Filosofações do Ricardo - mais uma
Outro dia notei um senhor, com tala e tipóia no braço direito. Até aí nada, mas foi quando eu comecei a pensar que tenho visto cada vez menos gente usando gesso para imobilização. Será que sou só eu que reparei isso? Não, com certeza não, alguém da área biomédica deve ter notado. Mas menos gente tem usado gesso. Com os avanços da tecnologia, parece que essas talas e tipóias são melhores... Bem, eu não sei por que nunca quebrei um osso. Minto, só rachei a testa quando fui atropelado, aos 11 anos (1985, nossa, faz tempo).
E isso me fez lembrar de outra coisa: Curioso que com isso uma antiga "tradição" está se perdendo, para alegria dos engessados: a pichação do gesso. Ver alguém engessado era uma tentação para trazer um lápis de cera, caneta, caneta Pilot, marcador colorido, o que for, para rabiscar-lhe o gesso.
Outra coisa que concluo é que, com certeza tem menos gente se quebrando por aí. Lembro de um colega de ginásio, o Gabriel, que num período de 3 anos quebrou os 2 braços 2 vezes cada. E foram em ocasiões diferentes. Uma vez a prova de Português foi feita pela professora de Matemática, com ele ditando a resposta.
Engraçado que eu trabalho numa escola e não vejo isso ocorrer muito hoje em dia, mesmo entre os alunos mais "encapetados", ou aqueles que são loucos mas medicados.
Acho que isso mostra uma juventude que se arrisca menos. Vejo menos diversão e mais precaução. Ou seja, a geração dos anos 60 está sendo bem cuidadosa com seus rebentos, para evitar que façam algumas das besteiras que eles fizeram. Menos diversão para a garotada, talvez. Ou menos interesse em certos tipos de diversão, como a diversão outdoor.
E começou isso tudo por causa de gesso, tô ficando bom em deixar alguém doido (já bastam meus alunos de Matemática) com minha filosofações. Mas, como diria meu pai, "Vai dormir que teu mal é sono".