24 agosto 2008

... e acabou as Olimpíadas.

E eu não vi o encerramento. Aliás, vi menos do que eu gostaria (como quase sempre). Mas, segundo um jornalzinho de meia-tigela, a nossa atuação foi um fiasco. Calma, vamos devagar com a louça. Vamos analisar (vocês sabem que eu gosto disso):
  • Em Atenas foram 5 ouros. Em Pequim, 3. Sim, diminuiu 40%.
  • Em Atenas foram 10 medalhas. Em Pequim, 15. 50% de aumento!
  • Tivemos medalhas em competições em que o Brasil nunca ganhou medalha: Vela feminina, judô feminino, salto em distância feminino, tae-kwon-do... Feminino! O que a gente conclui...
  • ... é que a mulherada está impossível.
  • Também temos o mérito de termos o nadador mais rápido do mundo. Michael Phelps pode ser o maior dos medalhistas, mas o nadador mais rápido é o César Cielo, e isso ninguém tira dele.
  • Tiramos o primeiro ouro em natação, o primeiro ouro em vôlei feminino, e o primeiro ouro em salto em distância.
  • Logo... Não foi tão fiasco assim. Na média, foi melhor do que Atenas.

Alguns comentários rápidos sobre o Brasil em Pequim:
  • Curioso é como cada um encara a derrota. Alguns choraram: Diego Hipólito se derramou em lágrimas, e dizem que chorou a noite toda. A seleção feminina de futebol lamentou em altas vozes (como diríamos nos tempos bíblicos), com reações como "eu estou cansada de ser segundo!", e "o que fizemos de errado?". Nessas horas, a prata dói mais do que ganhar o bronze. A minha pena, e os meus votos de melhores resultados na próxima Olimpíada.
  • Em compensação, a seleção masculina de futebol continua sendo uma piada, de novo perderam, e de 3 a 0 para a Argentina! Nada mais humilhante, essa é a desforra pela última Copa América. No dia seguinte, Ronaldinho Gaúcho se divertindo, tocando pagode... E todo mundo aqui, de cabeça inchada. Continuo achando um desrespeito, da mesma forma em que ele procedeu quando perdemos para a França, nas quartas-de-final da última Copa.
  • A profecia do meu pai se cumpriu: Bernardinho dispensou o melhor levantador do mundo (Ricardinho), colocou o Bruno (filho dele), e o Brasil foi... Prata. Talvez assim o técnico se toque.
  • Em compensação, que jogo lindo, das meninas do vôlei! Que coisa linda, vê-las passear em quadra.
  • Vôlei de praia... Nem um ouro? Ficamos mal-acostumados.
  • Essa foi a olimpíada do bronze para o Brasil: Choveu medalhas de 3o lugar, em categorias que a gente desconhecia. Muito bom.
  • Vocês viram o Gustavo Tsuboi no tênis de mesa? Nossa, aquela virada em cima do canadense (que só falava, estava transtornado) foi sensacional. O ponto de empate foi uma das coisas mais lindas das Olimpíadas.
  • Alguns colocariam o Scheidt aí embaixo, nas "decepções". Mas o homem trouxe 4 medalhas, em 4 Olimpíadas. Não tá bom não?
  • Thiago Pereira, decepção? Não... Ele mesmo disse que não esperava muita coisa da Olimpíada, por causa da concorrência. E antes que reclamem, nos 200m ele foi 4o. Em Atenas, ele foi 5o. Subiu uma posição.
  • No boxe, quaaaaaase... Perdemos o bronze.
  • E a virada da Maureen Maggi? Sensacional, de aplaudir de pé. Maravilha!
  • Agora, a sacanagem com a Fabiana Murer no salto com vara... Foi dose. E depois, um "pedido de desculpas", resolve? Que nem com o nosso maratonista (que esqueci o nome e não estou com vontade de procurar) em 2004, por causa daquele ex-padre irlandês... "Foi mal", é?
  • E a maratona, alguém?
Minhas decepções:
  • Rodrigo Pessoa, achava que iria trazer medalha e foi 5o no hipismo.
  • Daiane dos Santos, 6o de novo no solo?
  • Jardel Gregório, que chegou muuuuuito confiante, e não saltou bem.
  • 2 campeões mundiais no judô, e ambos rodam logo no início do torneio.
Conclusões:
  • É bom ver o Brasil evoluindo em alguns esportes. No handebol feminino (de novo!) engrossamos o jogo com a Coréia do Sul, antiga vice-campeã olímpica. Pena que não foi muito longe. No tênis de mesa, no tae-kwon-do, no boxe, também vemos evoluções.
  • Na ginástica artística, na natação e no judô, vemos que investimento a LONGO prazo surte efeito. 2 medalhas dentro d'água, Brasil disputando ouro por equipes, 3 finalistas em aparelhos individuais, e 3 bronzes no tatame. Não adianta chegar faltando 6 meses e oferecer ajuda. É trabalho de longos anos, e os frutos estão sendo colhidos ao longo do tempo.
  • E sosseguemos, não veio tantas medalhas como gostaríamos, mas vieram medalhas. O chato é saber que ficamos atrás do Michael Phelps... Mas pelo menos na frente da Argentina.
Em outr

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14 agosto 2008

E as Olimpíadas?

