08 dezembro 2007

Nerd do contra

Definitivamente eu estou cada vez mais certo de que estou ficando velho. Um nerd, geek, qual nome que seja... Mas velho. E por quê isso? Porque as inovações tecnológicas, as novidades não me empolgam tanto quanto empolgavam há tempos atrás. Além disso, o meu senso crítico está mais atento, e críticas mais profundas tem saído da "casa de Larry, Moe e Curly" (os meus 3 neurônios), mais como um desagrado ao status quo reinante na nerdice em geral.

Alguns exemplos:
  1. Não tenho a menor vontade de ter um iPhone. Aliás, não vejo graça no iPhone, e ainda estou querendo saber o que ele tem de tão inovador assim. Uma tela de toque grandona, e você digita na tela? Isso eu já vi em Palms, desde o meu primeiro, de 1999 (aliás, esse mês comemoro 8 anos de Palm, viva eu). Ter uma tela de toque que cobra a superfície toda do aparelho... Aí sim, isso é legal. Aceitar múltiplos toques também é inovador. Mas... O que ele tem de mais?
    • Google Maps? Meu Palm tem.
    • Wi-fi? Meu Palm tem.
    • Bluetooth? Palm e celular tem.
    • Resolução de 320x480? Meu Palm tem.
    • Mac OS X? O meu Palm tem o Garnet OS (que é velho mas funciona bem). E daí?
    • Câmera de 2 Mpixels? O meu celular tem também.
    • Programas? O iPhone está começando a ter programas próprios (embora a Apple esteja boicotando os programadores), o Palm tem mais de 50.000 programas para usar.
    • 3G? O meu Palm nem o meu celular tem... Mas nem o iPhone também.
    Mas inovador, marcante, revolucionário... Onde? Acho que a celeuma que estão fazendo em torno dele é que ele é... Da Apple. Só isso. E é um celular caro demais. R$ 1600 no Mercado Livre é o mais barato que encontrei. E ainda corre-se riscos dele ficar bloqueado por uma atualização de firmware da Apple, e cortar a festa dos desbloqueios. Na minha opinião sincera, é um risco muito grande para ter um brinquedinho colorido. E para terminar... Já fizeram uma maneira de simular o multi-toque do LCD com um saco plástico e tinta.

  2. Outros PDAs? Não, obrigado. Muitos rodam Windows Mobile (nem de graça), e são caros demais. Até dá para por Linux num bicho desses, mas pode acabar acontecendo que nem o Linux em um Playstation 2: É uma mera curiosidade, apenas. O Linux para Palm parece que está tendo progressos, mas não tenho observado as novidades ultimamente. O meu Palm (TX) tem Wi-Fi e uma telona, isso já ajuda muito. E para o que faço com ele, já tá mais do que bom.

  3. Aliás, alguém me explica porque tanta gente em podcasts idolatra o iPod? É um tocador de MP3 bonitinho, mas caro. Na minha opinião, tem poucos recursos (não toca OGG, não toca vídeos, tem uns joguinhos safados...). Os aparelhos da Archos são muito superiores. O iPod tem o click-wheel, que é legal, e uma boa saída de som. Mas não tem muito mais do que isso, até onde vi. Sincronização com podcasts? Ué, tem um monte de programas que podem fazer isso, em Windows e Linux, para outros tocadores. Nem é tão difícil assim fazer um (o BashPodder e o podget não me deixam mentir). E o mercado estadunidense gira em torno dele... 80% do mercado, etc e tal... E tem vários tocadores que oferecem mais recursos do que ele. Para incrementar MESMO o iPod, pode-se instalar Linux nele, baixar a Wikipedia para consultar, ou instalar um novo firmware, como o Rockbox. Mesmo o Zune, tem mais recursos do que ele, é mais "hackeável". Aliás, souberam? O Zune é o líder de vendas na Amazon.com. Parece que é queima de estoque, do Zune "cor de cocô" (marrom). Mas, de qualquer forma, eu não acho nada extraordinário nele, além de ser da griffe Apple.

  4. Só vou trocar de celular quando a operadora me forçar a isso, ou quando tivermos a portabilidade numérica, e uma operadora me oferecer uma boa proposta. Do contrário, vou ficando com ele. É um ótimo celular (Nokia 6265), tem Bluetooth, uma boa tela, cartão mini-SD (se fosse micro-SD, é possível que eu já tivesse perdido), tem uma câmera de 2 Mpixels que dá para o gasto (o CCD é uma josta, como da maioria das câmeras embutidas em celulares de meros mortais). Não estou falando dos monstrinhos Sony Ericsson Cybershot, com 5 Mpixels, lente Carl Zeiss e flash de xenônio. Estou falando de um celular que custou R$ 150 na operadora (graças ao programa de pontos), e tem cumprido bem o seu papel principal: Fazer e receber chamadas.

