11 maio 2009

Resenhando Star Trek [SPOILERS AHEAD!]

Agora, sobre o filme: Assisti ao filme duas vezes na última sexta. Sendo sintético, minha opinião pode ser resumida numa frase da Maria Cláudia, que não é fã e muito mal conhece a franquia: "Adorei! Eu não via um filme bom assim no cinema desde 'Cavaleiro das Trevas'!"

Muitos elementos para fãs delirarem e muita coisa para quem não é fã se divertir à beça. Algumas que eu listo:

  1. Uma montanha de citações e homenagens, desde a sabatina que Spock criança sofre (Star Trek IV) até frases do velho Spock ("Eu sou e sempre serei seu amigo", Star Trek II), passando pelo beagle do Almirante Archer (Star Trek: Enterprise), o Kobayashi Maru (Star Trek II) e um monte de detalhes que você só pega muito atento, sendo fã ou na 2a, 3a, 4a vezes que ver o filme. Aposto que alguém já está compilando uma lista de citações, como "Fascinating", e "Dammit Jim, I'm a doctor!", que ouvimos pelo menos 2 vezes. Christopher Pike presente (inclusive na cadeira de rodas, alusão à Série Clássica), o uniforme que ele está vestindo (Star Trek: Phase II e Star Trek I) são mais referências que não podem ser deixadas de fora.
  2. A Enterprise é muito parecida com a nave da Série Clássica, e ao mesmo tempo atualizada, e com isso muito bonita. Foi um cuidado impressionante.
  3. Spock é o melhor caracterizado, Zachary Quinto É o Spock. Fantástico.
  4. Chekov e seu sotaque russo bem carregado... "Uictor-Uictor", quem vê, entende. Hilário.
  5. Chris Pine diz que não se baseou em Shatner... Conversa fiada. Até o sorriso de canto de boca e o olhar do Capitão ele imitou. E ficou fenomenal! Claro, faltou a voadora do Kirk, mas a canastrice do Shatner estava também presente.
  6. Oficialmente deram o 1o nome à Uhura, que já tinham dado no Universo Expandido. Ela chama-se Nyota, e junto com Scotty, Chekov e Sulu, tiveram maior participação na história, muito mais do que ser apenas escada para o trio principal.
  7. Aliás, McCoy foi talvez de todos o melhor interpretado, Karl Urban soou como Magro o tempo todo: ranzinza, chato, irônico e divertidíssimo. E de quebra, a explicação da origem do apelido, Magro (Bones, em inglês).
  8. Detalhes como o interior da nave (bastante crível em comparação à nave dos outros filmes e do seriado, se bem que os turboelevadores mudaram de posição em relação à série); a transição dos uniformes, de Star Trek Enterprise para o novo filme, que vemos através da USS Kelvin; o pai de Kirk, o Corvette Stingray do padrasto, as bebidas no bar (drinques cardassianos, mas nada de cerveja romulana ainda), o comunicador Nokia (merchandising!) fizeram a gente adorar.
  9. Mudanças como o interior da engenharia da Enterprise (não dá para acreditar que é tão grande e tão... Sujo), as piadas do Scotty, os alívios cômicos, as mudanças sutis que fizeram a gente se divertir.
  10. E como não poderia deixar de ser, morreu um red shirt, para delírio dos papa-defuntos da série, ou seja: Todos nós.
Tem falhas? Bem... Alguns pontos que ficaram obscuros, não ficaram claros, ou que poderiam ser adaptados... Em resumo, chateação minha mesmo, mas que não tiram o brilho do filme. Citações a furos em relação ao Universo Expandido (como o capitão Robert April) não serão consideradas.
  1. A trama é fraca, mas o foco são os personagens, então passa.
  2. Um transportador colocar 2 pessoas dentro de uma nave em dobra espacial vai. O problema é essa nave estar a anos-luz de distância.
  3. Chekov com 17 anos, já na Frota, formado? Afinal, ele é alferes. Kirk tem 25 e não se formou.
  4. A nave capitânea da Frota recheada de cadetes ainda não formados, também não soa lá muito bem. Mas, nessa realidade, a Enterprise É a nave capitânea? Isso não fica nada claro.
  5. Só uma citação aos Klingons, e mesmo assim à distância... Espero que voltem no próximo filme.
  6. Delta Vega já existia na Série Clássica, mas não era ali, naquele local.
  7. Kirk encontra-se com o velho Spock, e eles dois com o Scotty. Muita coincidência, não?
  8. A USS Kelvin tem 1 nacele de dobra, e segundo as explicações técnicas que tantos gostam (como eu), é preciso um número par de naceles para fazer o campo de dobra. A Enterprise tem 2, a Stargazer tinha 4, e por aí vai.
  9. E um deslize que ninguém que eu li, comentou: DeForest Kelley (McCoy) tinha olhos azuis. Karl Urban (McCoy) tem olhos castanhos.
E como fã, fui levado às lágrimas, de emoção, pelo menos 3 vezes. Vi duas vezes, peguei uma cópia via Torrent e ainda pretendo assistir uma cópia dublada semana que vem, junto com o povo da AFERJ. E comprarei o DVD, e verei de novo... E aguardarei ansiosamente pelo próximo Star Trek. Como falei no post anterior, é uma nova realidade, vamos explorá-la. Voltamos, e com força total!

