma expressão que pode trazer a imaginação fértil e lasciva à tona. Mas sosseguem a libido, é apenas o comum "puxar o saco".

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