  5. Aliás, para que mais do que 5 megapixels? Minha câmera Canon é uma Powershot S2 IS, que custou R$ 250 a menos do que o último modelo, justamente por ter 1 megapixel a menos. Não quer dizer que ter muitos megapixels que a foto vai sair boa. Pelo contrário, o pessoal vai continuar fazendo k-gada batendo fotos, independente da resolução. E qualidade em câmera é diferente de resolução alta. Prefiro um zoom de 12x e estabilizador de imagem, a uma tela pequena e trocentos pontos de resolução.

  6. Se um dia eu for comprar um videogame, será um Playstation 2, ou um Wii. O PS2 tem muitos recursos que podem ser explorados, como HD, Linux, emuladores, entre outras coisas. E o Wii... Tem o que o PS3 e o Xbox 360 não tem tanto quanto ele: Jogabilidade. Vale muito mais a pena ter um Wii com muitos jogos divertidos e fáceis de jogar, do que um PS3 com aquele controle cheio de botões, e que requer um manual de pilotagem de Boeing para saber manejar. Eu já contei que quando joguei Colin McRae Rally (não lembro qual), eu não conseguia parar o carro na pista? Era tanto botão, que eu desisti. Need For Speed também, e eu não tive paciência para configurar todo o carro, e fazer tanta coisa, se eu queria apenas correr um tantinho. Ah, enchi o saco. Quero coisas simples, bem ao estilo MSX de ser. Deve ser por isso que eu adorei o Gradius V...

  7. Não tenho a menor vontade de ter um smartphone. Ao contrário de muitos, que estão trocando de Palms simplesmente porque o seu "está velho", eu ainda vou ficar com o meu T|X por muito tempo (e ele já tem mais de ano e meio comigo). É um excelente Palm: Tem 128 Mb de RAM, uma telona imensa (320 x 480, acho que é HVGA), dá para ouvir músicas no formato OGG (ganhei um espaço bom no cartão SD de 2 Gb que tem nele), tem vários programas que são úteis para mim, e tem wi-fi e Bluetooth, que é mais do que uma mão na roda, é a roda toda. Para eu vir a ter um smartphone, ele deve ter:

    • Uma tela de mais de 3 polegadas (a tela do Palm tem 9,7 cm de diagonal).
    • Não deve ter teclado embaixo (por isso acho os Treo, Moto Q e outros tão sem graça).
    • Uma câmera de pelo menos 2 megapixels.
    • Ter Wi-fi e Bluetooth.
    • Uma maneira de rodar todos os programas que considero fundamentais e que eu já tenho para rodar no meu Palm. Ou então versões parecidas dos mesmos programas, e que migrem os meus dados de um lugar para o outro. Não vou redigitar toda uma agenda (de 643 nomes) somente porque são incompatíveis.
    Se tiver isso, tá bom, aí eu penso em trocar. E o sistema operacional da ACCESS, alguém sabe de alguma novidade? E a continuação do Garnet OS, alguém ouviu algo a respeito? Se vier com o Android, beleza, mas tem que ter essas características de hardware, senão nada feito.

  8. Não sinto necessidade de ter uma TV do tipo full HD. Não acho assim tão eeeeespetaculaaaaar (como diz a Sandra Carvalho, no podcast da INFO), mas me contentaria com uma TV que tivesse a qualidade de um DVD, com 720 linhas. Para mim já tá muito bom. Inclusive já conversei com a (Maria) Cláudia sobre isso, e decidimos por uma TV comum de 21 polegadas na sala. Em 2008, com o início das transmissões em sinal digital, ouviremos muito falar sobre set-top boxes, custos, TVs full HD, plasma, LCD, etc e tal. Aí, em 2009, depois de ter pago a maior parte das dívidas, podemos pensar uma TV de LCD, com entrada HDMI, com a set-top box embutida, e por um custo menor do que temos agora. Aí sim.

  9. E falando em 2009, acho que vou ficar com essa minha máquina até lá. É um Athlon 64 2800+, soquete 754. Penso em um X2, mas com a atual falta de grana, melhor não pensar. Agora, com o lançamento do Phanom (quadri-core da AMD), a coisa muda de figura. Vou aguardar um ano, e talvez no final de 2008, eu passo de um "uni-core" para um quadri-core. E essa placa vai para o media center que eu pretendo montar na sala de estar.

