De volta a SP - 6a e última parte
Terça, dia 18 de janeiro de 2005
Sair da cama, ops, colchão estendido na sala do apartamento do Giovanni, foi complicado. Não por dificuldades alheias, mas por cansaço mesmo. Afinal, dormindo mal tanto tempo, a gente enrola na cama para sair. Mas levanto, lembrando da hora. E lá vamos nós, olho, mexo um pouco no desktop do Giovanni (gostei da idéia, vou por lá em casa esse visual de Mac no GNOME), visto a camisa que eu trouxe, passo uma água na boca e vamos tomar café num shopping que tem um quiosque aberto às 8 da manhã, para quem toma café na rua.
Tomamos café (eu, chocolate) e pego uns bastões de açúcar invertido. Giovanni, bem versado em cultura inútil (como boa parte dos meus amigos), diz que esse açúcar recebe esse nome porque descobriram que se invertesse alguns átomos de posição na molécula do açúcar, ele não era mais retido pelo organismo. Legal, não? Adoçante que não aumenta a glicose no sangue. Peguei 4 bastões para levar para casa. Lembrança aos meus pais, que agora enquanto escrevo esse post, ainda tem 2 bastões inteiros.
Saímos dali, ele me leva até o ponto e se despede de mim, daquele jeito bem... Giovanni. É, apesar de do jeito dele, 1/2 esquisito (eu estou acostumado), sei q ele me tem em alta estima. Desço na rodoviária, compro uma passagem para São Paulo... Tem um saindo às 8:50, beleza. Penso eu: "Umas 10:15 estou em São Paulo, vou no Nehemias, pego tudo que é meu, me lavo, desço e tomo o metrô para a Barra Funda. Tranquilo!". Só que eu não contava com outro que é um dos emblemas de Sampa, ao lado do engarrafamento: a chuva. São Paulo ultimamente virou o pinico do céu, cai meia dúzia de gotas e tudo anda 20 km/h mais devagar. Pensava que era no Rio apenas, mas lá também é assim, mas um pouco pior (no Rio é 10 km/h mais lento, apenas).
Resultado: Chego no Tietê às 10:40. Quase 2 horas! Que droga, lá vou eu... Tomo o metrô, desço quase correndo. Entro exatamente às 11:02 no apartamento do Nehemias, e saio às 11:08. Em seis minutos fiz tudo que eu precisava fazer, menos me lavar e trocar a camisa. Droga, vai assim mesmo. Graças a Deus tinha arrumado as malas no dia anterior. Só dá para fechar o apartamento, descer com mala, mochila e DVD player, entregar a chave ao porteiro (e agradecer, claro) e sair correndo para um ponto de táxi. Tem um do lado da "boca" do metrô...
Pego o 1o. taxista, pergunto a ele para onde é mais rápido: Barra Funda ou Congonhas? Ele toca para Congonhas. Batemos um papinho, ele conta da irmã, que está sem passagem em Fortaleza para vir a São Paulo visitá-lo, coisas da Gol. Ele ainda comenta que eu estou com muita sorte, o trânsito está ótimo. Eu agradeço a Deus naquele momento, e chego lá exatamente às 11:27. Pago o táxi e vou procurar o ônibus da BRA.
Corri, corri, corri... Sabe que horas o ônibus chegou? 11:50. E saiu às 12:06! Saco, se eu soubesse tinha ido de metrô... Mas foi melhor assim, do outro jeito era incerto. Foram-se R$ 18 mas ficou a certeza de que eu não perdi o ônibus. Pego o ônibus, sigo até Cumbica, aeroporto que eu não conhecia. Até que não é tão longe assim, chegamos em meia hora. Nossa, o aeroporto é muito grande, com três andares, 2 pavilhões imensos... O Tom Jobim tem 2 pavilhões, mas um separado do outro (obra de expansão). Despacho logo a mala (12 kg) e sou obrigado a ficar desfilando com o DVD debaixo do braço e a mochila junto.