PS: Curioso... Não ouvi NENHUM podcast falando sobre Jornada nas Estrelas. O "famoso" podcast nerd Nerdcast (que eu estou ouvindo menos e achando cada vez mais sem-graça e cada vez mais preocupado em vender), falou sobre mercado financeiro. Outros ignoraram, mas quem salvou a pátria foi o RapaduraCast. Dois episódios, um explicando tudo antes e outro para quem viu o filme. Sim, eles sentaram e falaram de Star Trek, embora a falta de um trekker de carteirinha e a presença do Maurício Saldanha me façam ter medo desse episódio. Não entendam-me mal: Gosto do Maurício, mas aposto que ele imitou o McCoy e resmungou à beça, disse que Star Trek é subcultura, pobreza cultural, que falta o Paul Thomas Anderson dirigindo um filme de ST, etc e tal. Bem, vamos ver.

PS 2: Cláudia agora quer ver a Série Clássica toda. Acho que criei um monstro.

PS 3: George Lucas, faça um favor a Star Wars e terceirize a produção dos filmes 7 a 9 de SW. Quem sabe não fazem algo melhor do que os Episódios 1 a 3?

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01 agosto 2008

"Viagem ao Centro da Terra"

Júlio Verne era um escritor de ficção científica, antes mesmo que o termo tivesse sido cunhado. Seus livros marcaram várias gerações, e eu mesmo comecei a gostar do gênero lendo "20.000 Léguas Submarinas", ao mesmo tempo em que assisti aos 8 anos, "2001: Uma Odisséia no Espaço" (não entendi nada, mas vá lá!). Depois veio "Guerra nas Estrelas" (na estréia da Rede Manchete), "Jornada nas Estrelas" (minha paixão), "Doctor Who" e tantos outros.
Mas o lado aventuresco do Verne não poderia ter sido deixado de lado por mim, e o primeiro desses que eu li foi "A Volta Ao Mundo em 80 Dias", que Phileas Fogg e seu assistente (em um dos primeiros, a dupla era David Niven e o Cantinflas. Depois veio o Jackie Chan) viajavam todo o planeta em exatos 2 meses e 20 dias. Fantástico!

Já "Viagem Ao Centro Da Terra" foi um que sempre me interessou, mas só li mais velho. Uma namorada comprou na Livraria Leonardo da Vinci, no centro do Rio, um livro de bolso da Penguin Books. Esses são pocket books que são vendidos pelo preço de uma libra esterlina (ao menos eram, não sei como está agora, na era do euro). São na sua maioria textos sobre os quais não incidem custos de produção, por serem livros bem antigos. Algumas editoras fazem isso no Brasil, e em vários lugares você encontra esse tipo de "literatura universal" disponível, inclusive na Internet. O melhor exemplo é o Projeto Gutemberg, que conheço há anos e acho seu trabalho fantástico.

Então, ela me presenteou com "Drácula", de Bram Stoker. Eu olhei, agradeci, meio que sem jeito. Perguntei depois se ela ficaria ofendida se eu trocasse o livro. Ela alegou que era "uma história de amor", e realmente é. Um tanto quanto bizarra, para o meu gosto. Mas era. E ela aceitou. Voltei à da Vinci, e troquei o livro, peguei "Viagem Ao Centro Da Terra", do grande Júlio Verne.

Estava também motivado porque estava começando a ouvir rock progressivo, e tinha lido numa coluna do C@T (Carlos Alberto Teixeira), em O Globo, sobre o livro, sobre o disco de DUAS faixas do Rick Wakeman (Journey to the Center of the Earth), e da aventura que ele fez, indo à Islândia, só para conhecer o vulcão extinto Snaefells, onde, segundo o livro, havia três "chaminés" (o Scartaris), por onde o pesquisador Otto Lindenbrook, seu sobrinho Axel e um ajudante (que esqueci o nome) entraram e fizeram uma viagem fantástica, saindo por uma erupção no monte Stromboli, numa ilhota próxima à Sicília, na Itália. O livro é tão marcante, que existem vários filmes feitos em cima dele. Eu lembro de pelo menos 4 deles, mas numa olhada no IMDb, achei 12 referências, incluindo o mais recente. Tem séries de TV, filmes para TV, e para o cinema, fora videogames.

Rick Wakeman criou um segundo trabalho, chamado "Return to the Center of the Earth", onde, no século XXI, um grupo de pesquisadores resolvem fazer o mesmo percurso de Lindenbrook, e é uma grande aventura. O disco é particularmente interessantíssimo, por um detalhe: Nas faixas ímpares, são uma narrativa do texto, feita por nada mais, nada menos do que Patrick Stewart (Jean-Luc Picard, de Jornada nas Estrelas: A Nova Geração; professor Charles Xavier, dos X-Men, entre outros), e você pode acompanhar pelo (grosso) encarte. É um audiobook. Nas faixas pares, é música, e cantada por diversos músicos convidados. Lembro-me de uma, em que quem canta a faixa 4 (acho), chamada "Buried Alive", é o Ozzy Osbourne. Se você quer ouvir a música, basta ouvir as pares. Se quer ouvir o livro, ouça as ímpares. Se quer os dois, fique "solto". Fantástico!

Claro, minha motivação de falar do livro é para falar do filme, que assisti ontem. Mas esse eu falo no próximo post.

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