    Então, depois disso tudo, sou ou não sou um nerd velho? Ou então, mais sensato.

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23 setembro 2007

Virei hacker de Playstation 2 por 2 meses

Todos sabem que sou militante do partido do pinguim. Talvez eu não seja como o Cesar, que o videogame, o palmtop, o... Internet gadget (Nokia 770), o celular, o roteador wireless e a cafeteira rodam Linux. Mas eu gosto muito de desafios, e o Marcio Lima apresentou-me um: Instalar Linux num Playstation 2. No início, achei perda de tempo, achei que não iria dar certo, por ele não ter o equipamento correto (HD + interface IDE + Ethernet). Mal sabia eu que ele tinha tudo para fazer a brincadeira.
Bem, baixei para ele os 2 DVDs, gravei, e fomos tentar instalar na 3a passada. Depois de tentar e não conseguir, descobrimos que o problema era do desbloqueio usado. Na 6a tentamos novamente, e conseguimos. Acabamos fazendo uma burrada depois, e apagando todo o HD (de 400 Gb). Conversei com ele, já que ele iria para Manacapuru (acertei!), no interior do Amazonas, se ele me emprestava o PS2. Ele concordou.
Logo, virei um hacker de Playstation 2 por 8 semanas: Devolverei-o a ele em meados de novembro. Cheguei a pensar em levar o PS2 para a escola, fazer a instalação do Linux por lá... Mas se eu soubesse, teria marcado uma palestra na escola para demonstrar. Infelizmente não deu. Por ocasião do encontro de Jaú devolverei-o, mas não sem antes instalar o HDLoader, encher de jogos e ROMs de emuladores, e instalar as 3 distribuições de Linux que encontrei:
  1. PS2Linux (baseada numa RedHat antiga, acho que 9.0);
  2. Blackrhino (baseada na Debian);
  3. Gentoo.
Existem vários tutoriais na Net, acho que não vai ser realmente difícil, mas com certeza será muito divertido fazê-lo. Gradius V será (obviamente) o primeiro a ser colocado por lá, mas depois vou colocando outros...

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Adoro shoot 'em ups

Terça passada provei a mim mesmo algo que já sabia, mas que nunca tinha parado para pensar: Eu adoro um shoot 'em up. Rolagem lateral, da direita para a esquerda então... É o que há. Quem é MSXzeiro lembra logo do Gradius (Nemesis, no ocidente). E também do Gradius II (e o Dr. Venom), Episode II, Space Manbow, Salamander... Existem zilhões de jogos desse tipo, para diversas plataformas, desde o Carrier Air Wing (esqueci o nome dele no SNES), que eu quase virei no fliperama (40 minutos jogando, me senti o próprio Tommy, do Pinball Wizard), até o Zero Wing (afinal, All Your Base Are Belong To Us), que todo mundo lembra por causa da tradução tosca. Sim, eu adoro jogo de navezinha, e também jogo de plataforma. Não tenho saco para 95% dos FPS, não tenho coordenação motora para jogar os jogos de corrida... Gosto dos clássicos.

E porquê eu estou falando nisso? Porque terça passada eu joguei Gradius V, do Playstation 2, e vi a luz. Geeeeente, aquilo é muito bom. Eu adorei distribuir tiros a torto e a direito, como era quando eu jogava Nemesis. Claro, tem mais qualidade gráfica (óbvio), mas com tudo que tinha direito: Options (agora chamados de multiples), mísseis, double (dependendo da nave vira tailgun), speed up, entre tantas outras coisas. E inimigos vermelhos com cápsulas de energia, o último da formação de ataque também, e chefes de fase bem difíceis. Tudo o que um bom schmup precisa ter. Um legítimo membro da série Gradius, só que caprichado com gráficos.

Em tempos onde FPS e RTS resumem tudo de novo que é lançado em termos de jogos (deve ter algo diferente, mas eu não conheço), nem tudo está perdido.



Trivia: Lembro de ter visto o vídeo de abertura do Gradius IV para PS2, há alguns anos atrás, e tem uma coisa muito legal: As homenagens aos Gradius anteriores. Logo, tem um vídeo com a 14a fase do Gradius II (a nave do Dr. Venom), todo refeito em 3D, e ainda a 8a fase do Gradius I (os Bacterion). É para vibrar de emoção.

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