Acreditem se quiser, estou acompanhando (aos trancos) as Olimpíadas de Beijing (ou Pequim). Aqui em casa temos uma antena UHF (conforme falei num post aí embaixo), e estou vendo o que posso, quando posso, na Bandeirantes e no TerraTV. Mesmo que eu quisesse ver na Globo (correndo o risco de ouvir Galvão Bueno falando sandices), não poderia: O sinal aqui em casa é muito fraco.

Bem, lá vai a minha coletânea de tiradas rápidas:

Abertura
  • Não vi. Como acenderam a pira olímpica?
  • Aquele papo das pegadas do gigante chegando no Ninho do Pássaro... Se fosse no Brasil iriam dizer que o gigante era um ladrão de ovos... Mas pareceu muito falso, aquela cena.
  • Parece que dublaram uma das cantoras da abertura. Eita! Bem, somemos à música ridícula da abertura do Pan 2007 ("Sinta essa energia"), o arqueiro que errou a pira olímpica em Barcelona 1992, e vamos aumentando a lista de micos esportivos.
Judô
  • 3 bronzes no judô, viva! Muito bom. Falta alguns ouros... Mas a gente chega lá.
  • Pena que os nossos campeões mundiais do judô (João Derly e Luciano Correa) não estão nos seus melhores dias: O primeiro voltou eliminado, e o segundo, acabou de ir para a repescagem, tomando 2 wazaris, fora 1 yuko de punição por falta de combatividade - e teve uma crise de choro. Mas, como coloquei no blog dele, como comentário... "O ouro deixa para Londres, 2012. Mas o bronze... Traga, nem que seja entre os dentes!". E pelo que vi, não teve jeito: Rodou na repescagem também.
  • Parabéns para a judoca brasileira, a Ketlyn Quadros, a primeira brasileira a tirar medalha em esporte individual. Muito bacana, principalmente porque ela era a reserva da Daniele Zangrano, veio e levou.
Natação
  • Na natação, é Michael Phelps e os outros. O homem está impossível. No Terra contaram a história dele.
  • Aliás, repararam como se quebra recordes esse ano, na natação? Em 4 dias, parece que foram 25! Assustador. Já jogaram a "culpa" no novo maiô da Speedo, outros falam em mais pesquisa em hidrodinâmica (e influência no treinamento dos esportistas), entre outras coisas.
  • Cubo d'Água é um nome simpático, pena que não é a verdade: O prédio não é um cubo, é um paralelepípedo. Que tal... Tijolo d'Água?
  • Cesar Cielo em terceiro nos 100 m livre! Uau, maravilha! Parece que descobrimos o substituto do Xuxa nas piscinas, um especialista em provas curtas. E ele disse que vai trazer medalha nos 50 m livre. Assim esperamos. Agora, o pai dele também é um vitorioso... Ah, CBDA, que palhaçada!
  • O Thiago Pereira está em 3o para a final dos 200m medley, especialidade dele. Tomara que ele traga uma.
Basquete
  • Dá gosto de ver os americanos jogar. Os caras passeiam em quadra.
  • E não teremos "dança do siri" em Pequim, o basquete masculino do Brasil não se classificou.
Outros esportes
  • Roger Federer, primeiro no tênis, acabou de ser chutado das Olimpíadas! Nossa, dá até um consolo, depois da derrota dos nossos favoritos no judô.
  • Já que o Terra está transmitindo, dá para assistir por exemplo, tico com arco, tiro esportivo, boxe e badminton. A maioria não tem narração, mas dá para saciar a curiosidade.
Ainda bem que o Terra arrumou a pendência deles com o Linux, e dá para assistir o TerraTV tendo o plug-in do MPlayer instalado. Assim, dá para assistir enquanto corrijo provas - e os alunos estão indo muito mal.

Uma coisa bacana é ver o Brasil sendo mais presente e disputando mais em várias categorias: Natação, judô, ginástica artística, handebol, entre outros. Isso se chama investimento e aplicação. No caso do judô, eles vivem fazendo intercâmbios com outros países: Cuba, Japão, etc. No handebol, todas as jogadoras do time feminino jogam no exterior. Na ginástica artística, nem se fala: Temos chance de medalha em 3 aparelhos. No tempo da Luísa Parente, isso era impensável. Nada como um BOM investimento, em técnico, equipe, aparelhos... Assim temos chance.

É dedicação somado a talento, não tem jeito: Michael Phelps nada cerca de 75 km por semana, e teve 4 ou 5 dias de folga nos últimos 4 anos. Conta-se também de uma história curiosa: O Sinjin Smith, talvez até hoje o maior jogador de vôlei de todos os tempos, estava no time americano bicampeão olímpico, e numa escala num aeroporto, o avião ficou preso por causa do mau tempo. O time americano encontrou-se com o time feminino brasileiro de vôlei, e uma das jogadoras procurou o Smith. Ele estava virado para uma parede, com uma bola de vôlei, dando toques contra a parede. Até nesse momento o cara está lá, treinando.

4 bronzes, nenhum ouro ainda... Continuemos esperando, e torcendo. Enquanto isso, na Olimpíada da Burrice, meus alunos ganham mais medalhas, com as notas mais baixas do que eu esperava, na prova de MMM. Vamos ver SO, deve ser pior ainda.

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