Aproveito e ligo para casa, converso com minha mãe, que conta do falecimento de uma tia minha no dia anterior (a gente não tinha muito contato c/ ela mesmo), e o enterro. Explico a situação, de como estão as coisas. Aproveito e ligo depois para o Nehemias, meu "anjo da guarda" em São Paulo, explico como estão as coisas, agradeço pela acolhida, etc.
Sem nada para fazer, e sem vontade de ler (tinha começado no dia anterior a ler "Hobbits, Elfos e Magos", um livro de análise sobre "O Senhor dos Anéis"), resolvi caminhar no aeroporto. Aeroportos são locais curiosos, onde você vê gente do mundo todo, idiomas de tudo que é canto, sem ter que sair da sua cidade. Capelão de aeroporto deveria ser considerado nas igrejas como missionário transcultural... Almoço no Pizza Hut, fico olhando de tudo, para fazer hora: Desde as revistas da LaSelva Bookstore (uma rede de livrarias de São Paulo) até as jóias de uma loja qualquer. E sempre com o aparelho de DVD debaixo do braço. Pareço até um muambeiro...
14:15, check-in feito, vamos para o embarque. Fila, as cadeiras não são marcadas... E gente marretando o chão de mármore. Obras. Aguento o ruído, mas sorrio lembrando que logo estarei no Rio. Pegamos o avião, que já veio meio cheio. Na verdade, o esquema da BRA é simples:
- Vôos fretados: O avião só sai do chão lotado.
- Liberdade de horário: Pode atrasar e adiantar o vôo, você tem que ficar de sobreaviso.
- Esquema Ônibus parador: Esse que eu peguei saiu de Belém, fez paradas em Brasília, Goiânia, São Paulo (reabastecimento e eu entrei), Rio de Janeiro (onde eu desci), e acho que Fortaleza. Sim, deu a volta no país.
Desse jeito eles conseguem lotação esgotada num vôo no meio da tarde de uma terça-feira, como foi o meu caso. Mas também, R$ 95 com taxa de embarque. O leito era R$ 77, mas eram 6 hs de viagem. Então, peguei uma poltrona no meio do avião, e viemos. 45 minutos, mal estabilizou a subida e começamos a descer. Serviço de bordo fornecendo apenas bebida (também, comida para quê?). Chego no Rio, no Aeroporto Internacional Maestro Antônio Carlos Jobim alegre, por estar de volta à Cidade Maravilhosa. Pego minha mala, consulto o preço de um táxi vermelho... R$ 70. Proibitivo. Vou para fora, chamo um, pergunto... No máximo R$ 35. Melhor. Vamos para casa.
Ainda no caminho de casa uma blitz pára o motorista, que estava no seu dia de azar: O documento do carro, ano 2004, não estava na pastinha com os documentos, o que o obrigou a soltar R$ 50 e correr depois na cooperativa, resmungar.. Mas tirando isso, foi tudo tranquilo, e finalmente chego em casa, aproximadamente às 17 hs, pronto para desfazer as malas, e acertar os ponteiros, em casa. Afinal, não há melhor lugar do que $HOME.
Saldos da viagem
- Consegui rever muitos amigos e curtir a amizade deles. Também pude conhecer alguns outros melhor. A todos, o meu caloroso abraço.
- Tirei muitas fotos! Estão todas na minha conta no Multiply, e nesse post aqui eu coloquei a URL.
- Comprei o DVD que eu queria, por um preço menor do que eu pensava.
- Troquei metade dos CDs que eu levei, e comprei coisa boa também.
- Conversei muuuuuito com os amigos, e conheci alguns lugares bem simpáticos.
- As duas entrevistas foram muito bem proveitosas.
- 11 Gb de MP3 no HD... Também é bom, né?
- A ida a Campinas foi uma ótima idéia. Adorei ter ido.
Minha mãe diz que eu preciso viajar, ir para lugares distantes, conhecer gente... Mas eu me sinto realizado fazendo o que fiz: Visitando meus amigos, conversando, passando um tempo juntos, vendo coisas interessantes a um nerd confesso e assumido... Foi realmente muito bom. Pena que não dá para fazer isso 3 ou 4 vezes por ano.