E o CONISLI, como foi?
Bem, tracei ainda no Rio, uma rota via Google Maps para chegar na FIAP (onde seria o CONISLI) a pé. 2,3 km, não é uma distância lá muito grande, daria para cobrir em 20 minutos, meia-hora. Bem, vou caminhando, já que a faculdade não é realmente longe... Pois é, fiz o percurso, e o Google Maps acertou direitinho. Só teve um detalhe: esqueceram de avisar via ele que quase todo o percurso é feito subindo e descendo. Eu estou acostumado, morei quase 30 anos numa. Mas foi um sobe-e-desce quase inacreditável, ao subir a última, eu já estava olhando para baixo, e torcendo para que faltasse pouco. Mas cheguei. Não é à toa que o Spy disse que o nome do bairro não deveria ser Aclimação, mas sim Inclinação... Olha a rota aí abaixo:
Não sou rato de encontros de SL. Aliás, participei de muito poucos, e dos maiores que eu estive, eu era um dos organizadores. Logo, não sou bom para avaliar público. Mas achei que havia muito pouca gente. Para um evento que já foi o 2o maior do Brasil (só perdendo, óbvio, para o FISL), achei bem mirrado. Também, houveram contratempos e erros de organização que ajudaram nisso: A grade de palestras, por exemplo, só saiu uma versão definitiva no sábado do evento. Eu sabia a que horas eu iria falar (domingo, 9 da manhã), mas o Punk me preveniu: "Jurczyk, deixa mais uma ou duas palestras à mão, porque podem precisar. Ano passado eu vim para falar uma palestra e falei três".
E o curioso é que o CONISLI era quase um evento de PHP com palestras de Linux espalhadas. Muita palestra sobre essa linguagem de script que está conquistando o mundo, e meus colegas de trabalho, na sua maioria, insistem em ignorar. É, PHP atrai público hoje em dia. Outra coisa que houve, é que houveram pouquíssimos palestrantes internacionais. Aliás, acho que teve dois, e um deles era um desenvolvedor PHP, se não me engano. Fraco mesmo.
Uma coisa que gostei foi a rede wi-fi da FIAP, fechada com uma chave WEP ASCII de 64 bits. Conseguida a devida chave com outro usuário de Linux em notes próximo, conectei, e resolvi atualizar o notebook... 250 Kb/s de taxa! U-hu, nunca vi uma wi-fi tão rápida! Beleza, atualizei o note todo, e aproveitei para instalar os pacotes que gosto da lista de dicas do Ubuntu Paradise. Quase foi ver um vídeo on-line, via streaming, mas achei que era abuso.
Das palestras MESMO, só assisti uma, a do Piter Punk, célebre MSXzeiro e Slack-fã (ele não é xiita, logo não é Slack-maníaco), chamada "Fazendo as coisas funcionarem". Basicamente, a luta dele para fazer o notebook dele (um CCE) funcionar com Linux a contento. Explicações de como são feitos os drivers, da falta de interesse/vontade/desconhecimento/whatever dos fabricantes de fazerem o driver para que seu dispositivo funcione com algo diferente do sistema conhecido como "Janelas". E toda a pesquisa, os gatilhos e alterações que ele fez (inclusive em drivers do kernel) para que as coisas dessem certo. Algumas curiosidades comentadas por ele:
- Wireless foi uma novela, parece que na árvore nova do kernel, a 2.6.27, ele funciona. Mas não entrava nem a sopapo, é um rádio da Marvell que não tem suporte, acho que nem via NDISwrapper. Ele resolveu comprar um adaptador wireless-USB... Mas só no terceiro deu certo. O primeiro tinha o mesmo chip do note. O segundo, com um chip completamente desconhecido. No terceiro, ele conseguiu.
- A placa de vídeo é uma SIS (bem-feito), e o driver aberto, do Xorg, não tem suporte a aceleração 3D. Contactada, a SIS diz que não libera informações por causa dos seus "segredos industriais". O Punk comentou isso... E riu: "Alguém iria quer roubar algum segredo da SIS?" Respondi em voz alta, no meio de uma sala cheia: "SIS não é placa de vídeo, é gerador de caracteres!" E todo mundo riu, com razão.
- O som funciona... Mas não tenho certeza.
- A controladora SATA funcionava até o 2.6.24, depois parou, e acho que agora voltou.
- Só sobrou a rede cabeada, que funcionou muito bem.
Outra coisa que notei é que pouquíssimas comunidades estavam presentes. Só contei quatro: Os Perl mongers (YAPC), o Ubuntu-SP, o Grupo de Usuários do BrOffice.org, e o Moz/BR. Disse-me o Spy que o CONISLI em 2007 fechou-se para as comunidades, e isso queimou muito feio a imagem do evento. Por isso o esvaziamento. O grupo de usuários Slackware, por exemplo, não veio. Engraçado que eu fui beber com o Spy e a cambada amiga dele, e a turma do Slack estava lá. Aliás, a respeito deles, ouvi uma engraçada: "Se eles tivessem vindo, já teriam sniffado a rede".
Fiquei mais com o povo do Ubuntu-SP, com o Christiano e o Thiago Avelino. Papeamos muito, tentamos instalar Ubuntu num HP Mini 2133 (se conseguíssemos, iríamos faturar uma grana), mas sem sucesso. Ainda bem que não comprei um cara desses, eu andei pensando mas desisti, pagar R$ 1650 num Via C7, 512 Mb de RAM... Não compensa. Bom papo, e depois voltei, de ônibus e metrô.
No domingo, como iria palestrar, resolvi sair mais cedo, e paguei o metrô, fui até a estação Vila Mariana, e de lá resolvi pegar um ônibus. Bem, iria andando até aparecer um ônibus, e assim chegaria mais rápido. Resultado: Caminhei até a FIAP, sem ver um bendito buzão. Cheguei atrasado, mas as pessoas também se atrasaram. Afinal, era início do horário de verão 2008, e a palestra começou 15 minutos atrasado.
Estava preocupado em pegar uma assistência muito envolvida no assunto, e ouvir perguntas escabrosas e não saber responder. Só que o novo público do CONISLI, que é uma turma mais nova e menos envolvida com software livre e open-source, acabou colaborando, e as poucas perguntas eu soube responder bem. 45 minutos de palestra, fiquei devendo os vídeos... Mas para quem quiser ver, a palestra (versão 1.0, heheh), está aí abaixo, cortesia do Slideshare:
Ainda assisti às palestras do Ubuntu-SP e a do Ubuntu Games, que foram legais, mas carecem de polimento na apresentação. O pessoal do Ubuntu-RJ está melhor representado nesse quesito, pelo KurtKraut (que nem usa Ubuntu mais), e o Turicas. Depois, fim de congresso, mais uma longa caminhada até o metrô (mesmo problema da ida), e ainda fiquei devendo uma entrevista para o povo do Moz/BR, procurei eles mas não os achei para conceder-lhes a "exclusiva".
Saldo do congresso: 1 correia para pendurar crachá, 2 bottons, alguns guias rápidos do Firefox, algumas amizades e palestras legais. Como evento, o CONISLI foi fraco, na minha concepção. Espero que melhore.
Depois eu posto sobre o resto da viagem, fica para depois.
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